Pacientes com comorbidades buscam atestados após não conseguirem vacina contra a Covid-19

Na manhã desta quinta-feira, 6, fortalezenses com comorbidades como diabetes e hipertensão precisaram retornar aos postos de saúde da Capital para buscar atestados de comprovação de grau de comorbidade. Os documentos são necessários para vacinação contra a Covid-19 dos indivíduos da terceira fase de imunização, iniciada em Fortaleza nesta semana. A etapa ocorre simultaneamente à vacinação de outros públicos prioritários.

A demanda de busca no Posto de Saúde de Messejana "Casa Verde", no bairro Messejana, é alta nesta manhã. Os profissionais da saúde têm o papel de receber e orientar, de forma mais específica, os que se vacinam nesta quinta, 6, e os que se vacinam amanhã. No local, O POVO conversou com fortalezenses que não receberam a dose do imunizante pela falta de documentos comprobatórios.

Girdênia Maria, 31, foi convocada para a imunização na última quarta-feira, 5. Gestante e com problemas de obesidade, chegou ao local de imunização, mas não tomou a dose pela falta de documentos comprobatórios da comorbidade. "Não comunicaram sobre o atestado. Só soube quando eu cheguei lá, saí e vim no posto para ver se eu consigo esse atestado", disse.

Já Grazielle da Silva, 27, buscou a documentação do sogro, que está agendado para receber a primeira dose do imunizante às 15h de hoje. "Resolvemos adiantar, mas ele já tem o atestado. Só falta mesmo o carimbo da doutora", comentou. Maria das Graças Ferreira, 61, buscou o documento para a irmã com pressão alta, fibromialgia e problemas na tireoide. Entretanto, como ainda não houve previsão de agendamento para a vacina, retornou para casa sem os documentos. "Vim perguntar se estão dando atestado, mas ela só pode vir com a certeza. A resposta foi que quando chegar o dia da dose, ela vem, pede o atestado e o médico dá".

No Castelão, um dos pontos de imunização na Capital, algumas pessoas também retornaram para casa sem a dose. Foi o caso de Maria Ideuza Viana, 58. Com pressão alta, a aposentada não apresentou a prescrição médica e não recebeu a vacina. "Estamos aqui com as receitas, tudo legalizado, mas tem que ir pegar a prescrição médica no posto para poder voltar e vacinar", lamentou.

No caso de Elba Moura, que acompanhou o esposo Denilton Souza na imunização, não houve dificuldades. Pré diabético e com problemas de hipertensão, o autônomo levou as três documentações e conseguiu a dose. "Era melhor explicar direito. Eu que fui muito preventiva e falei para ele levar as três. Vai que, de repente, precisa dos três? Daí a gente não dá viagem perdida". 

No posto Dr Hélio Góis Ferreira, no bairro Sapiranga, a manhã foi de grande procura de atestados por parte de pacientes com comorbidades. Funcionando desde às 7h de hoje com a emissão dos documentos, às 11h o atendimento foi pausado e retornará ainda pela tarde de hoje.

Vacinação da terceira fase

A terceira fase da vacinação contra a Covid-19 contempla indivíduos com comorbidades diversas. Confira aqui os agendados para receber a vacina hoje, 6. Pessoas com idade entre 55 e 59 anos, grávidas, puérperas, cardiopatas e com síndrome de down foram convocadas na última quarta-feira, 5. Para receber o imunizante, é necessário atestado, prescrição ou relatório médico - o atestado precisa especificar o grau de diabetes e hipertensão, por exemplo. Há dois modelos disponibilizados pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) para guiar as informações exigidas no dia convocado para vacinação. Confira aqui os modelos.

Um dos modelos é a declaração de acompanhamento de médico assistente, enquanto o outro foi solicitado pelos municípios para locais onde não há médico no momento e um enfermeiro da Equipe de Saúde da Família pode se responsabilizar por assinar o documento. Essa declaração tem a validade de até um ano. Usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima para obter o documento exigido. Quem faz acompanhamento em rede particular pode solicitar o atestado a seu médico.

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Com informações do repórter Italo Cosme e da repórter Mônica Damasceno

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