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Empresário cearense acusado de não cumprir quarentena e espalhar coronavírus na Bahia prestou depoimento via carta precatória, afirma Polícia Civil

Além de Cláudio Vale, outras testemunhas também prestaram depoimento em unidade de Porto Seguro. Grupo está sendo investigado por deixar confinamento na Bahia em março e seguir para o Ceará antes do resultado dos exames, que deu positivo para alguns deles
09:13 | Mai. 29, 2020
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O advogado e empresário cearense Cláudio Vale, acusado de não cumprir quarentena e espalhar coronavírus na Bahia, prestou depoimento em unidade policial de Porto Seguro, na Bahia, disse Polícia Civil em nota. Ele é apontado como responsável por disseminar a Covid-19 em Trancoso, distrito de Porto Seguro, sul da Bahia. Parte das pessoas que tiveram contato com o advogado, e foram diagnosticadas com a doença, viajaram para o Ceará. O governo baiano informou a situação ao governo cearense em março. Além de Cláudio, as outras pessoas de seu grupo também prestaram depoimento.

Segundo nota, foi instaurado inquérito para investigar o caso na Delegacia de Turimo de Porto Seguro e está em andamento. Veja nota na íntegra:

Foi instaurado inquérito na Deltur/Porto Seguro e está em andamento. Cláudio e algumas testemunhas prestaram depoimentos na unidade, que realiza diligências para apurar o ocorrido.

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Segundo Polícia Civil, Cláudio não prestou depoimento presencial, mas sim via via carta precatória. Ele não se encontra na Bahia. A carta precatória é uma forma de comunicação entre juízes. É aplicada quando depoimentos daquele caso não podem ser feitos de forma presencial. Para que a justiça não exija que a testemunha se desloque de onde ela reside para outra cidade, o juiz de uma comarca envia uma carta precatória para o juiz da outra. A testemunha é ouvida pelo juiz da cidade onde ela está e o depoimento é encaminhado para o fórum da cidade que solicitou.

O POVO tentou contato com o empresário, mas não obteve resposta.

Entenda o caso

O advogado e empresário Cláudio Henrique do Vale Vieira compareceu, em 7 de março, ao casamento de Marcella Minelli, irmã da influenciadora Gabriela Pugliesi, com o médico Marcelo Bezerra de Menezes, em Itacaré, na Bahia. Na cerimônia para 500 convidados, no Txai Hotel Resort, havia um empresário paulistano, recém-chegado de Aspen, nos Estados Unidos. Em 11 de março, o paulistano foi diagnosticado com coronavírus. Posteriormente, vários outros convidados também tiveram resultado positivo para seus exames, como a cantora Preta Gil, a atriz Fernanda Paes Leme e a irmã da noiva, Gabriela Pugliesi.

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No dia 11 de março, Cláudio Vale estava em São Paulo e fez exame para coronavírus no hospital Albert Einstein. Ele, porém, ão cumpriu a recomendação de isolamento diante da suspeita. Em 12 de março, ele viajou em avião particular para Trancoso. Em 13 de março, saiu o diagnóstico positivo de coronavírus.

Conforme informou em uma edição do programa Fantástico, da TV Globo, a casa do advogado chegou a reunir 20 pessoas, inclusive oito empregados. Em 14 de março, uma das pessoas da casa buscou os serviços de saúde, após o diagnóstico de coronavírus do empresário. Houve recomendação de isolamento domiciliar e as pessoas que lá estiveram se submeteram a exames. Apesar disso, conforme informou o Fantástico, na noite de 15 de março, cinco pessoas deixaram a casa e, em voo comercial, seguiram para Fortaleza.

No grupo estava Paulo Vieira, irmão de Cláudio, que posteriormente testou positivo para o novo coronavírus.

Entre os que também tiveram diagnóstico positivo estão Renata Vale, mulher de Cláudio, e o cozinheiro. Eles seguem confinados em Trancoso.

Após a confirmação dos casos, a Prefeitura de Porto Seguro decretou emergência.

A assessoria do advogado negou ao Fantástico que recomendações médicas tenham sido ignoradas. Paulo Vieira, por sua vez, afirma que viajou ao Ceará com autorização das autoridades e que viagem seguiu protocolo de segurança. Ele afirma que desde o diagnóstico positivo segue todas as orientações médicas.

O governo da Bahia informou ao governo do Ceará sobre o grupo que deixou o isolamento em território baiano e seguiu para Fortaleza sem esperar o resultado.

Cláudio Henrique do Vale Vieira foi candidato a vice-governador do Ceará em 2010, na chapa de Lúcio Alcântara.

Quando caso veio à tona, assessoria de Cláudio chegou a divulgar a seguinte nota:

"É totalmente falsa a informação de que o empresário Claudio Henrique do Vale Vieira teria ignorado recomendações médicas quanto ao coronavírus. Seu teste para o covid-19 foi feito em São Paulo, no dia 11/3. O resultado foi obtido no dia 14, quando ele já estava em sua residência na Bahia, e resultou positivo. Diante disso, imediatamente, o empresário iniciou isolamento em sua residência, sob supervisão médica. O empresário segue rigorosamente todas as recomendações das autoridades de saúde.

A defesa do empresário Cláudio Henrique do Vale Vieira informa que ainda não foi notificada oficialmente sobre a instauração do inquérito pelo MP da Bahia. O empresário está à disposição do MP da Bahia para prestar todos os esclarecimentos necessários. Entende que o inquérito é o meio adequado para a isenta apuração dos fatos, o que certamente vai demonstrar a falta de fundamento das acusações."

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Com informações do Correio


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