Reinfecção por Covid-19 pode vir acompanhada de sintomas mais fortes, aponta estudo

Primeira exposição à Covid-19 pode não produzir resposta imunológica e que a pessoa pode se reinfectar, inclusive, com a mesma variante

A reinfecção por Covid-19 nos casos brandos, em que não foi necessária hospitalização, e assintomáticos pode vir acompanhada de sintomas mais fortes da doença. É o que diz um estudo do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O artigo explica que uma primeira exposição à Covid-19 nesses casos pode não produzir resposta imunológica e que a pessoa pode se reinfectar, inclusive, com a mesma variante.

Os dados mostram que para a parcela da população que tem a doença na forma branda, não significa que eles ficaram imune ou que uma reinfecção evolua de forma menos grave. O estudo indica ainda que a reinfecção pode ser mais frequente do que se supõe. No caso da reinfecção pela mesma variante, a situação pode acontecer em virtude do paciente não ter criado uma memória imunológica. Já uma reinfecção de outra cepa, ela “escaparia” da vigilância, não seria reconhecida pela memória gerada anteriormente por ser um pouco diferente.

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Para chegar às conclusões, os pesquisadores acompanharam semanalmente um grupo de 30 pessoas de março de 2020, no início da pandemia, até o fim do ano. Destas, quatro contraíram o Sars-CoV-2, sendo que algumas foram infectadas pela mesma variante. Os pesquisadores, então, sequenciaram o genoma do vírus no caso da primeira infecção e depois na segunda para poder compará-los.

Nos quatro casos, a primeira infecção se deu com sintomas brandos. Na segunda, os sintomas foram mais frequentes e mais fortes, mas não necessitaram de hospitalização. “Essas pessoas só tiveram de fato a imunidade detectável depois da segunda infecção. Isso leva a crer que para uma parte da população que teve a doença de forma branda não basta uma exposição ao vírus, e sim mais de uma, para ter um grau de imunidade”, informa o pesquisador do estudo, Thiago Moreno. Ainda segundo ele, isso permite que uma parcela da população que já foi exposta sustente uma nova epidemia.

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Sobre os questionamentos acerca de uma possível terceira infecção, Thiago afirma que não acha impossível. “A gente não sabe quanto tempo dura a imunidade pós-Covid. Uma pessoa poderia ficar vulnerável a uma nova reinfecção ou mesmo a contrair uma variante diferente”, explica.

O novo estudo pode dar margem a mais pesquisas, como por exemplo investigar se uma pessoa pode ter uma predisposição a contrair o Sars-CoV-2. “Seria necessário um grande estudo, com uma grande parte da população, a fim de investigar uma base genética para essa predisposição entre as pessoas que não geraram uma resposta ao vírus”, conclui.

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O artigo “Evidência genética e resposta imunológica do hospedeiro em pessoas reinfectadas com Sars-CoV-2” foi coordenado pelo pesquisador Thiago Moreno, do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz).

A pesquisa envolve ainda pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Instituto D’Or de Ensino e Pesquisa (Idor) e da empresa chinesa MGI Tech Co e está prevista para ser publicada, em maio, na revista Emerging Infectious Desease (EID), dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC/EUA).

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