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Reposição de aulas da UFC deve começar de forma remota em julho; proposta emergencial é divulgada

O documento orienta possíveis formatos e métodos de retomada da jornada acadêmica, e inclui também calendário planejado para reposição das aulas em pelo menos três cenários
11:43 | Jun. 06, 2020
Autor Ismia Kariny
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Ismia Kariny Estagiária O POVO online
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Tipo Notícia

Após divulgar que as aulas presenciais em 2020 não deverão retornar, a Universidade Federal do Ceará (UFC) publicou, nesta sexta-feira, 5, uma Proposta Pedagógica de Emergência (PPE) que define os mecanismos para a retomada gradual das atividades acadêmicas e a conclusão do semestre 2020.1.  Remotas, aulas de reposição devem começar em julho. Para este ano, a alternativa apontada pela Universidade para encerrar o semestre com "prejuízos mínimos" seria a volta das aulas com atividades remotas, após pesquisa via internet, considerada polêmica por parte da comunidade universitária.

Para dar viabilidade às práticas de ensino remoto, a UFC afirma que trabalhará para garantir condições tecnológicas e de conectividade para estudantes em situação de vulnerabilidade social.  "Está em fase de licitação a contratação de 6 mil pacotes de dados com franquia de 20 GB por um período de seis meses. Em outra iniciativa, está prevista a distribuição de aproximadamente 400 computadores em laboratórios e salas de estudo nos campi da Capital e do Interior, a serem utilizados quando as atividades presenciais forem autorizadas", diz a Instituição em nota.

O plano pedagógico emergencial traz uma série de orientações para cada uma das três situações observadas na UFC no contexto da pandemia: as turmas que estão tendo aulas regularmente, turmas que começaram e depois foram interrompidas e turmas que não se iniciaram desde a suspensão das atividades presenciais. O documento foi coordenado pela Pró-Reitoria de Graduação (Prograd).

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São orientados possíveis formatos e métodos de retomada da jornada acadêmica, o que inclui também um calendário planejado para reposição das aulas em cada um dos cenários observados. No caso das turmas cujas atividades encontram-se paralisadas e naquelas que foram interrompidas, a reposição deverá começar somente a partir de julho. O mês de junho está sendo destinado às atividades de formação e de planejamento docente e discente.

"Uma resolução sobre a PPE será submetida ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), que irá deliberar acerca dos pontos principais do reinício do semestre", destaca a UFC. O documento será utilizado pelas unidades acadêmicas para realizar os planejamentos internos, com liberdade para decidir casos específicos de seus contextos, como à reorganização de turmas, realocação de docentes, dentre outros aspectos.

Segundo a UFC, os professores também terão autonomia para elaborar e adaptar o plano de reposição conforme os objetivos de aprendizagem das suas disciplinas. Junto à Prograd, participaram da elaboração da PPE os diretores e vice-diretores de unidades acadêmicas, coordenadores de programas acadêmicos e representantes docentes, discentes e de servidores técnico-administrativos.

Modelos de ensino-aprendizagem

As atividades presenciais só serão retomadas quando permitidas pelas autoridades sanitárias, seguindo também um protocolo de cuidados específicos. Enquanto não há perspectiva de volta das aulas presenciais, a Prograd decidiu três modelos de ensino-aprendizagem para retornar com o semestre letivo 2020.1

Conforme o planejamento da PPE, o ensino remoto deverá ser priorizado, já que não se tem perspectiva de retomada das práticas presenciais. Outra possibilidade é o modelo híbrido, que mescla atividades online e apenas algumas presenciais, intercalando conteúdos que se complementam. Por último, há o presencial, apenas para atividades consideradas extremamente necessárias, como estágios e aulas práticas.

ADUFC reage contra a proposta

Em nota publicada na sexta-feira, 5, o Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Ceará (Adufc Sindicato) se manifestou contrário às diretrizes estabelecidas na PPE elaborada pela Prograd. Segundo o Sindicato relata, a PPE tem como base uma pesquisa conduzida pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), que revelou que apenas 1% dos estudantes não têm acesso a internet.

O Adufc destaca que essa é uma "realidade paralela", que diverge das demais pesquisas feitas pelas unidades acadêmica e o Diretório Central dos Estudantes da UFC. “A proposta da Prograd desconsidera o fato de que alguns docentes não têm meios para realização dessas atividades no ambiente doméstico. Desconsidera, ainda, que professores/as apresentando comorbidades não podem se deslocar aos campi para realizar essas aulas com equipamentos da universidade”, ressaltou o Sindicato.

Segundo UFC, a maioria dos estudantes da instituição tem encontrado meios de acesso à Internet diante pandemia. Os resultados mostram que, dos estudantes que responderam o questionário, 1% não tem acesso à rede mundial de computadores diante do cenário da pandemia e 13% só utilizam a rede por meio de pacote de dados 3G e 4G. Também dos 10 mil respondentes, 6% dizem não ter acesso à conexão de banda larga e outros 3% só conseguem acesso com velocidade inferior a 1 Mbps.

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