Manuela d’Ávila reage a confusão com autora de "Vale Tudo"
Nos stories, a ex-deputada ironiza ataques, agradece apoio e transforma o episódio em crítica social e política
Na manhã deste domingo, 19, a ativista, jornalista e ex-deputada Manuela d’Ávila voltou às redes sociais para comentar o que chamou de “um fenômeno curioso da internet”: a confusão entre ela e a autora da novela Vale Tudo, Manuela Dias.
O caso, que começou com trocas de identidade e uma avalanche de mensagens equivocadas, se transformou em uma oportunidade para a política brincar, refletir e criticar o comportamento digital.
Leia mais | Final de Vale Tudo tem erros, acertos e até ressuscitação
Em stories publicados por volta das 7h, Manuela aparece sorrindo e exibindo prints das mensagens que recebeu. Entre ataques, confusões e defesas apaixonadas, ela ironizou o episódio:
“Uma parte da galera acha que o hate é pra mim de verdade, e outra parte acha que foi um só. A galera não para, é impressionante”, disse, em tom leve. “Aliás, o Brasil, ao que me consta, adorou a novela. E eu também estou recebendo alguns elogios, mas domingo de manhã estou aqui para contar para vocês que o hate continua.”
Em seguida, agradeceu com bom humor aos que saíram em sua defesa, especialmente os que exaltaram seus livros e ideias. “Valeu, galera! Estou contando com vocês quando o hate for de verdade para mim”, completou, arrancando risadas dos seguidores.
O “comunicado oficial” que viralizou
A confusão não começou hoje. No dia 3 de outubro, Manuela já havia publicado um post carrossel com o título “Comunicado oficial: sobre as minhas decisões”, em tom de sátira. Na legenda, escreveu:
“Foram tantas mensagens que decidi me manifestar.”
A publicação rapidamente viralizou, alcançando mais de 5 mil comentários e 200 republicações, e se tornou uma das mais repercutidas do seu perfil. O texto, que simulava um comunicado político, ironizava o comportamento das redes, onde opiniões se formam e se distorcem com velocidade e pouca checagem.
De lá para cá, Manuela tem usado o episódio como ponto de partida para discutir temas sociais e econômicos.
Em outros posts, incorporou a figura da icônica vilã Odete Roitman, símbolo da elite na teledramaturgia brasileira, para refletir sobre a escala 6×1, o trabalho sem direitos e a necessidade de taxação dos super-ricos.
Humor como ferramenta política
A escolha de rir da situação não é inédita na trajetória de Manuela d’Ávila. Acostumada a lidar com campanhas de desinformação e ataques online desde a época em que disputava cargos públicos, a ex-deputada vem se destacando por adotar uma postura de enfrentamento baseada na leveza, sem perder o tom crítico.
Nos últimos anos, ela tem usado as redes como espaço de militância digital, divulgando projetos, livros e reflexões sobre democracia e justiça social. Neste caso, a coincidência de nomes — que poderia ter se transformado em um ataque gratuito — acabou sendo ressignificada.
“É claro que dói ver tanta hostilidade, mesmo quando não é direcionada a mim”, escreveu em uma das respostas. “Mas é curioso ver como um erro de identidade revela muito sobre o clima das redes — e sobre a forma como tratamos as mulheres públicas.”
Repercussão
O episódio repercutiu rapidamente. Seguidores elogiaram a serenidade da ex-deputada e a forma como transformou o “hate” em conteúdo de humor político. Alguns internautas brincaram que “só a verdadeira Odete Roitman ficaria brava”, enquanto outros apontaram a inteligência com que ela aproveitou a confusão para colocar temas estruturais em pauta.
A autora Manuela Dias, por sua vez, não se manifestou publicamente sobre o episódio até o momento.
O caso das “Manue-las” evidencia o poder — e o risco — das redes sociais, onde erros de identidade podem se transformar em ataques massivos em questão de minutos. Mas, neste caso, a reação de Manuela d’Ávila virou exemplo de comunicação estratégica: ela subverteu o cancelamento, usou a ironia como defesa e manteve o foco em pautas de interesse público.
“Estou contando com vocês quando o hate for de verdade pra mim”, repetiu em seu story. A frase, que começou como brincadeira, sintetiza uma mensagem sobre resistência e consciência digital, e mostra que, na política e nas redes, às vezes, o humor é o jeito mais eficaz de responder ao ódio.
View this post on Instagram
View this post on Instagram
Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a genteView this post on Instagram