De Vavá a Homem Mau: carisma de Evaristo Nogueira do Trem Bala bomba na web

Famoso pela personalidade espontânea e humorística no programa Trem Bala da rádio O POVO CBN, Evaristo Nogueira, conhecido como Vavá Maravilha e Homem Mau, está bombando na web

Evaristo Nogueira, Vavá Maravilha e Homem Mau. Três personalidades distintas, se você conhecê-lo bem. Esse jornalista de 68 anos de idade está bombando nas redes sociais devido ao seu jeito espontâneo de comentar esporte no programa “Trem Bala”. No Twitter, o perfil “Acervo Trem Bala”, criado por fãs, tem 13,9 mil seguidores, conquistando engajamento com os melhores momentos da atração esportiva, ao lado do apresentador e colunista do O POVO Alan Neto. Em seu Instagram oficial, que foi criado recentemente, Homem Mau soma 12,5 mil seguidores.

Em entrevista ao podcast Futcast, do O POVO, ele comentou sua trajetória e recente sucesso entre os internautas. Quando perguntado sobre o manejo entre suas facetas pessoal e profissional, o jornalista respondeu com precisão: “É aquela história, cada um no seu lugar. O Homem Mau é um personagem. Vavá Maravilha, o narrador esportivo. Saio [do trabalho] tem o Evaristo Nogueira”.

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Tanto o personagem quanto o narrador esportivo brilham no “Trem Bala” desde seu surgimento, em março de 2011. O programa, encabeçado pelo jornalista Alan Neto, é atualmente transmitido pela rádio O POVO/ CBN e pela TV Ceará. A vida profissional de Evaristo também inclui a apresentação da atração “Saúde do Povo”, criada antes mesmo do “Trem Bala”, e participação em outros projetos, como o “Esportes O POVO”, da rádio O POVO/CBN.

Evaristo Nogueira tem experiências na política de Mossoró, onde nasceu

Natural de Mossoró (RN), Evaristo trilhou caminhos na política pouco antes de adentrar a comunicação, principalmente o rádio, no início da década de 1970. Com experiência como disc jockey (DJ) e vontade de fazer humor, ele apareceu em palanques eleitorais do município criando rimas cativantes e auxiliando os trâmites internos. Eventualmente, se tornou vereador, presidente da Câmara Municipal de Mossoró e até prefeito - mesmo que apenas por três dias enquanto o oficial e o vice viajavam.

A ligação de Vavá Maravilha com o futebol já era latente naquele tempo. Ele chegou a dirigir sozinho um time local, o Baraúnas - mesmo tendo chegado no cargo ao lado de outros oito co-dirigentes. “Ia saindo um, saindo outro, e eu fiquei sozinho. E não é que o time ainda foi vice-campeão potiguar?” Segundo ele, o Homem Mau de hoje estaria orgulhoso de sua pontualidade e responsabilidade da época como treinador do time.

Com pai potiguar e mãe cearense, Evaristo já tinha conexões com o Ceará. Mas sua vinda mais significativa para a Capital cearense ocorreu depois que a Rádio O POVO, à época conhecida pelo slogan “A companheira”, visitou o Rio Grande do Norte para a cobertura de uma partida em que o jornalista também participava. Quando ele conheceu os responsáveis pela rádio, depois de um problema técnico, a conexão foi forte o suficiente para viajar para Fortaleza já contratado, há 27 anos. Ele conta que seu irmão, Carlos Augusto, já trabalhava para O POVO, o que facilitou a ligação entre as partes.

Antes do Trem Bala, Evaristo estreou o Saúde do Povo

Após certo tempo trabalhando para  O POVO, Evaristo foi convidado a apresentar um programa sobre saúde, o qual foi concebido por Lineu Jucá em consonância com Demócrito Dummar, ex-presidente do jornal. Como ele conta, o tema lhe era estranho, mas o desafio foi aceito por acreditar em Demócrito, que disse: “Você vai me agradecer depois”.

"Comecei cobrando presidente de clube, cobrando jogador. Inventei esses bordões: refugo, letreca. E foi por aí" Evaristo Nogueira

Em 2011, surgiu o “Trem Bala” na TV O POVO; a atração já existia na rádio e foi adaptada. Vavá conta que teve noção do sucesso de sua participação no programa pela primeira vez no YouTube, com seus momentos sendo assistidos e compartilhados. “Começou a bombar eu batendo na mesa, estourando, assim [apontando dedo para a câmera]. Comecei cobrando presidente de clube, cobrando jogador. Inventei esses bordões: refugo, ‘letreca’. E foi por aí”, relata o jornalista.

Trem Bala e a repercussão nacional

O streamer Casimiro Miguel tem ajudado a popularizar o "Trem Bala". O apresentador tem um alcance enorme nas lives do Twitch e costuma citar o programa e seus integrantes. Ele, inclusive, já gravou um vídeo em seu canal De Sola no YouTube, junto com o outro streamer Pedro Certezas, reagindo aos comentários de Alan Neto e de Evaristo Nogueira. Clique aqui pra assistir ou no player abaixo.

Quem também pegou carona no Trem Bala foi o apresentador Magno Navarro, do programa "Tá na área", do SporTV, que fez uma reprodução do programa e imitou Alan Neto e Vavá Maravilha. 

A semelhança da paródia de Navarro com os jornalistas cearenses foi tão fiel que o vídeo repercutiu nas redes sociais não só entre os fãs do "Trem Bala", como também atingiu um novo público que não tinha conhecimento do programa, inclusive, o humorista Marcelo Adnet. "Po que coisa maravilhosa! Obrigado. Esse é um dos tantos Brasis", disse o comediante da Globo no Twitter.

Magno Navarro levou os bordões de Alan Neto e Vavá Maravilha, o Homem Mau, do programa Trem Bala, para a tela do SporTV
Magno Navarro levou os bordões de Alan Neto e Vavá Maravilha, o Homem Mau, do programa Trem Bala, para a tela do SporTV (Foto: Reprodução / Twitter)

Essa não foi a primeira vez que Magno Navarro levou o programa cearense para a tela do SporTV. Em fevereiro deste ano, o apresentador chegou a transmitir alguns trechos do "Trem Bala" em seu programa. 

Por que o apelido de Homem Mau?

O apelido de Homem Mau surgiu através da esposa de Alan Neto, a cantora Ivanilde Rodrigues, que comparou o comentarista a personalidades da extinta TV Tupi. Principalmente o carrasco José Fernandes, jurado do “Um Instante Maestro”, programa encabeçado por Flávio Cavalcanti. O apelido deu certo. Evaristo relata ter tirado foto com cerca de 30 pessoas no último sábado, 23, durante o intervalo de uma partida de futebol.

“Não ficou uma pessoa sem tirar foto comigo. Eu acho aquilo incrível. Eu é que agradeço, ‘não meu amigo, obrigado por ter tirado [a foto]’. Porque nós somos todos iguais perante a Deus, rapaz. Ninguém é melhor do que ninguém”, conta. Mesmo com o sucesso, Evaristo nem pensa em status de fama: “Eu levo na boa, simples. Não tem nada de entrevista, de celebridade. Deus me livre. Sou um cara normal”.

Mas o sucesso, mesmo imprevisto, também tem seus pontos negativos. Suas brincadeiras e piadas já foram vistas com maus olhos por dirigentes, colegas e outras pessoas. Ele cita o presidente do Ceará Sporting Club, Robinson de Castro, como um desses casos. Um dos momentos mais marcantes de sua carreira, segundo Vavá, foi uma discussão ao vivo no fim de 2012 com o treinador Vanderlei Luxemburgo.

Um ano difícil para Evaristo

Em paralelo às conquistas profissionais, Evaristo tem passado por momentos difíceis nos últimos meses, após a morte de seu filho, Karlo Schneider, por complicações da Covid-19, aos 39 anos. “[Estou] vivendo essa tragédia que a gente leva para o resto da vida”, desabafa. Segundo ele, conversas com colegas médicos, frutos do “Saúde do Povo”, ajudaram-no processo de luto.

Evaristo Nogueira, o Homem Mau do "Trem Bala", tem passado por momentos difíceis desde a morte de seu filho, Karlo Schneider, por complicações da Covid-19
Evaristo Nogueira, o Homem Mau do "Trem Bala", tem passado por momentos difíceis desde a morte de seu filho, Karlo Schneider, por complicações da Covid-19 (Foto: Reprodução/Blog do Lauriberto)

“Muitos deles chegaram a mim e falaram: ‘Vavá, tu tem dois caminhos. Ou você vai para o fundo da rede e acabou a vida, ou você segue a sua profissão sem esquecer a tragédia’. Aí eu peguei essa segunda opção”, relata. Ser Vavá, ou Homem Mau, tem funcionando como terapia, diz ele. “Ele [o filho] tinha muito orgulho dessa minha aparição na televisão”. Evaristo lamenta a perda de outros 23 colegas para o vírus.

O trabalho ajuda a atenuar a dor da perda, conforme ele conta, mas ainda há momentos em que a saudade fala mais alto. Recentemente, ele conta ter chorado, encostado em seu carro, logo após receber a segunda dose da vacina contra a Covid no Centro de Eventos do Ceará. “Chorei copiosamente pensando nele. Só saí de lá quando parei de chorar”.

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