Clássico-Rei tem Pedro Raul artilheiro e indefinição entre Lucero e Deyverson
O camisa 9 do Vovô é a principal referência do ataque e titular incontestável. No Leão, entretanto, o técnico Vojvoda precisará decidir entre duas peças que não estão rendendo o esperado
As nuances de um Clássico-Rei, quase sempre decidido nos detalhes, abrem espaço para uma variedade de protagonistas. Às vezes, quem não vive um bom momento encontra redenção diante do maior rival. Em outras, quem já atravessa uma fase positiva apenas a confirma. No próximo domingo, a disputa pelo protagonismo em campo — e o possível desequilíbrio em um duelo que promete ser acirrado — pode vir justamente de quem se espera soluções: os centroavantes.
No setor, Ceará e Fortaleza chegam para a partida vivendo cenários totalmente opostos. Do lado alvinegro, a presença do consolidado e artilheiro Pedro Raul, que tem sido uma das principais referências do elenco em 2025, é inevitável. Do lado tricolor, Vojvoda lida com a indefinição entre Lucero — outrora indiscutível — e Deyverson, que não vivem boa fase e alternam, constantemente, a titularidade.
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Pedro Raul, nesta temporada, já foi decisivo no Clássico-Rei. Nos duelos pela final do Campeonato Cearense, o camisa 9 do Vovô participou diretamente do lance que culminou no pênalti sofrido por Galeano — e convertido por Sobral — no jogo da ida, e marcou um belo gol no confronto da volta, quando a equipe de Porangabuçu perdia por 1 a 0, tento este que evitou a disputa por pênaltis e confirmou o título.
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O início avassalador do atacante pelo Ceará, onde chegou a emplacar nove gols e uma assistência em dez jogos, o fez cair nas graças da torcida, sentimento potencializado, também, por sua contribuição no título estadual. Na Série A, os números de Pedro Raul também são positivos: em 11 jogos, todos como titular, ele anotou seis gols — um de cabeça, três com a perna esquerda e dois com a direita —, o que mostra seu repertório.
Para se ter dimensão da influência do centroavante, o Vovô marcou 13 gols ao todo no Brasileirão — ou seja, Pedro Raul foi responsável diretamente por 46% desse saldo. Contra o Fortaleza, o camisa 9 será novamente a principal esperança do ataque alvinegro, que já demonstrou ter uma certa dependência da sua efetividade.
No Pici, a realidade vem sendo diferente. Tem faltado, em Lucero e Deyverson, aquilo que tanto se espera de ambos: ser referência. O argentino, que foi o goleador absoluto do Leão nas temporadas passadas, com 47 gols entre 2023 e 2024, não tem conseguido atuar em alto nível neste ano — o momento ruim do time, no geral, também tem certa influência nisso. Não à toa, El Gato vive um jejum de oito jogos.
Deyverson, contratado exatamente para tentar suprir a fase oscilante de Lucero, também não se firmou como titular. Embora participativo sem a bola, o centroavante contribuiu pouco com o que realmente interessa: os gols. Foram apenas cinco com a camisa tricolor e, assim como seu parceiro de setor, amarga um incômodo jejum sem balançar as redes, que já acumula sete partidas.
Mas o contexto ruim não apaga a história de nenhum dos dois. Ambos sabem fazer gols — e não há oportunidade melhor para retomar a confiança do que um Clássico-Rei tão decisivo. Lucero já marcou em final de Sul-Americana. Deyverson já fez gol de título na Libertadores. Seja qual for a escolha de Vojvoda, haverá esperança nos tricolores.