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Profissionais na linha de frente contra a Covid-19 ainda sofrem com atraso salarial; Sesa rebate

Desde o último mês de maio, O POVO vem relatando em diversas matérias casos de atraso salarial dos profissionais da saúde
19:45 | Jun. 11, 2020
Autor Rubens Rodrigues
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Rubens Rodrigues Repórter do OPOVO
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Tipo Notícia

Os esforços no setor da saúde foram muitos para atender aos pacientes confirmados e suspeitos de Covid-19 no Ceará. Entre mais de 4 mil mortos e 52 mil recuperados (dado desta quinta-feira, 11, divulgado pela Secretaria da Saúde), muitas dessas pessoas passaram por hospitais de campanha montados do zero ou leitos adquiridos exclusivamente para o combate à doença. Há, no entanto, outro problema que ainda afeta quem está no enfrentamento direto ao novo coronavírus: atraso salarial. Em nota, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) afirmou que as cooperativas que lidam com funcionários de hospitais foram pagas e os profissionais de saúde estão recebendo conforme validação das horas trabalhadas.

Desde o último mês de maio, O POVO vem relatando em diversas matérias casos de atraso salarial dos profissionais da saúde no Hospital Leonardo Da Vinci, adquirido pelo Estado para tratar de pessoas com Covid-19, e também no Hospital geral de Fortaleza (HGF). Além disso, profissionais do Hospital Universitário Walter Cantídio chegaram a denunciar falta de EPIs e profissionais do Samu reivindicaram equiparação salarial de plantões com unidades de saúde para Covid-19.

Nesta quinta-feira, 11, O POVO apurou que nem todos os funcionários do Hospital Leonardo Da Vinci receberam os valores que estavam atrasados. "Até agora só pagaram a metade em duas parcelas, de valores que vêm desde abril", conta uma fonte que terá identidade preservada. "Ninguém entende por qual motivo isso acontece. Estamos fazendo de tudo pela saúde, mas o descaso conosco tá grande", desabafa outro trabalhador.

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A situação é parecida para quem trabalha no Hospital de Messejana. "Tá difícil, viu? É esta a realidade da saúde", reclama um dos profissionais ouvidos pela reportagem. Foram realizadas diversas tentativas de contato com a Cooptace Fortaleza, que conforme fontes ouvidas pela reportagem trata financeiramente dos profissionais do Leonardo Da Vinci e do Hospital de Messejana, mas as ligações não foram atendidas. O POVO também recebeu denúncias de enfermeiros do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) com o mesmo problema.

O que diz a Sesa

Questionada, a Sesa informou que as cooperativas que lidam com funcionários do Da Vinci e do HGF foram pagas e os profissionais de saúde estão recebendo conforme validação das horas trabalhadas na linha de frente da Covid-19 ou no atendimento a outros casos. "A Sesa ressalta que os pagamentos ocorrem de acordo com o recebimento dos relatórios de prestação de serviços enviados pelas cooperativas, o que pode variar com o tempo de envio ou ainda, com a análise e validação das informações", disse a pasta por meio de nota.

A Sesa explicou, em nota, que o Estado "contrata horas de trabalho das cooperativas médicas e não médicas. Os repasses dos valores são pagos mediante os faturamentos das horas trabalhadas no mês correspondente pela própria cooperativa e auditada e validada por setores competentes de cada hospital da rede Sesa".

A nota continua: "Os valores são depositados na conta bancária da cooperativa e esta é quem faz o repasse nas contas bancárias de seus cooperativados. A prestação de contas a esses profissionais é de competência da própria cooperativa. As instituições hospitalares prestam conta com a Sesa e Governo através de relatórios emitidos, como também via sistemas de gestão financeira, através do Portal da Transparência, onde constam os gastos da unidade por fonte de recursos".

O POVO pediu, no último dia 5, para a Sesa listar as cooperativas com horas contratadas e as respectivas unidades hospitalares com as quais trabalham. Também foi solicitado balanço de quantos profissionais da saúde foram afetados pelo atraso no pagamento. Especificamente para essas demandas não houve respostas. Hoje, O POVO voltou a questionar a Sesa, desta vez sobre atrasos para trabalhadores do Hospital de Messejana e do Hospital Infantil Albert Sabin. Até a publicação desta matéria, não houve retorno.

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