Operações combatem rede de fraudes bancárias e lavagem de dinheiro no Ceará e mais três estados
No total, 63 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em quatro estados brasileiros. As investigações também apuram lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva e tráfico de drogas
Operações foram deflagradas no Ceará, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo contra uma organização criminosa suspeita de fraudes eletrônicas, corrupção e tráfico de drogas
Conforme o Ministério Público do Ceará (MPCE), a organização criminosa é de âmbito nacional e envolve crimes de furto mediante fraude e estelionato eletrônico. Ações aconteceram na semana passada, dias 3 e 4 de novembro.
Os crimes eram praticados a partir de uma falsa central telefônica que operava na cidade paranaense de Ponta Grossa. As investigações também apuram lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva e tráfico de drogas.
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No total, 63 mandados de busca e apreensão foram cumpridos – sendo 31 de busca pessoal e 32 de busca domiciliar, nas seguintes cidades e estados:
- Fortaleza e Itaitinga, no Ceará;
- Curitiba, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa, no Paraná;
- Rio de Janeiro, Mangaratiba, Mesquita, Nilópolis e Nova Iguaçu, no estado do Rio de Janeiro;
- e no estado de São Paulo.
Além disso, houve ordens de bloqueio de 38 contas de pessoas físicas e 10 de pessoas jurídicas, bloqueios administrativos de 17 veículos e o sequestro de seis imóveis, incluindo o local onde funcionava a falsa central telefônica.
No Ceará, as medidas cautelares foram cumpridas contra alvos investigados por receberem valores oriundos de fraudes.
Durante o cumprimento das medidas, foram apreendidos itens como:
- três veículos (um deles considerado de luxo);
- celulares;
- cartões;
- máquinas de cartão e
- equipamentos eletrônicos.
Segundo o MP, há outros itens que serão periciados e deverão auxiliar na continuidade das investigações, iniciadas em fevereiro, a partir de uma denúncia anônima.
Na operação, denominada “Muralha de Areia”, foi revelado esquema de corrupção envolvendo a compra de benefícios indevidos no sistema prisional, descobertas a partir de conversas telefônicas entre os membros da organização criminosa, monitoradas com autorização do Judiciário.
Há indícios de corrupção ativa e passiva para a concessão de privilégios a presos da Unidade de Progressão em Ponta Grossa.
Os “privilégios” mencionados pelo MP serviam para o “uso de celular no local de trabalho externo e para acobertar a saída ilegal temporária do detento do canteiro de trabalho”.
MP informa que parte dos investigados possui envolvimento com tráfico de drogas, conforme as evidências coletadas em outra operação, denominada “Vértice”.
Nessa ação, também constaram que esses suspeitos tinham ligação com esquema complexo de lavagem de dinheiro do tráfico e com pagamento de fornecedores por meio de diversas empresas de fachada de outros estados brasileiros e da região de fronteira com o Paraguai.
Uma das empresas de fachada, movimentou mais de R$ 43,6 milhões somente no ano de 2025, o que, segundo o MPCE, “indica tráfico de drogas em grande escala”
De acordo com o MPCE, as investigações da “Muralha de Areia” e a “Vértice” foram iniciadas a partir da constatação dessa rede de fraudes bancárias e lavagem de dinheiro.