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Prass critica projetos de lei do futebol em meio à pandemia: "Só se preocupam em tapar buraco"

No programa Futebol do Povo desta quinta-feira, 14, o goleiro Fernando Prass se posicionou sobre o PL que atinge a classe dos atletas no futebol brasileiro

O projeto de lei (PL) do deputado Arthur Maia (DEM-BA) causou revolta entre os jogadores por propor redução de 50% nas cláusulas de rescisão com os clubes, em meio à crise do coronavírus como medida emergencial. No programa Futebol do Povo desta quinta-feira, 14, o goleiro Fernando Prass se posicionou sobre o PL que atinge a classe dos atletas no futebol brasileiro.

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Para o arqueiro, a proposta só visa o beneficiamento de um lado, os clubes de futebol. Além disso, o projeto, avalia Prass, trata o problema financeiro do futebol brasileiro como se fosse provocado exclusivamente pelo surgimento do coronavírus.

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"Já vem de muito tempo. A pandemia agravou. Eu nunca vi projeto para resolver o problema do futebol brasileiro", afirmou o jogador.

Outro projeto de lei, de autoria do deputado Pedro Paulo (DEM-RJ) e aprovado na Câmara Federal, prevê inversão na lógica de remuneração dos jogadores. Desta forma, a maior parte dos vencimentos, de até 80%, seria proveniente de pagamentos de direitos de imagem, em contratos como pessoa jurídica. O restante ficaria no contrato por CLT (leis trabalhistas).

Diante dos dois projetos de lei, A Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf) iniciou movimento nacional de abaixo-assinado contra as propostas. Até o início de maio, mais de 2 mil jogadores do futebol brasileiro haviam assinado.

"Ninguém se propôs a montar um projeto sério para o futebol brasileiro, que crie diretrizes, regras, governanças para o futebol. Não tem. Só se preocupam em tapar buraco. Eu te faço uma pergunta: os clubes estão quebrados - o problema é a cláusula compensatória? Reduzindo a cláusula em 50%, resolve o problema dos clubes brasileiros? Se alguém disser que sim, sou o primeiro apoiar. Mas é óbvio que não", questionou Prass.

 

O goleiro também comentou críticas feitas quando jogadores se posicionam sobre a questão de redução salarial. Para o atleta, há desconhecimento das pessoas sobre o cenário e é preciso maior posicionamento da classe.

"Às vezes, quando a gente fala alguma coisa, as pessoas não entendem. Algumas até distorcem. Acham que estamos falando da gente. 'Ah, mas eles ganham muito bem, podem ficar em casa'. Eles quem? 1%, 2%. Uma das coisas que falo nessas situações: temos que ter mais jogadores de divisão B, C, D ou sem divisão se posicionando também. Se não acaba criando o estereótipo do jogador com dinheiro e que está reclamando. Mas o que acontece, às vezes, é que esse jogador de Série C, D, sem divisão, ele não tem representatividade. Ele vai falar e não vai ter repercussão nenhuma. Por isso, os jogadores mais conhecidos têm que tomar à frente, e as pessoas acabam não entendendo isso."

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