"Para de querer ficar postando coisa de gente preta, de gay", diz mulher em pregação evangélica

Uma mulher viralizou nas redes sociais após fazer uma pregação contra pautas políticas, raciais e LGBTQIA+. Kakau Cordeiro, membro da igreja Igreja Sara Nossa Terra, de Nova Friburgo (RJ), se tornou alvo de um inquérito da Polícia Civil após seu discurso. “Para de querer ficar postando coisa de gente preta, de gay, para! Posta palavra de Deus que transforma vidas. Vira crente, se transforma, se converta", disse a mulher.

AGORA: Crente surta em culto e diz para cristãos pararem de postar coisas de gente preta e gay pic.twitter.com/TyfvOv6zx3

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— CHOQUEI (@choquei) August 2, 2021

Em entrevista ao portal G1, o delegado titular da 151ª DP, Henrique Pessoa afirmou que a fala de Kakau tem um teor “claramente homofóbico e racista”, o que caracterizaria uma transgressão ao artigo 20 da lei 7716/87, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. De acordo com o delegado, a pena do crime é de três a cinco anos com circunstâncias qualificadoras por ter sido feito nas redes sociais e na imprensa.

O Movimento Negro Evangélico criticou o sermão, considerando que a mulher aborda “meias verdades” durante o discurso. "O Deus das escrituras libertou um povo escravizado de um poderio imperialista como estavam os povos negros nos países coloniais e ainda estão em verdadeira opressão. O Deus das escrituras caminha com os oprimidos da terra, seja no êxodo, seja na pessoa de Jesus”, argumentou o movimento em nota.

Após a repercussão do caso, Kakau reviu sua posição e considerou que foi “infeliz” em suas colocações. “Quero afirmar que não possuo nenhum tipo de preconceito contra pessoas de outras raças, inclusive meu próprio pastor é negro, e nem contra pessoas com orientações sexuais diferentes da minha, pois sou próxima de várias pessoas que fazem parte do movimento LGBTQIA+", disse em nota divulgada nas redes sociais.