Após revelar ser gay, Eduardo Leite é elogiado, mas também criticado por apoio a Bolsonaro em 2018

Políticos e pessoas próximas ao meio LGBTQIA+ parabenizaram o gestor pela bravura, ao mesmo tempo em que o ex-deputado Jean Willys lembrou apoio de Leite a Bolsonaro no 2º turno das eleições presidenciais.

A decisão do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), de declarar publicamente que é homossexual, gerou repercussões distintas da direita à esquerda brasileira. O gestor, de 36 anos, revelou ser gay em entrevista ao programa Conversa com Bial, nesta sexta-feira. “Eu sou gay, eu sou gay e sou um governador gay. Não sou um gay governador, tanto quanto Obama nos EUA não foi um negro presidente. Foi um presidente negro”, afirmou.

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O governador de São Paulo e correligionário de Leite, João Doria (PSDB), disse ter admiração e respeito pelo colega de partido. Nos bastidores, Doria e Leite competem com outros quadros tucanos para viabilizar seus nomes como candidatos da legenda à Presidência da República em 2022. Nesse contexto, surge ainda o nome do senador cearense Tasso Jereissati (PSDB).

O senador Fabiano Contarato (Rede-ES), que também é assumidamente gay, parabenizou o governador nas redes sociais pela “bravura” do ato. “Sei a dor que é a prisão do armário, sobretudo num ambiente conservador como a Política, e cada um deve descobrir seu momento certo para esse gesto. Seja feliz e siga seu ótimo trabalho: a vida será mais leve!”, escreveu.

A deputada estadual do Rio Grande do Sul Luciana Genro (PSOL), que faz oposição a Leite no estado, também parabenizou o governador. “Atitude necessária para ajudar LGBTs que lutam pelo fim da discriminação”, afirmou. O apresentador Luciano Huck seguiu na mesma linha ao considerar que o exemplo de Leite “mostra fina sintonia com o espírito deste novo tempo em que diversidade e democracia andam de mãos dadas”.

— Luciano Huck (@LucianoHuck) July 2, 2021

Já o ex-deputado federal Jean Willys criticou o apoio incondicional ao governador e lembrou o contexto das eleições de 2018, quando Leite apoiou, no 2º turno, o então candidato a presidente Jair Bolsonaro, que já disse publicamente que preferia um filho morto a um filho gay.

“Enquanto o gay recém-saído do armário não expressar por ATOS e novas palavras que se arrepende de ter apoiado alegre e explicitamente um homofóbico racista que se revelou genocida, sua saída do armário não será, para mim, fonte de alegria acrítica. Não adianta”, escreveu Willys.

Os comentários de Willys também geraram repercussão, com usuários do Twitter expressando concordâncias e discordâncias a partir do ponto levantado pelo ex-parlamentar. 

— Pakito kobissado (@PKobissado) July 2, 2021


Na entrevista a Bial, Leite disse ainda temer que sua declaração fosse vista como tentativa de autopromoção. "Fiquei preocupado com como falar sobre isso sem parecer que era promoção. Porque do outro lado, tem uma militância que trabalha para abrir frentes para homossexuais e eu sempre apoiei essa causa embora não falasse publicamente sobre minha orientação sexual", disse.

Ao mesmo tempo em que falou sobre sua orientação sexual, o governador tem postado vídeos nas redes sociais reforçando sua intenção de ser o nome do PSDB para disputar o cargo de presidente em 2022.


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