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Temas das Campanhas da Fraternidade seguem atuais e estimulam ações efetivas da comunidade cristã

A Campanha da Fraternidade de 2020 estimula a colaboração mútua entre as pessoas, inspirada em Santa Dulce dos Pobres. Confira outras temáticas da campanha ainda atuais em 2020
14:01 | Fev. 26, 2020
Autor Catalina Leite
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Catalina Leite Repórter do OP+
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Tipo Notícia

A Campanha da Fraternidade (CF) de 2020 será aberta nesta Quarta-feira de Cinzas, 26, com o tema “Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso”. A 56ª edição da campanha cristã inspira-se na primeira santa brasileira, Santa Dulce dos Pobres, ao objetivar “conscientizar para o sentido da vida” em relação ao mútuo cuidado entre as pessoas.

Criada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em 1964, a CF pretende discutir temáticas de interesse nacional e procurar soluções a partir da solidariedade e mobilização cristã. Desde 1985, a CNBB tem focado em abordagens referentes a situações existenciais do povo brasileiro, considerada a terceira fase da CF. No ano, o tema foi “Fraternidade e Fome”.

Desde então, a Igreja aborda questões relacionadas à gênero, à raça, à juventude, à políticas públicas e ao meio ambiente. O POVO relembra algumas Campanhas da Fraternidade ainda relevantes em 2020:

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1990 - Fraternidade e a Mulher

Campanha da Fraternidade 1990.
Campanha da Fraternidade 1990. (Foto: Divulgação/CNBB)

O objetivo geral da CF de 1990 tentou demonstrar como a mulher “não é reconhecida e tratada como igual ao homem”, ainda que ambos sejam criados à imagem de Deus. Cinco anos antes, o Brasil criou o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), atualmente integrado ao Ministério dos Direitos Humanos (MDH).

“Muito boa esta escolha, assim como a busca da novidade da Campanha: interpelação direta ao próprio ser da mulher e do homem, no que os dois são em si mesmos e no que são um para o outro, em ordem à conversão pessoal e comunitária, para se construir uma sociedade mais justa e fraterna, também para a mulher”, elogiou o papa João Paulo II na época.

Em 2019, apenas no Ceará, 34 mulheres foram mortas - mais de duas por mês. Dos casos, 12 continuam sem respostas. Já no Brasil, a média é de três a quatro assassinadas por dia.

1997 - A Fraternidade e os Encarcerados

Campanha da Fraternidade 1997.
Campanha da Fraternidade 1997. (Foto: Divulgação/CNBB)

“Despertar a sensibilidade e solidariedade dos cristãos para com os encarcerados, ajudando-os a perceberem a realidade carcerária do Brasil a se comprometerem na realização das mudanças necessárias.”

Em 1997, a CF decidiu visibilizar o debate sobre sistema carcerário no País, o que impulsionou o trabalho de organizações integradas à CNBB, como a Pastoral Carcerária (PCr). Em 2013, o movimento Mães de Maio provocou movimentos e organizações a apresentarem a Agenda Nacional pelo Desencarceramento que estabelecesse metas para reduzir a população prisional.

O déficit de vagas brasileiro atingiu 312 mil no primeiro semestre de 2019, segundo dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Já no Ceará, o excedente de presos em janeiro de 2019 era de 10.671, ou 109,6%. Os dados são da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP).

2002 e 2007 - Fraternidade e Povos Indígenas; Fraternidade e Amazônia

Campanha da Fraternidade 2002.
Campanha da Fraternidade 2002. (Foto: Divulgação/CNBB)

No ano de 2002, a CF motivou o engajamento da comunidade cristã na luta pela conquista e garantia dos direitos indígenas. A CNBB citou o artigo 231 da Constituição que defende os direitos originários sobre as terras tradicionalmente ocupadas pelos indígenas. Em 2020, o Governo Federal procura apoiadores do projeto de lei (PL) que regulamenta a exploração de atividades econômicas em terras indígenas.

Já em 2007, a campanha “Fraternidade e Amazônia” também chamou atenção para as comunidades indígenas, mas discutindo meio ambiente. Após 12 anos, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registra aumento de 85,3% no desmatamento da Amazônia em 2019.

2011 - Fraternidade e a Vida no Planeta

Campanha da Fraternidade 2011.
Campanha da Fraternidade 2011. (Foto: Divulgação/CNBB)

A Campanha da Fraternidade de 2011 debateu o aquecimento global e mudanças climáticas no mundo. O lema foi um versículo da Epístola de Paulo aos Romanos, que diz “A criação geme em dores de parto” (Rm 8,22). O texto base da CF sugeriu olhar a realidade, julgá-la e agir para transformá-la.

Em mensagem, o papa Bento XVI citou o “egoísmo humano” como uma das razões para a degradação do meio ambiente. O pontífice recorda que é dever dos cristãos cuidarem do meio ambiente, já que “que Deus confia a Sua criação ao homem não para que este exerça sobre ela um domínio arbitrário, mas que a conserve e cuide como um filho cuida da herança de seu pai”.

O ano de 2019 foi considerado o segundo mais quente desde 1880 por estudo da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa). A pesquisa afirma que a tendência é que os anos sejam cada vez mais quentes, processo iniciado em 1960. É nesse contexto que a Antártica registrou a maior temperatura da histórico do continente no dia 7 de fevereiro de 2020: 18,3 graus Celsius, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Abertura da CF 2020

Quando: Quarta-feira de Cinzas, dia 26 de fevereiro, às 18h30min
Onde: Catedral Metropolitana

Lançamento da CF 2020

Quando: Quinta, dia 27 de fevereiro, às 9 horas
Onde: Centro de Pastoral Maria, Mãe da Igreja

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