Após falas homofóbicas, grupo LGBTQIAP+ entra com ação contra Abel Braga
A entidade solicita que o STJD, por meio de sua procuradoria, faça denúncias contra o Inter, Abel Braga e Ramon Díaz
A ONG Arco-Íris LGBTI+entrou com uma ação no Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) contra o Internacional e o técnico Abel Braga, após declarações homofóbicas do treinador em sua coletiva de apresentação. Além do Colorado e seu comandante, o ex-treinador da equipe, Ramon Díaz, também foi incluindo na denúncia devido a declarações misóginas emitidas enquanto empregado do clube.
A entidade solicita que o STJD, por meio de sua procuradoria, faça denúncias contra o Inter e os técnicos citados. O pedido também exige práticas que envolvam iniciativas afirmativas, buscando a reparação dos acontecimentos por parte dos envolvidos.
Entre os exemplos de ações possíveis, estão a presença e colaboração em cursos e seminários e participação em planejamentos que focam na precaução deste tipo de ocorrência. Outra possibilidade é o desenvolvimento de campanhas públicas para educar a população.
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Entidade se baseia em regulamento do CBJD para solicitar punição ao Internacional
O grupo Arco-Íris argumenta que as ocorrências consecutivas em que Abel Braga e Ramón Díaz foram protagonistas comprovam um "padrão preocupante", caracterizando os casos como "clara violação das normas desportivas". Para embasar a denúncia, a ONG utiliza a quebra do artigo 243-G, que condena atos discriminatórios, desdenhosos ou ultrajantes no desporto.
Ao solicitar a punição, a entidade se baseia no regulamento do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), onde o documento estipula uma punição de até dez partidas e pagamento de uma multa de R$ 100 mil.
O texto também cita eventuais sanções ao clube, caso um número relevante de pessoas ligadas à agremiação ou seus torcedores tenham sido autores da transgressão. Dentro de sua argumentação, a ONG também utiliza como referência uma decisão anterior do STJD, que aplicou uma sanção no atacante Dudu, atualmente no Atlético.
Na ocasião, o ex-atacante do Palmeiras utilizou suas redes sociais para atacar a presidente do Palmeiras após a saída conturbada do atleta. Após o ocorrido, o Tribunal decidiu em favor da mandatária do Alviverde, punindo o camisa 92 com seis jogos de suspensão e multa de R$ 900 mil.