Inquérito contra filho de Cid Moreira é arquivado pela Justiça
Inquérito tratava de suposta denunciação caluniosa; entenda os desdobramentos do caso envolvendo a família do jornalista.
A Justiça do Rio de Janeiro arquivou o inquérito contra Roger Felipe Naumtchyk Moreira, filho adotivo do jornalista Cid Moreira, nessa sexta-feira, dia 13. A ação havia sido movida por Fátima Sampaio, viúva do apresentador, e tratava do suposto crime de denunciação caluniosa após Roger acusar o pai de abuso sexual na infância.
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O arquivamento ocorreu a pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), sob a promotoria de Flavia Meschick de Carvalho Vieira. Segundo a promotora, o crime prescreveu, ou seja, ultrapassou o prazo legal para julgamento e aplicação de pena.
Ademais, Flavia destacou que a denunciação caluniosa só pode ser configurada com a abertura de um inquérito policial, o que não ocorreu no caso.
Disputa judicial pela herança de Cid Moreira
A decisão ocorre em meio ao conturbado cenário familiar envolvendo o patrimônio do ex-apresentador do Jornal Nacional. Cid Moreira faleceu no dia 3 de outubro de 2024, aos 97 anos, e, no mesmo dia, seus dois filhos, Roger e Rodrigo Moreira, solicitaram à Justiça a abertura do inventário, na Vara de Órfãos e Sucessões de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro.
Histórico de conflitos na família Moreira
A relação de Cid Moreira com seus filhos sempre foi marcada por atritos e acusações mútuas:
- Rodrigo Moreira é filho biológico do jornalista com Olga Verônica Radenzev, mas o afastamento entre pai e filho começou após a separação do casal. Rodrigo processou Cid em 2006, acusando-o de abandono afetivo e pedindo indenização de R$ 1 milhão. O caso foi perdido, e Rodrigo não voltou a tentar contato com o pai.
- Roger Moreira, filho adotivo, também enfrentou conflitos com Cid. Ele foi deserdado após se assumir homossexual e, anos depois, processou o pai por abandono afetivo, homofobia e evasão escolar, alegando que Cid teria incentivado a desistir dos estudos.
Em 2021, os dois irmãos moveram uma ação conjunta pedindo a interdição de Cid Moreira e a prisão de Fátima Sampaio.
Eles alegaram que a madrasta teria transferido cerca de R$ 40 milhões de Cid para contas próprias e de familiares, além de vender imóveis e manter o jornalista em cárcere privado. Cid e Fátima negaram as acusações, e os filhos perderam o processo.
Desdobramentos legais e patrimoniais
Com o arquivamento do inquérito por denunciação caluniosa, Roger Moreira se livra de mais um impasse jurídico, mas a disputa pelo patrimônio do jornalista segue em andamento.
Estima-se que o espólio inclua imóveis, investimentos e direitos sobre obras e produções ligadas à carreira de Cid Moreira, que foi um dos apresentadores mais icônicos da televisão brasileira.
A decisão judicial reforça a complexidade das disputas familiares envolvendo figuras públicas e levanta questionamentos sobre a gestão de heranças e as consequências legais de processos motivados por desavenças pessoais.
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