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A arte do otimismo: constante exercício de focar nas possibilidades

Ao contrário do que se pensa, o otimismo não é inerente à personalidade das pessoas; ele pode ser desenvolvido
10:03 | Mai. 20, 2020
Autor Catalina Leite
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Catalina Leite Repórter do OP+
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Tipo Notícia

Em um cenário de pandemia, enxergar as possibilidades de um futuro melhor é muito difícil. Com a maioria da população confinada em casa, na tentativa de retardar o avanço de um vírus ainda começando a ser estudado, o medo, a ansiedade e a preocupação ficam mais intensos.Pela manutenção da saúde mental, no entanto, é preciso exercitar o otimismo e focar nas possibilidades. Nesta quarta-feira,  20 de maio, é comemorado o Dia do Otimismo. 

A mobilização global e incansável de pesquisadores já chega ao estágio de testes em humanos para avaliar tratamentos com anticorpos e eficiência de vacinas. Enquanto isso, 1.702.225 pessoas já se recuperaram da Covid-19 no mundo, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins (EUA) atualizados na manhã desta quarta-feira, 20.

Encarar essas informações com otimismo está longe de negar a realidade. Pelo contrário, é uma forma de analisá-la e pensar em estratégias para resolver o problema e lidar com ele. “As pessoas otimistas não estão negando a realidade. Elas apreendem o que está acontecendo e tentam trazer uma conduta de crenças mais positivas”, explica a psicóloga Roberta Cavalcante.

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O que esperar do mundo após a pandemia que estamos vivendo

“Os otimistas tendem muitas vezes a considerar os seus problemas como passageiros, como problemas controláveis e específicos de determinadas situações”, analisa a especialista. De acordo com a psicóloga, essa prática faz com que ultrapassar obstáculos seja menos doloroso, já que pessoas otimistas conseguem ter perspectiva de futuro.

Isso não significa que o mundo otimista é sempre cor de rosa. Roberta explica que é normal e até saudável permitir-se sentir as dores e o sofrimento, principalmente durante uma pandemia. Porém, a escolha ativa de tentar enxergar as soluções é o caminho para sentir-se melhor. “Quanto mais momentos de otimismo nós tivermos, mais otimistas nós seremos”, pontua.

“É preciso que a gente reconheça os nossos pensamentos sendo eles pessimistas ou otimistas. Como estamos nos utilizando deles na nossa vida?”, questiona Roberta. Para a psicóloga, refletir sobre o uso desses pontos de vista é fundamental para o processo de autoconhecimento e de amadurecimento. “Muitas vezes [é importante] também colocar na balança mais pensamentos otimistas que pessimistas, para fortalecer os nossos recursos físicos, sociais e intelectuais”.

Cinco dicas para exercitar o otimismo durante a pandemia

Pratique boas ações e seja grato: é possível exercer o otimismo ao ajudar outras pessoas, já que a solidariedade reverbera positivamente em quem realiza. Também é importante fazer uma análise do seu dia e tentar entrar algo que você é grato. Reflita: O que aconteceu no seu dia que você pode agradecer? Isso aconteceu por quê?

Viver mais o presente: estar atento à importância do aqui e agora é essencial. Pensar constantemente sobre algo que já passou ou que ainda vai acontecer muitas vezes traz sofrimento e ansiedade.

Diminuir a autocobrança: o mundo já tem exigências demais, sejam no trabalho, sejam na vida pessoal. Essa cobrança excessiva pode trazer à tona muitos sentimentos negativos, de tensão emocional e de frustração.

Focar o pensamento em outras possibilidades: é preciso desenvolver uma percepção de crença, de algo melhor. Quantas pessoas já conseguiram se curar? Se os países que estão saindo da quarentena, quais foram as ações implementadas? Dá a percepção de que não só existe um lado negativo, admirar também esse outro lado.

Fazer atividades que te deixam feliz: encontre uma atividade que te faça feliz. “Fazer ou aprender algo. Estar atento a você, ao teu corpo, como tu se encontra nas tuas emoções. Encontrar atividades que você goste, por mais simples que sejam, para te deixar mais calma, te desestressar e te trazer sentimentos mais positivos”, aconselha Roberta.

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Otimismo e a saúde física e mental

“Sem dúvida nenhuma, nós [psicólogos] percebemos que pessoas mais otimistas vivem mais e desfrutam de uma saúde melhor do que as pessoas que são pessimistas, ou só estão olhando o lado ruim das coisas”, pontua Roberta.

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A especialista relembra uma conclusão da psicóloga estadunidense Barbara Fredrickson, após pesquisa desenvolvida em Harvard: o otimismo tem impacto direto e positivo no corpo. Ainda, facilita a solidificação de laços de amizade, amor e união. Isso faz bem porque os relacionamentos são chave para aflorar emoções positivas, consideradas por Fredrickson como um conceito otimista.


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