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Entenda o cálculo da média móvel, que segue em queda no Ceará

O cálculo é relativamente simples e depende dos casos confirmados a cada dia da semana. Devido a isso, pode ser influenciado por aumentos repentinos ou fatores externos como a exposição
21:22 | Out. 13, 2020
Autor Marília Freitas
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Marília Freitas Estagiária do O POVO Online
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Tipo Notícia

Desde meados de setembro, o Ceará vem apresentando queda na curva epidêmica do novo coronavírus. Após o índice da média móvel chegar à 2.533,6 casos confirmados no dia 17 de maio, após quatro meses depois o Estado tem cerca de 27,6 casos confirmados em última atualização desta terça-feira, 13.

A definição desse índice é explicada como média móvel: o número de casos confirmados por um intervalo de sete dias dividido pelo número sete. Por exemplo, o dado de hoje foi contabilizado junto com os outros seis dias antecedentes e foi dividido por sete. O resultado mostra uma média de casos da doença no período e é feita com o intuito de corrigir algum erro na contabilização dos casos confirmados.

A alternância da curva depende de diversos fatores, inclusive a data em que o profissional descobriu um caso confirmado e o incluiu no sistema de notificações. Como o intervalo de sintomas varia entre 7 e 14 dias, um caso confirmado em um dia pode ser apenas registrado em outro.

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A explicação vem da enfermeira epidemiológica e professora do curso de Medicina da Unichristus, Daniele Queiroz. "Nesses últimos dias e semanas, podemos ter um aumento de casos confirmados que ainda serão inclusos no sistema", diz informando sobre um possível delay entre a data de adoecimento até a data de registro - isso após procurar o atendimento e realizá-lo.

Foi o que aconteceu ontem, 12. O consórcio de imprensa realizado entre veículos jornalísticos informou que o Ceará foi o único Estado a apresentar alta no número de casos da doença. Porém, isso aconteceu devido a casos represados.

A média móvel cearense significa um controle dos casos confirmados, mas não que o vírus deixou de circular na região. "Quando começou a pandemia, a pergunta principal era "quando será o pico?". Agora, o momento é para questionar quando teremos uma segunda onda de casos", pontua Daniele.

Embora a especialista relembre para a existência de uma segunda onda de casos em epidemias e pandemias, por ora não há previsão de quando ela surgirá no Ceará. "Em qualquer onda epidêmica, existe um aumento. Novas pessoas se tornam suscetíveis, com nascimentos e migrações, e existe a possibilidade de continuação de casos", explica.

Daniele avalia um cenário epidemiológico diferente em Fortaleza. "Enquanto a Capital mantém uma quantidade pequena de casos, os demais municípios estão com algumas regiões mais críticas", pontua. Fatores como o feriadão e a falta de vigilâncias sanitárias mais rígidas podem influenciar em um aumento dos doentes por Covid-19; e consequentemente, no aumento da média móvel, diretamente relacionada com o número de casos confirmados.

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"Há a possibilidade de aumentar os casos quando se aumenta o risco. Se fizermos uma análise em específico para regiões de grandes centros turísticos, o feriado pode influenciar", alerta. Como as únicas medidas existentes são de prevenção individual e de isolamento, mantém-se a importância dos cuidados que já sabemos: máscara, distanciamento e evitar aglomerações.

"Conforme aumenta-se o contato, existe também a tendência de aumentar os casos. Os cuidados devem continuar e com o número de casos não aumentando, isso reflete que as medidas necessárias para conter o vírus estão sendo efetivas", conclui Daniele.

Após estabilidade de óbitos, Brasil apresenta queda em índice pela 1ª vez desde maio

Informações da última divulgação do consórcio de imprensa às 13h desta terça-feira, 13, registraram uma queda da média móvel de mortes no País: 562 óbitos, segundo o balanço consolidado da última segunda-feira, 12.

O número é o mais baixo desde o dia 9 de maio e marca uma queda de 19% em relação aos dados registrados em 14 dias. Antes dessa queda, a média móvel de novas mortes estava estável. A comparação leva em conta a média de mortes nos últimos 7 dias até a publicação do balanço de hoje, 13, em relação à média registrada há duas semanas.

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O Ceará já apresentou divergência com os dados do consórcio obtidos por uma parceria entre os veículos de imprensa G1, O Globo, Extra, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL. Os critérios adotados são:

Média móvel: média de casos ou mortes dos últimos 7 dias
Variação: mudança da média móvel nos últimos 14 dias
Estabilidade: variações de até 15%, para mais ou para menos


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