RS: dona de estátua de Baphomet cria cemitério para Pombagiras

Mãe Michelly da Cigana, de 44 anos, viralizou no ano passado após construir uma estátua de Baphomet em cima do muro de sua casa, no município de Alvorada, no Rio Grande do Sul. O ponto chegou a virar uma atração turística da cidade. Agora, cerca de um ano depois, ela fez uma outra construção: um cemitério de Pombagiras.

“A partir da viralização [da estátua], aumentaram os trabalhos aqui em casa. E eu sempre devolvo para as entidades aquilo que elas me dão. Devolvo construindo um salão, comprando uma imagem, fazendo uma festa, porque esse dinheiro que vem não me pertence, ele pertence à religião”, diz Michelly, em entrevista ao UOL.

A ideia para a nova construção veio após um caso de intolerância religiosa em um cemitério público. Ela, então, decidiu criar um espaço privado. “Vai ser um santuário, para cultuar todas as religiões. Vai ter um espacinho para Umbanda, um espaço para as pessoas largarem as suas oferendas a Exus e Pombagiras”, explica.

As Pombagiras são entidades de religiões de matriz africana que, alguns sacerdotes, acreditam que são mensageiros dos Orixás e possuem diferentes personalidades. Uma das mais famosas é Maria Padilha, que ganhou um túmulo especial no cemitério de Michelly.

O santuário não fica no mesmo local da estátua de Baphomet. Ela fica em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre. As obras, que foram realizadas com o dinheiro levantado com a viralização da estátua de Baphomet, levaram cerca de qiatro meses para serem concluídas, mas ainda faltam alguns detalhes. O esperado é que o local seja aberto para visitações em agosto.

“É um local que vai ter tendas para as pessoas poderem tocar o seu tambor, sem incomodar ninguém, sem problema com barulho. Um santuário não somente de Umbanda, Kimbanda, mas também de matriz africana e povo cigano”, destaca.

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