Em um ano, biometria facial ajudou a prender 39 pessoas no Allianz Parque

A partir de 2025, o reconhecimento facial será obrigatório pela Lei Geral do Esporte. No Palmeiras, a medida surgiu no início de 2023; entenda

Em atividade há um ano, o reconhecimento facial instalado no Allianz Parque ajudou a identificar 48 pessoas procuradas pela Justiça, e 39 delas foram presas enquanto tentavam acessar o estádio.

Entre eles, um narcotraficante que fugiu da apreensão de um avião cheio de cocaína, conforme apurado pelo ge. Entenda a tecnologia e saiba mais sobre o caso.

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A medida surgiu no Palmeiras no início de 2023 para combater problemas de cambismo. Desde então, 740 mil pessoas acessaram o Allianz Parque por meio da biometria facial.

Apenas 2,5% delas precisaram passar pelo setor de contingência, por conta de falhas de cadastro ou outras dificuldades, e o tempo de entrada na arena reduziu em 60%, segundo dados fornecidos pelo clube ao ge.

Biometria facial ajudou a prender narcotraficante em São Paulo

Entre as pessoas apreendidas pela polícia de São Paulo graças à tecnologia instalada no estádio do Palmeiras, estão condenados por pedofilia, roubos, furtos e não pagamento de pensão.

Um dos casos é a prisão de um traficante que ficou foragido por três anos. Em março de 2020, a Polícia Federal apreendeu um avião incendiado em uma pista clandestina na cidade de Tangará da Serra, no Mato Grosso.

 

O transportador da droga fugiu pelo matagal e esteve desaparecido até o ano passado. Terminou preso ao tentar acessar o estádio.

"É um serviço público muito importante que o Palmeiras está prestando para a sociedade. É um assunto relevante para o futebol. Para coibir violência, repensar a questão de torcida única", disse a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, ao ge.

Tecnologia ajudou a identificar homem que atacou torcedora

O sistema de biometria facial auxiliou também na identificação do suspeito que teve prisão preventiva decretada pela morte da torcedora Gabriela Anelli, em Palmeiras x Flamengo, pelo Brasileirão de 2023.

De acordo com a Polícia, a tecnologia possibilitou o detalhamento da confusão, e o Palmeiras — a pedido do DHPP — enviou a foto registrada na catraca no acesso do flamenguista.

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Identificação facial no Allianz Parque: como funciona

A identificação contribui para as autoridades de segurança pública através de uma parceria com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, pelo projeto Muralha Paulista.

No caso da empresa responsável por gerenciar a plataforma no Allianz Parque, a Bepass, a integração se dá por um programa do Governo assinado entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública com a CBF.

Em cada vez que uma pessoa compra o ingresso, os dados são enviados em tempo real para uma base que identifica:

  • Se a pessoa tem mandado de prisão em aberto, desde pensão, furto, roubo, homicídio;
  • Se é uma pessoa que está viva, para evitar a entrada de quem tenta burlar com o CPF de alguém que morreu;
  • Se a pessoa tem sentença impedindo a entrada no estádio;
  • Se é uma pessoa que desapareceu da família e há boletim de ocorrência em aberto;
  • Se é um condenado foragido da Justiça.

"Quando a pessoa faz a compra, a gente coloca um aviso nela e quando vai entrar, é enviado para a polícia que está presente no local, e a polícia faz o trabalho de abordar", explicou o CEO da Bepass, Ricardo Cadar, ao ge. "Quando é mandado de prisão, a pessoa é presa. Se for desaparecida, só identificam e ela não é obrigada a se identificar para a família, porque alguns não querem." 

Os dados ficam registrados em um servidor externo, de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), reforça o clube. As informações são usadas exclusivamente para o acesso dos torcedores ao estádio, com exceção de pedidos feitos por órgãos de segurança pública.

Biometria facial será obrigatória nos estádios no ano que vem

A partir de 2025, o reconhecimento facial será obrigatório pela Lei Geral do Esporte. Segundo o ge, depois do Palmeiras, o Flamengo acionou a Bepass para introduzir a tecnologia no Maracanã e pelo menos outros nove clubes procuraram o Verdão em busca de mais informações sobre o sistema. 

Os interessados são Fluminense, Botafogo, Grêmio, Bahia, Atlético-MG, Internacional, Cruzeiro, Fortaleza e Ceará.

Parte dessas equipes está agora trabalhando com a mesma empresa, além de outras em processo de teste com outras instituições, como o Sport, na Ilha do Retiro, e o Vasco, em São Januário.

"Todos os grandes clubes da Série A e alguns da Série B estão se movimentando. Os benefícios que trouxeram, fora essa obrigatoriedade, foram muito grandes. Estamos com Botafogo, Fluminense, Corinthians, Santos, Atlético-MG, Cruzeiro, Bahia e Grêmio", disse Cadar ao ge.

Os contratos fechados atualmente são Palmeiras, Flamengo e Botafogo. Já o Atlético-MG e o Bahia estão em fase de teste para staff.

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