Zagallo era o último titular vivo da seleção do primeiro mundial

Zagallo estava no time brasileiro escalado pelo Vicente Feola para a final do mundial de 1958, contra a Suécia, ao lado de Garrincha, Pelé e Didi. Quatro do time reserva ainda estão vivos

A foto é histórica. De pé (da esquerda para a direita): Djalma Santos, Zito, Bellini, Nilton Santos, Orlando e Gylmar.

Agachados: Garrincha, Didi, Pelé, Vavá, Zagallo. Seleção brasileira de 1958. Imortalizados. O técnico era Vicente Feola, o preparador físico era Paulo Amaral.

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Justamente o ponta-esquerda, o último nome a ser lido pelo narrador ou repórter numa escalação, Zagallo era o único que restava vivo do time titular brasileiro da primeira Copa do Mundo conquistada.

Pelé morreu em 29 de dezembro de 2022. Quatro reservas daquele time estão vivos: Pepe, 88 anos; Dino Sani, 91; Moacir, 87; e Mazzola (José João Altafini), 85. Já morreram os reservas Oreco, Castilho, Zózimo, De Sordi, Joel, Mauro e Dida.

Os 11 escolhidos de Feola para representar a Canarinho naquele dia nem jogaram de amarelo. O Brasil jogou a final de camisa azul, calção branco. Zagallo jogava com a 7.

Ouvida pelo rádio, única forma de transmissão da época, o brasileiro suava frio novamente numa final de Copa. A dor da derrota brasileira no Maracanã de 1950 não havia passado, era incurável.

Desta vez, porém, foi outra anfitriã que fez o papel de derrotada. E também de virada. O primeiro gol foi sueco. O Brasil brilhou, fez 4 a 1. Zagallo fez o quarto gol. Levou mais um gol, fez mais outro. Final no estádio Rasunda, na cidade de Solna, Suécia 2 x 5 Brasil. 

Bellini ergueu a primeira taça Jules Rimet, que representou o primeiro dos cinco mundiais do Brasil. Quando nem o conheciam como "o país do futebol". Zagallo esteve em quatro deles, como jogador, técnico ou dirigente (coordenador técnico). Eternizou-se.

Como ponta, Zagallo "subia e descia", antes do chamado futebol moderno

Pelé era a surpresa, a revelação, a promessa, o menino de 17 anos talentoso que encantava. Feola topou aquela aposta.

Garrincha, com seus dribles, já entortava os "joões" (como apelidava seus marcadores) nos gramados brasileiros e internacionais. Era o improviso, a magia.

Didi era o principal nome, o craque, bola de segurança. Ao lado de outras certezas como Nilton Santos, Bellini e Gylmar.

Dino Sani e Mazzola chegaram a ser titulares, mas perderam vaga para Zito e Pelé pouco antes da copa começar.

E Zagallo? O ponta franzino, baixinho, era menos habilidoso do que Canhoteiro e Pepe. Mas tinha disposição.

Canhoteiro esteve na excursão preparatória daquela copa, mas não integrou a lista final de convocados. Pepe estava entre os reservas no Mundial.

Zagallo subvertia uma lógica do futebol daqueles tempos. A de que um atacante não precisava fazer a marcação ao time adversário.

Por correr demais, e o pulmão responder bem à demanda em campo com certa habilidade, o camisa 7 subia e descia constantemente.

Atacava bem e ajudava a defesa bem também. Zagallo fez muito antes o que hoje se cobra no tal futebol moderno.

Numa leitura tática, essa desenvoltura de Zagallo teria até colaborado para Garrincha correr mais livre e descomprometido pelo lado direito, obrigando-se apenas a desconsertar seus "joões". Zagallo brilhava e confundia usando sua eficiência para o time. 

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