Em menos de dois anos, Castelão sofreu incêndio, apagões e problemas com o gramado

O investimento na reforma do Castelão entre 2011 e 2012, visando a Copa do Mundo do Brasil, não foi baixo: mais de R$ 518 milhões. Além de sediar seis jogos do maior evento futebolístico, o Gigante da Boa Vista tornou-se um legado para os clubes cearenses. A principal praça esportiva do estado — e o quarto maior estádio do Brasil —, entretanto, tem enfrentado problemas nos últimos anos.

Condições ruins do gramado, quedas de energia durante jogos, problema de infraestrutura e até incêndios são alguns dos transtornos e polêmicas relacionadas ao equipamento, situações que afetaram, de forma direta, os clubes locais, com foco em Ceará e Fortaleza, que utilizam o espaço como casa nos confrontos realizados na capital cearense.

Apagões

Na última terça-feira, 19, o duelo entre Ceará e Avaí, válido pela 18ª rodada do Brasileirão, deveria ter sido iniciado às 21h30min, mas sofreu atraso de 47 minutos devido a falta de iluminação em boa parte dos refletores, cenário que acabou estendendo a partida até a madrugada e, consequentemente, afetando os mais de 37 mil torcedores alvinegros que marcaram presença para assistir o embate. O secretário de Esporte e Juventude do Ceará (Sejuv-CE), Rogério Pinheiro, prometeu uma perícia técnica no estádio.

A situação não foi novidade para o futebol cearense nesta temporada. Antes do Vovô, o Fortaleza sofreu com a falta de eletricidade no Gigante da Boa Vista em duas ocasiões. A primeira aconteceu na final da Copa do Nordeste diante do Sport, no dia 3 de abril, quando as luzes do estádio se apagaram aos 44 minutos do segundo tempo, causando a paralisação da partida, que naquele momento estava sendo vencida por 1 a 0 pelo Tricolor.

A situação ocorreu novamente com o Leão de forma recente, no último dia 10, contra o Palmeiras. Desta vez, porém, com consequências mais graves. Também aos 44 minutos da etapa final, um apagão geral no estádio, ocasionada após uma explosão de um poste do lado de fora da Arena Castelão, forçou a antecipação do término do jogo, mantendo o placar de 0 a 0. Na arquibancada, torcedores registraram espancamentos e pessoas feridas durante o apagão.

Gramado

Na temporada anterior, a Arena Castelão foi o estádio que recebeu mais jogos no Brasil, totalizando 83 partidas ao longo de 2021, 15 a mais que o Maracanã, segundo no quesito. A intensa carga de confrontos, consequentemente, desgastou o gramado, que se tornou alvo de críticas por parte dos treinadores e jogadores de Ceará e Fortaleza.

Jogadores de ambos os clubes, inclusive, protagonizaram um protesto em conjunto nas redes sociais por meio de uma hashtag solicitando a melhoria das condições do campo. Apesar das manutenções realizadas durante o ano de 2021 e 2022, não houve melhora significativa, muito pela quantidade excessiva de jogos em sequência.

Em duas oportunidades, os clubes e o Governo do Estado se reuniram para discutir sobre uma reforma geral do gramado do estádio. A primeira ocorreu em dezembro de 2021, enquanto a segunda em junho deste ano. Em ambas, Ceará e Fortaleza solicitaram que a Arena Castelão não fosse fechada, pedido que foi acatado.

Incêndio

Na manhã do dia 30 de janeiro de 2021, uma densa fumaça preta tomou conta da parte interna da Arena Castelão, ocasionada por um incêndio iniciado em uma cabine de rádio. Apesar do susto, ninguém ficou ferido e o fogo foi controlado pelos bombeiros. As chamas danificaram parte da cobertura do estádio.

Quase três meses depois, um novo foco de incêndio dentro do Castelão ocorreu, desta vez em um dos vestiários, mas em proporções menores, ocasionado por um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado.

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