Nahuel relembra sensação "rara" ao enfrentar filho na Sula: "Ficou surpreendido com a torcida"
O duelo entre Fortaleza e Rosario Central também foi marcante para Gastón Liendo, que nasceu na cidade de Rosario e iniciou a carreira como jogador profissional no Newell's Old Boys
No último mês, Nahuel Martínez e Gastón Liendo viveram um momento especial proporcionado pelo futebol. Os dois, nascidos na cidade de Rosário, na Argentina, retornaram à terra natal para disputar as oitavas de final da Copa Sul-Americana pelo Leão do Pici. Em entrevista exclusiva, os auxiliares de Vojvoda contaram sobre o que sentiram com a experiência.
Para Gastón, tudo foi “muito bom”. Torcedor do Newell’s Old Boys – principal rival do Rosario Central, adversário do Fortaleza naquela ocasião –, ele reencontrou velhos amigos do clube argentino e pôde reviver memórias do passado, já que foi jogador profissional do clube na década de 90, época em que foi parceiro de campo de Vojvoda.
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"Para mim foi muito bom. Voltar a Rosário, voltar a minha casa futebolística, não somente como jogador, mas também como treinador, voltar a treinar no CT do meu clube, onde passei toda a minha vida, muitas pessoas conhecidas. Uma sensação estranha também, nunca pensei que pudesse acontecer isso, mas aconteceu. No futebol acontecem essas coisas diferentes. Eu desfrutei. Desfrutei muito, até começar o jogo. Sofri e depois voltei a desfrutar. Foi uma experiência boa. Eu gostei”, contou.
Para Nahuel, entretanto, as emoções afloraram de forma mais intensa. Isso porque seu filho, Luca Martínez, é jogador do Rosario Central. Quis o destino que os dois se encontrassem como adversários pela primeira vez, já que nunca haviam tido tal experiência.
"Para mim foi muito difícil, porque meu filho joga no Rosario Central, mas foi muito bom. Muito bom porque a gente jogou contra Rosario Central, que é um bom time da Argentina, e pudemos passar de fase. Gastón e Juan Pablo são mais identificados com Newell's porque jogaram na primeira divisão, eu não cheguei a jogar na primeira divisão, mas estive muito tempo lá. Então foi tudo muito especial, muito bom. Para mim, pessoalmente, muito difícil enfrentar meu filho, mas tentei desfrutar. Foi uma experiência que não havia vivido e foi difícil. Sinceramente, muito difícil", revelou.
O duelo entre pai e filho: Luca ficou “surpreendido” com torcida do Fortaleza
Após a confirmação de que seriam adversários na Sul-Americana, Luca Martínez falou para Nahuel que "iria fazer um gol” no confronto. As provocações de ambos os lados, sempre em tom de brincadeira, transformou o momento em algo “único”, conforme descrito por Nahuel – que chegou a dizer ao filho que iria passar todos os detalhes individuais dele para o zagueiro Kuscevic.
"Minha esposa tinha muito claro que Luca poderia fazer um gol. Em um momento, ela disse: 'Mas quero que você ganhe'. Hum... (risos). Foi único. Foi lindo, foi lindo. Já de início, ele me disse que iria ganhar, que iria fazer um gol. Tentamos, entre brincadeira e realidade, fazer uma competição. Eu falava o mesmo: 'Eu te conheço, vou passar teu individual para quem vai te marcar, Kuscevic vai entrar...'. Brincadeiras normais. Ele estava feliz, estava contente porque ia jogar", relembrou com carinho.
Após o empate em Rosário, no jogo de ida, pai e filho voltaram a se encontrar na Arena Castelão, no duelo decisivo – vencido pelo Fortaleza de virada no segundo tempo. Em um dos lances, quando Luca ficou no um contra um em jogada de ataque, Nahuel sentiu uma sensação “rara” e “difícil de explicar”. Afinal, era um conflito interno entre lado profissional e paterno.
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Passado o jogo, Nahuel ficou um bom tempo conversando com Luca na área interna do Gigante da Boa Vista. Contou que seu filho ficou “surpreendido” com a força do grito de gol da torcida do Fortaleza, algo que não tinha visto igual anteriormente.
“Menos mal que não definiu (chutou) de canhota', eu falei (risos). Ele ficou no um contra um... Essa sensação foi muito rara dentro de mim, muito difícil de explicar. Falamos do jogo. Ele ficou surpreendido com o grito de gol no Castelão, que é algo que a gente já conhecia. Eu lembro muito, muito do grito de gol no jogo contra o River Plate, (gol de) Silvio Romero, o hino à capela... Essas coisas ficam gravadas, e ele (Luca Martínez) ficou muito surpreendido com o Castelão, a torcida do Fortaleza, um grito de gol que ele não tinha escutado nunca”, revelou.
“Falamos disso, o que havia acontecido no jogo. De futebol e das sensações, de como tinha se sentido no jogo. Ele vinha de uma situação especial também, porque estava para ser transferido, meio que já estava treinando afastado do plantel, mas chamaram ele justo para o jogo contra a gente. Eu agradeço a Deus por ter passado isso, porque foi bonito. Foi difícil, mas foi muito bom", completou.
Com Afonso Ribeiro.
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