Análise: o que Condé pode mudar no Ceará para buscar reação no Brasileirão?
Vovô terá dias decisivos pela frente: enfrenta o Fluminense no domingo, 2, e o Fortaleza na quinta-feira, 6, em um Clássico-Rei que pode definir o rumo do time na Série A
Antes confortável, o Ceará agora precisa encontrar respostas rápidas dentro de campo, sobretudo no aspecto tático, para não passar sufoco na reta final do Brasileirão. Sob o comando de Léo Condé, o time tem atuado quase sempre no 4-3-3, sistema que deu estabilidade no início, mas que hoje já não oferece o mesmo rendimento, pelo menos com as peças utilizadas.
Meio-campo
Nas últimas rodadas, para dar mais mobilidade ao setor de criação, o treinador apostou em um meio-campo mais leve e dinâmico. A medida até aumentou o volume ofensivo, mas deixou a equipe exposta, com dificuldades para recompor e proteger a zaga.
Por isso, a volta de Richardson, que vinha apresentando bom rendimento, pode surgir como solução para retomar o equilíbrio que o time perdeu.
Defesa
Outro ponto que vem afetando o Vovô é a instabilidade defensiva, que passa pela queda de rendimento de atletas como Marllon, Willian Machado e Fabiano. Este último, em especial, atravessa seu pior momento no campeonato e tem acumulado falhas. Por isso, a utilização de Rafael Ramos como titular pode ganhar força — sempre que acionado, o português foi seguro.
Ataque
No ataque, o cenário é ainda mais complicado. Isso porque o trio formado por Fernandinho, Galeano e Pedro Raul não vive boa fase. Galeano se salva pela entrega tática, participa da pressão, recompõe e ajuda a dar profundidade, mas Fernandinho perdeu rendimento e já não desequilibra como antes. Paulo Baya, que fez bons jogos no segundo turno, surge como alternativa para oferecer mais agressividade pelas extremidades.
Já a situação de Pedro Raul se tornou o principal dilema de Condé: o centroavante marcou apenas dois gols nos últimos 19 jogos e sofre forte pressão da torcida. Com desempenho abaixo, ele pode ir para o banco, abrindo espaço para Aylon, Pedro Henrique ou até Lucca.
Desfalques
Os comportamentos coletivos, claramente, precisam ser ajustados com urgência. A equipe segue criando chances, mas oscila e sofre com erros individuais tanto na defesa quanto no ataque. É inegável que as ausências de Marcos Victor e Dieguinho — duas peças que davam sustentação defensiva e qualidade na construção — potencializam esse desequilíbrio a cada rodada. Porém, o Vovô precisa superar as baixas para responder o quanto antes.
Reta final
Com 35 pontos e ocupando a 14ª posição, o Ceará terá dias decisivos pela frente: enfrenta o Fluminense no domingo, 2, e o Fortaleza na quinta-feira, 6, em um Clássico-Rei que pode definir o rumo do time na Série A. Para o comentarista Lucas Mota, o atual momento é o mais delicado desde a chegada de Condé, e a pressão tende a aumentar caso os resultados não apareçam.
"É o momento mais instável do Léo Condé desde que ele chegou ao Ceará, mas não acho que uma derrota (contra o Fluminense) vai interferir na continuidade do trabalho dele. Não está na corda bomba, mas, vamos supor, se perder nesse fim de semana e no clássico, aí eu acho que o Condé balançaria", opinou no programa Esportes O POVO.
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