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Coronavírus em Fortaleza: primeiro dia de uso obrigatório de máscaras tem aglomerações perto de lojas e avenidas movimentadas

Governo do Ceará e Prefeitura de Fortaleza anunciaram medidas mais rígidas para enfrentar a Covid-19. Estado já totaliza mais de 12 mil confirmações pela doença e mais de 800 mortes
16:02 | Mai. 06, 2020
Autor Marcela Tosi
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Marcela Tosi Repórter de Cotidiano
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Tipo Notícia

A manhã após o anúncio de enrijecimento do isolamento social foi de intenso movimento em Fortaleza. O decreto que obriga o uso de máscaras a todos os cearenses que precisarem sair de casa parece estar surtindo efeito, o item está nos rostos da maioria das pessoas. Entretanto, os números crescentes da Covid-19 e as novas regras que passam a valer na sexta-feira, 8, não frearam os fortalezenses. O POVO esteve nas proximidades de agências bancárias, pelas principais avenidas da Capital e na área de comércio no Centro.

As aglomerações, que se tornam proibidas e passíveis de penalização, acontecem nas filas para acessar agências bancárias e em frente a lojas que funcionam de portas fechadas no Centro. Mesmo com a proibição para o comércio não essencial desde 19 de março, diversos estabelecimentos — das lojas de eletrônicos às de artefato religiosos — atendem os clientes que batem à porta. Outros locais funcionam no sistema de drive-thru e geram filas nas calçadas. Em uma delas está a esteticista Edilsa Reis, 34, que foi acompanhar a irmã na compra de um celular.

Para ela, as medidas postas pelos novos decretos “chegam atrasadas”. “Está sendo decidido agora o que era para ter começado desde o início do ano, mas tem que fazer, né?”, opina. “Está me deixando doida essa história de não poder sair de casa. Quem tem a vida muito corrida como eu tinha, é muito complicado. Dá logo uma depressão, uma ansiedade, uma vontade de comer tudo”, completa.

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Perto dali estava uma idosa de 78 anos que não quis se identificar, mas afirmou que precisou ir à rua Pedro Pereira para sacar a aposentadoria. “Todo mês preciso vir, mas agora essa ordem aí a gente tem que obedecer”, relata se referindo às medidas contra o coronavírus. “Tem morrido muita gente. É uma coisa fora do comum”, lamenta. Por volta das 11 horas, a fila para entrar na agência do Bradesco já virava duas esquinas.

Nas ruas centrais, carros, motos e ônibus se engarrafavam em um cenário que em quase nada difere do cotidiano antes da pandemia. O fluxo também é grande nas avenidas da Capital. Entre as 9 horas e o meio-dia, O POVO circulou por algumas delas, como Oliveira Paiva, Paulino Rocha, Silas Munguba e Senador Fernandes Távora. Em todas, cerca de 20 automóveis podiam ser contados diante de um semáforo fechado.

A Prefeitura de Fortaleza, por meio da Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis), está identificando aglomerações e outros descumprimentos do isolamento social. Denúncias podem ser realizadas por meio da Central 156 e via Ciops, pelo 190. Detalhes do protocolo de atuação que visa garantir o cumprimento das novas medidas e ampliar a segurança sanitária serão divulgados na quinta-feira, 7.

Até o início da tarde desta quarta-feira, 6, o Ceará chega ao registro de 12.263 casos e 839 mortes por Covid-19. Os números foram atualizados na plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), às 14h10min. São 793 casos e 35 mortes a mais que o registrado no fim da tarde de ontem.

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