Análise: como joga o Colo-Colo, adversário do Fortaleza na estreia da Libertadores

O Esportes O POVO analisou as partidas do "El Cacique" e traçou as principais características táticas do time, que lidera o Campeonato Chileno na atual temporada

Primeiro adversário do Fortaleza na história da Copa Libertadores, o Colo-Colo-CHI é um dos clubes mais expressivos do futebol chileno. Com apenas uma derrota em nove jogos em 2022, a equipe vai ao Castelão em busca da quinta vitória consecutiva na temporada.

Treinado pelo boliviano Gustavo Quinteros, o Colo-Colo lidera o Campeonato Chileno, onde possui o melhor ataque e a melhor defesa da competição. O Esportes O POVO analisou as partidas do “El Cacique” e traçou quais são as principais características táticas do time.

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Sistema tático

O Colo-Colo de Gustavo Quinteros atua em um 4-2-3-1, onde os dois volantes posicionam-se alinhados e servem de opção para os zagueiros e laterais no momento da saída de bola. À frente, o time joga com dois meias mais abertos e Gil, camisa 5 da equipe, centralizado e atrás do centroavante, Lucero.

Apesar de jogar centralizado, Gil cai bastante para os dois lados, com o intuito de criar opções de passe para os laterais e os meias abertos e também criando tabelas.

Time base do Colo-Colo nos últimos quatro jogos pelo Campeonato Chileno
Time base do Colo-Colo nos últimos quatro jogos pelo Campeonato Chileno (Foto: Pedro Mairton)

Saída de bola

Gustavo Quinteros ordena uma saída de bola de modo que não desconfigure o sistema tático da equipe. Dessa forma, o treinador solicita uma saída com passes curtos entre os dois zagueiros centralizados e os laterais um pouco mais avançados e próximos à linha lateral.

Os volantes Fuentes e Pavez posicionam-se alinhados aos laterais e reforçam a saída de bola tanto pelo meio, com os zagueiros, quanto pelos lados.

A saída de bola do Colo-Colo. Em amarelo são as linhas do desenho tático da equipe, já em vermelho são as linhas de passe possíveis
A saída de bola do Colo-Colo. Em amarelo são as linhas do desenho tático da equipe, já em vermelho são as linhas de passe possíveis (Foto: reprodução/InStat)

A escolha por dois jogadores de meio-campo auxiliando na saída de bola reforça não só a proteção em caso de erros que ocasionem a perda da posse no setor defensivo, mas também cria uma linha de passe a mais, que facilita a transição entre defesa e ataque com mais apoio aos homens de frente progredirem à meta adversária.

Fase ofensiva

Durante a fase ofensiva, o Colo-Colo se posta em um 4-3-3, com os dois volantes em linha e atrás do meia-atacante, Gil, e os meias de lado, Solari e Gabriel Costa, fazem a função de pontas.

O Colo-Colo durante a fase ofensiva.
O Colo-Colo durante a fase ofensiva. (Foto: reprodução/InStat)

Os laterais também são bastante participativos no ataque, tanto Opazo quanto Suazo, que avançam para ser opções de passe para os pontas e também a Gil, que auxilia na criação pelo setor lateral.

Também é comum os dois volantes participarem do ataque quando Gil posiciona-se centralizado e de frente para o gol, enquanto os meio-campistas defensivos servem de apoio aos pontas na construção pelas laterais.

O volante servindo como opção de passe ao ponta ainda no início da fase ofensiva.
O volante servindo como opção de passe ao ponta ainda no início da fase ofensiva. (Foto: reprodução/InStat)

Essas características de aproximação proporcionam à equipe jogar com passes curtos e acelerados. O time tem o objetivo de encontrar espaços para atacar o adversário e se dirigir ao gol o mais rápido possível.

Um dos principais jogadores do setor ofensivo, Pablo Solari tem boas disputas no um contra um e é frequentemente acionado quando a equipe deseja acelerar o jogo. Em determinadas circunstâncias da partida, ele troca de posição com Gabriel Costa e passa a atuar aberto pela ponta esquerda.

Fase defensiva

Sem a bola, o Colo-Colo se posta em um 4-4-2, com duas linhas de quatro. Com menos obrigações de recomposição, Gil e Lucero são os responsáveis pelo início da pressão aos defensores que estão com a bola.

O Colo-Colo durante a fase defensiva.
O Colo-Colo durante a fase defensiva. (Foto: reprodução/InStat)

A marcação é mista. Ou seja, cada jogador defende o espaço da zona em que atua e, no momento em que o oponente mais próximo recebe a bola, ele realiza a aproximação e faz o encaixe, diminuindo a área de ações do rival.

O zagueiro quebra a linha de quatro defensiva para dar o bote no portador da bola.
O zagueiro quebra a linha de quatro defensiva para dar o bote no portador da bola. (Foto: reprodução/InStat)

Com o objetivo de diminuir o espaço dos adversários, o Colo-Colo pressiona desde a saída de bola com encaixes individuais e mantém as linhas defensivas altas, o que obriga os adversários na maior parte das vezes a realizarem lançamentos procurando as costas dos defensores.

O Colo-Colo realizando a marcação na saída de bola e encurtando os espaços dos adversários.
O Colo-Colo realizando a marcação na saída de bola e encurtando os espaços dos adversários. (Foto: reprodução/InStat)

Dessa maneira, o time consegue recuperar a bola ainda no campo de ataque e reiniciar a fase ofensiva.

Apesar de existir uma marcação forte dos jogadores de meio-campo para frente do Colo-Colo, no momento em que os defensores adversários trocam passes curtos, quando o oponente consegue livrar-se da pressão e quebrar as linhas defensivas do time, a recomposição pelo lado direito do “El Cacique” é vulnerável.

Isso porque Solari é uma das principais válvulas de escape do time durante os contra-ataques e geralmente recua menos que o habitual, posicionando-se um pouco mais à frente, na expectativa de aproveitar um eventual contra-ataque. Desse modo, Opazo tem a cobertura de Fuentes, que, ao apoiar o companheiro na marcação, abre espaço no meio da segunda linha de defesa, setor que pode ser explorado pelos adversários.

É comum Solari não recompor frequentemente a segunda linha de quatro defensiva quando o adversário está no campo de defesa do Colo-Colo.
É comum Solari não recompor frequentemente a segunda linha de quatro defensiva quando o adversário está no campo de defesa do Colo-Colo. (Foto: reprodução/InStat)

Transições

Transição ofensiva

O Colo-Colo gosta de ter a posse de bola e, por isso, pressiona os oponentes imediatamente quando a perde, em especial ainda no campo de ataque, onde crescem as possibilidades de êxito em gol devido à desorganização defensiva do adversário.

Já nos contra-ataques, o time troca passes rápidos e sai em velocidade em direção ao gol. O tento que deu a vitória por 1 a 0 contra o Antofagasta, em duelo válido pelo Campeonato Chileno, é um bom exemplo da imposição das ideias de Gustavo Quinteros no momento em que a equipe recupera a bola.

O time realizava a saída de bola e errou um passe ainda no campo de defesa. Imediatamente, os jogadores próximos à bola pressionaram o jogador rival e retomaram a posse, o que deu início a um contra-ataque em velocidade que culminou no gol de Gabriel Costa.

Gabriel recebe a bola e perde a posse. Na sequência, ele e mais dois companheiros realizam a pressão e retomam a bola; no contra-ataque, o próprio Gabriel quem balança as redes.
Gabriel recebe a bola e perde a posse. Na sequência, ele e mais dois companheiros realizam a pressão e retomam a bola; no contra-ataque, o próprio Gabriel quem balança as redes. (Foto: reprodução/InStat)

Transição defensiva

Quando perde a posse e não consegue retomar de imediato, o Colo-Colo tenta realizar a recomposição defensiva o mais rápido possível para não sofrer inferioridade numérica nos contra-ataques adversários, evitando dar mais espaços a serem explorados pelos jogadores rivais na defesa.

Durante esta fase do jogo, apenas Leonardo Gil e Lucero não auxiliam efetivamente na recomposição, enquanto os volantes e o meia-direita, Gabriel Costa, contribuem para auxiliar a primeira linha defensiva. Como citado anteriormente, Solari não recompõe bastante ao ponto de auxiliar o lateral-direito, Opazo, que por vezes sobrecarrega-se na marcação quando o adversário realiza cruzamentos ou inversões que explorem este setor da defesa.

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