Esclerose múltipla: o que é, quais os sintomas e os tipos da doença da atriz Guta Stresser

Em recente entrevista à televisão, Guta Stresser contou detalhes sobre diagnóstico. Saiba o que é e como se manifestam os sintomas da esclerose múltipla

Conhecida por interpretar a personagem Bebel, em “A Grande Família”, a atriz Guta Stresser contou sobre o recente diagnóstico de esclerose múltipla, na última sexta-feira, 17. A artista declarou saber que vai conviver com a doença para o resto da vida e que “cada dia que passa tem o gosto de uma pequena vitória”.

Em 2020, quando participou do quadro “Dança dos Famosos”, no programa Domingão, Guta sentiu os primeiros sintomas. Em entrevista ao "Fantástico", nesse domingo, 26, ela contou ter começado a esquecer as coreografias logo após ensaiar, apesar de sempre ter tido facilidade em memorizar movimentos.

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“Sofria com as notas, falava: ‘Meu Deus do céu, não estou conseguindo’. Eu queria ir bem, fazer bem. Então isso me assustava muito. Como é que pode? Eu tinha muita facilidade para decorar. Agora eu não consigo pegar uma coreografia”, desabafou a atriz.

Mas, afinal, o que é a doença que Guta foi diagnosticada e como ela se propaga no corpo humano? 

O que é a esclerose múltipla?

Conforme a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (Abem), trata-se de uma “doença neurológica, crônica e autoimune”. Isto é, quando as células de defesa do organismo “atacam o próprio sistema nervoso central”, o que pode provocar lesões cerebrais e medulares.

A esclerose múltipla costuma atingir pessoas que estão entre a faixa etária de 20 e 40 anos de idade, sendo a incidência maior entre as mulheres.

Ainda de acordo com a Abem, não se trata de uma doença mental contagiosa; também não é suscetível de prevenção e não tem cura. O tratamento, no entanto, consiste em atenuar os sintomas e desacelerar a progressão da doença.

Quais são os sintomas?

O Hospital Israelita Albert Einstein lista como os sintomas mais comuns da esclerose múltipla:

- Fadiga (fraqueza ou cansaço);

- Parestesias (dormências ou formigamentos); nevralgia do trigêmeo (dor ou queimação na face);

- Neurite óptica (visão borrada, mancha escura no centro da visão de um olho – escotoma – embaçamento ou perda visual), diplopia (visão dupla);

- Perda da força muscular, dificuldade para andar, espasmos e rigidez muscular (espasticidade);

- Falta de coordenação dos movimentos ou para andar, tonturas e desequilíbrios;

- Dificuldade de controle da bexiga (retenção ou perda de urina) ou intestino;

- Problemas de memória, de atenção, do processamento de informações (lentificação);

- Alterações de humor, depressão e ansiedade.

Como a esclerose múltipla pode ser classificada?

Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a esclerose múltipla pode ser categorizada em quatro tipos:

1- Esclerose múltipla recorrente-remitente (EMRR) - É a forma mais comum da doença, representando 85% dos diagnósticos. É caracterizada por surtos (sintomas clínicos que ocorrem em episódios) bem definidos, que duram dias ou semanas e depois desaparecem, com recuperação completa ou sequelas permanentes.

2 - Esclerose múltipla primária progressiva (EMPP) - Afeta apenas 10% dos pacientes e é caracterizada por início lento e piora constante dos sintomas. Há um acúmulo de déficits e incapacidades que podem se estabilizar ou continuar por meses e até anos.

3 - Esclerose múltipla secundária progressiva (EMSP) - Começa com o curso da doença recorrente-remitente, seguido pelo desenvolvimento de uma incapacidade progressiva que muitas vezes inclui mais surtos e nenhum período de remissão (fase na qual não há atividade da doença).

4 - Esclerose múltipla progressiva recorrente (EMPR) - Tipo mais raro da doença, acomete aproximadamente 5% dos pacientes. Caracteriza-se por declínio neurológico constante desde o início, com surtos agudos claros. Pode ou não haver recuperação após os surtos, mas a doença continua a progredir sem remissões.

Como funciona o tratamento?

De acordo com a Fiocruz, ainda que não haja cura, existem tratamentos que diminuem a ocorrência dos surtos e reduzem a gravidade, assim como reduzem o grau de incapacidade, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

A Abem explica que os tratamentos medicamentosos disponíveis no mercado devem ser feitos com o suporte de um médico neurologista e têm como objetivo reduzir a atividade inflamatória e os surtos ao longo dos anos.

Medicamentos imunomoduladores: são utilizados para reduzir a atividade inflamatória;

Medicamentos imunossupressores: reduzem a atividade ou eficiência do sistema imunológico que, no caso da esclerose múltipla, está ligado diretamente à doença;

Pulsoterapia (administração de altas doses por curtos períodos de tempo) com corticoides sintéticos e interferons: utilizados no tratamento para a redução dos surtos.

Guta Stresser informou que o remédio utilizado é obtido por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). “São remédios raros, difíceis de encontrar e caros. É super importante que as pessoas saibam que não é porque eu sou a Guta Stresser que eu consegui o remédio do SUS que é caríssimo”, declarou ao "Fantástico".

Vale ressaltar que, além dos medicamentos, é importante realizar exercícios físicos, sob acompanhamento de um fisioterapeuta. A depender do caso, o paciente também pode precisar do apoio de psicólogo, nutricionista e fonoaudiólogo.

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