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"Minha vó tá aqui": menina de 6 anos grita e ajuda a resgatar avó soterrada em Petrópolis

A criança sofreu pequenos arranhões e a avó quebrou o pé. Parte da casa ficou destruída

“Minha avó tá aqui” gritava a criança de seis anos ao ver a avó soterrada após sua residência ser atingida por uma enxurrada de lama que escorreu de um morro no bairro de Caxambu, na região central de Petrópolis, na última terça-feira, 15. A casa era da costureira Tânia Maria Barcellos, de 57 anos. Tânia e sua neta conseguiram sobreviver porque, em determinados momentos, salvaram uma à outra.

Pouco antes do incidente acontecer, Tânia estava com seu filho, Diego Barcellos, analista de sistemas, 35, e sua neta em casa. Quando deu a hora de ir embora, a menina insistiu para ficar mais tempo com a avó. Diego decidiu sair, prometendo retornar com o pão do café da tarde e uma sugestão de comida para o jantar.

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Por volta das 17h40min, a costureira envia para Diego uma gravação em vídeo da chuva. Ela estava na confecção que possui em casa quando escuta um estalo. Tânia então corre, agarra a neta no colo e sobe na cama, que ficava do lado de um roupeiro.

Essa atitude da avó salvou a criança: a força da lama que vinha da encosta arrebentou a parede lateral da casa abaixo da de Tânia, abrindo um buraco. "Minha mãe conta que via tudo escuro, e as duas caíram nesse buraco", relata Diego ao portal UOL.

A queda livrou que ambas fossem soterradas pela construção, que ficou parcialmente derrubada. O filho de Tânia diz que, ao caírem no buraco, elas foram "arremessadas" para fora da casa e, em meio à lama, escorregaram abraçadas por alguns metros. Mas a força da água fez com que avó e neta se separassem, enquanto a criança foi para a superfície, Tânia foi soterrada.

"[Quando chegou] aqui embaixo, minha filha estava de pé, e gritando: 'minha vó, minha vó'. Foi assim que os vizinhos desceram. A vizinha apanhou a minha filha e o marido dela desenterrou minha mãe", conta Diego.

A menina ficou com alguns arranhões e Tânia quebrou o pé. Consciente do possível trauma que a criança sofreu, Diego conta que já providenciou um acompanhamento psicológico para a filha. Até o momento, nas sessões, a menina conta que gritou e que a avó ficou sem a casa.

Naquele dia, Diego ficou sabendo que haviam outros vizinhos soterrados e se juntou a alguns homens que realizavam as buscas Foi ele quem achou o corpo da vítima que morava abaixo da mãe, uma jovem de 17 anos. "Eu ainda tô anestesiado. A gente vê na televisão e é trágico, mas ao vivo é surreal. A minha mãe salvou a minha filha e a minha filha salvou minha mãe aqui embaixo”, diz.

No outro dia, o filho de Tânia teve uma outra notícia: a cachorrinha da família também havia sobrevivido e não tinha nenhuma marca de lama. Ele diz não ter explicações para isso, mas a cadela estava ilesa em cima de uma máquina de lavar.

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