Brasil: sobe número de internações de gestantes e puérperas por síndrome respiratória

Internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) tiveram aumento após crescente do número de casos de Covid-19, com o avanço da variante Ômicron, além da epidemia da gripe H3N2

O número de internações de gestantes e puérperas por Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) voltou a subir no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, na última semana epidemiológica de dezembro houve alta de mais 139% (de 147 para 351) nas hospitalizações desse público em comparação ao mês de novembro. Em relação aos casos confirmados por complicações da Covid-19, o aumento é de 62% (de 32 para 52).

Além da crescente do número de casos de Covid-19, bem como o avanço da variante Ômicron, a suspeita é que a epidemia da gripe H3N2 também seja responsável por boa parte desse aumento.

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A subida na quantidade de internações também vem sendo percebida no Ceará, segundo informações da obstetra Liduína Rocha, que é presidente do Comitê Estadual de Prevenção ao Óbito Materno, Fetal e Infantil do Estado, em entrevista à rádio O POVO CBN nessa quarta-feira, 26.


"A primeira observação é que, infelizmente, apesar de ser grupo de risco assim como todos os outros grupos de risco, a quantidade de gestantes e puérperas infectadas é avassaladora. Em avaliação no consultório atualmente, metade das gestantes que eu acompanho estão com Covid-19. A gente tem visto um nível de infectividade muito grande", explicou a obstetra à jornalista Rachel Gomes.

Dra. Liduina também atribui a baixa adesão à vacinação do público de gestantes e puérperas como um dos fatores para o aumento do número de internações e também de óbitos.

"De acordo com o boletim da semana passada do Comitê Observatório Obstétrico Nacional, estima-se que só 55% das gestantes do País tomaram a primeira dose da vacina e só 45% tomaram duas doses. Poucas tomaram a dose de reforço. Isso é extremamente preocupante", pontua.

Ainda de acordo com a médica, a principal causa obstétrica de morte no Ceará em 2021 foi em decorrência de complicações da Covid-19. Dos 116 óbitos confirmados no ano passado, 56 foram relacionados à doença.

"A maioria das gestantes que morreu no Estado, morreu por complicações da doença ou por complicações obstétricas relacionadas à doença", esclarece a presidente do comitê.

Cuidados essenciais e vacinação de gestantes e puérperas

Desmistificando algumas informações falsas que são repassadas a respeito dos imunzantes utilizados em gestantes e puérperas no País,  a Coronavac e a Pfizer, a obstetra Liduína Rocha explica que a vacinação contra a Covid-19 não estimula o parto prematuro e nem o aborto espontâneo. "Não existe esse dado na literatura, muito pelo contrário. Hoje, uma das principais causas de abortamentos e partos prematuros é por infecção por Covid-19", alerta.

"Em relação à vacina, eu queria chamar atenção para um outro dado: mulheres e familiares acham que precisam esperar o primeiro trimestre da gestação para vacinar, mas a vacina deve ser tomada em qualquer momento da gravidez e do pós-parto. Ainda, se passaram quatro meses da segunda dose, é importante que elas procurem uma unidade de saúde para fazer a dose de reforço, mesmo que o parto esteja previsto para daqui uma semana ou amanhã", completa a médica.

A obstetra também alerta para outros cuidados necessários além da adesão à vacinação contra a doença. Segundo ela, gestantes e puérperas só deveriam sair de casa no atual momento de aumento de casos de Covid-19 e de síndromes gripais para realizar os exames necessários durante a gestação e do pós-parto.

Além disso, a médica também indica o uso das máscaras N95 e PFF para esse público, uma vez que os modelos garantem mais proteção contra possíveis contaminações.

"Eu queria chamar a atenção para o abandono do pré-natal como um fator perigoso também. É importante fazer as consultas de pré-natal e os exames no tempo certo, os que são necessários. Não é bom ficar fazendo ultrassom recreativo, que é só para ver o rostinho, se expondo a ambientes com muitas pessoas. Fazer pré-natal, ficar em alerta às síndromes gripais, tomar a vacina e usar máscaras adequadas são fatores fundamentais para que a gente passe por este momento sem tantas mortes", completa Liduina.

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