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Como manter a saúde emocional durante a crise de coronavírus; confira dicas

Especialistas recomendam calma, e evitar deixar-se paralisar pelo medo
22:34 | Mar. 17, 2020
Autor Lucas Braga
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Lucas Braga Repórter do O POVO Online
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Tipo Notícia

Transtornos, mudanças de rotina, alteração da ordem. A pandemia de Covid-19, que começou na China, agora se alastra pelo Brasil. Os receios aumentam nem sempre à medida das providências. Contudo, a recomendação dos especialistas para a manutenção da saúde mental é buscar ao máximo evitar pânico.

Estudo publicado pela revista britânica Lancet abordou o medo e a solidão sofridos por quem enfrenta uma quarentena. Estresse pós-traumático, confusão, raiva e ansiedade podem ser algumas consequências. Medo, dúvidas e até o tédio foram mencionados no estudo.

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O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) admite que a quarentena pode "ter impacto econômico e social nas pessoas e nas comunidades, mas estudos mostram que a adoção gradual dessas intervenções pode reduzir a transmissão".

Dessa forma, busca-se saídas para enfrentar a quarentena. Especialistas ouvidos pelo O POVO recomendam “buscar sentido ao momento”, tentando manter-se ativo.

Se já houver quadro de depressão ou ansiedade crônica, por exemplo, consultar um profissional psicoterapeuta ou psiquiatra pode ser a melhor opção.

“O medo pode ser bastante imobilizador e deve ser evitado. No caso da pandemia, é necessário adotar as recomendações orientadas à saúde, na perspectiva que o momento passará, para que a ansiedade não tome uma proporção demasiada”, defende Márcio Gondim, professor do Curso de Psicologia da Unifanor.

Bom senso, paciência, resiliência e sabedoria são as recomendações de Kelly Albuquerque, psicanalista e doutora em Psicologia. “Toda doença ou possibilidade de adoecimento fazem disparar aspectos psicológicos singulares de quem o vive. Assim, tente escutar o que suas manifestações e expressões dizem de você mesmo. Converse e, se a angústia aumentar, procure uma escuta especializada”, pontua ela, que também é também professora da Unifanor.

Confira mais cinco dicas da psicanalista:

1 - Procure atividades de relaxamento, foque em atividades que causem satisfação. Leia um livro;

2 - Dialogue e compartilhe seus medos e angústias com amigos e membros da família. Seja uma rede de apoio para os que se mostram angustiados, não apenas aos seus amigos e familiares. Ajude de algum modo aqueles mais fragilizados que se encontram em situação vulnerável. Exerça o amor comum, pelo desconhecido;

3 - Faça um balanço do que você foi, do que é e do que poderá ser enquanto ser humano. Reveja os modos como conduz sua vida. Reveja seus valores;

4 - Não se angustie caso apresente sintomas característicos. Tenha calma e siga as recomendações. Seu estado emocional será decisivo na vivência de tais sintomas;

5 - Não se deprima ou se revolte. Que isso tudo nos ensine a lutar, pela existência.

Veja ainda as recomendações da OMS para a saúde mental


A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou orientações para preservar o bem-estar durante a pandemia. As dicas ajudam inclusive na prevenção, ao manter lucidez para selecionar o que realmente ajuda neste momento.

O fluxo constante de notícias sobre o tema pode gerar ansiedade e estresse. Assim, a dica é selecionar um ou dois momentos do dia para informar-se. E, claro, buscar conteúdo de qualidade em jornais com credibilidade, seja em meios impressos, rádios, TVs ou internet.

“Procure informações principalmente para tomar passos práticos, preparar seus planos e proteger-se. Divulgue histórias e imagens positivas de pessoas que se recuperaram do novo coronavírus”, recomenda a organização.

Os mais velhos são a população de maior risco às complicações da Covid-19. Ofereça recomendações claras sobre a prevenção da enfermidade e as repita quantas vezes for necessário, sempre de forma calma e respeitosa. “Especialmente aqueles que estão isolados ou com declínio cognitivo/demência podem ficar mais ansiosos, com raiva, estressados, agitados e arredios durante quarentenas. Apoio emocional e prático são bem-vindos, seja da família, seja de profissionais da saúde”.

“Conserve o que for possível das suas atividades diárias”. Apesar do isolamento físico, comunique-se com seus familiares e amigos por internet e telefone. “Nos períodos de maior estresse, foque nas suas necessidades e sentimentos. Envolva-se em atividades que goste e ache relaxante. Exercite-se (mesmo que em casa), mantenha rotina diária regular de sono coma alimentos saudáveis. Mantenha as coisas em perspectiva”, completa o comunicado. Leia mais aqui (em inglês).

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