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Ações de solidariedade crescem com avanço do coronavírus. Saiba como ajudar

O partilhar e o servir, nesse período de quarentena, é também estar disponível virtualmente. A atitude é um exemplo de ação em prol do outro
11:36 | Mar. 24, 2020
Autor Angélica Feitosa
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Tipo Notícia

Quando as cidades param e se difunde a ideia de que o recolhimento é a melhor forma de proteção para si e para o outro, oferecer ajuda, antes tão simples, significa poder e conseguir fazer a diferença. “Também passei por isso, dificuldade de estar na rua. Sei que eles estão precisando de comida”, confia Yorge Luis Ruiz. O artista de rua venezuelano agora não se pinta de dourado, da cor de Jasper - a cadelinha simpática de quem é tutor -, para fazer estátua viva na Praça do Ferreira. Desde o decreto do governador Camilo Santana, na quinta-feira, 19, determinando o fechamento de estabelecimentos de serviços não essenciais, ele vai por bairros da Cidade, devidamente protegido e mantendo distância das pessoas, com quentinhas e ração nas mãos para distribuir aos moradores de rua e aos animais. 

“Ontem fiquei muito triste porque eles (moradores de rua) não sabem o que está acontecendo”, conta ele, sobre a pandemia do novo coronavírus. Perguntaram para Yorge por que está todo mundo usando máscaras. “Eles não têm acesso a nada”, diz. Yorge, que faz parte do Instituto de Proteção Animal Andréa Araújo, lembra que quando os restaurantes e os bares funcionavam eram desses estabelecimentos e dos clientes que as pessoas na rua conseguiam doações para se alimentar. “Eu fico muito grato com o povo brasileiro. Eu não sou daqui e me receberam e me apoiaram. Precisava fazer alguma coisa”, compartilha.

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Atendimento médico

Desde que o Conselho Federal de Medicina (CFM) encaminhou ofício ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reconhecendo a possibilidade e a eticidade de uso da telemedicina no País, na última quinta, 19, uma rede de solidariedade  de médicos em todo o País vem ganhando força. Ao trabalhar justamente na área de maior demanda para os casos da Covid-19, a médica otorrinolaringologista Aline Saraiva se disponibilizou, via rede social Instagram, a tirar dúvidas. “Entendemos que a população, assim com nós também, está bastante apreensiva com a epidemia de coronavírus. O acesso à informação nas redes sociais é uma maneira rápida e acessível a todos”, informa ela.

A situação é muito recente ainda e, de acordo com Aline, os médicos estão recebendo informações de outros lugares em que houve a epidemia e pegando exemplos do que deu ou não certo. “Com a resolução do Ministério da Saúde autorizando, nesse momento singular, a telemedicina, resolvemos criar o movimento de tentar orientar a população, por meio das redes sociais, que é um meio acessível a todos, sobre as dúvidas sobre a doença”, informa. Outro fator facilitador do uso da telemedicina foi a de buscar orientar a outros pacientes que não busquem as unidades de saúde se não for realmente necessário porque são locais de potencial contaminação.

Apesar de os profissionais de saúde saberem que a doença tem índice de letalidade baixa, ainda conforme a médica, o que preocupa é que a Covid-19 tem um grau de transmissão altíssimo. “Por isso, estamos tentando evitar que as pessoas circulem na rua para ver se o sistema de saúde público e o privado tenham condição de dar assistência aos pacientes potencialmente graves”, afirma.

Mudando de foco

O cancelamento temporário da Auê Feira Criativa não impossibilitou que a produtora cultural Mariana Marques continuasse realizando outras ações. Publicitária de formação, ela organizou, junto ao sócio Pedro Mourão, um total de 20 edições do evento, em um ano e meio de funcionamento. “Junto com os prejuízos para os empreendedores, houve um prejuízo também para as instituições que nós fazíamos trabalho juntos.” Uma das entidades que recebia ajuda era a Associação dos Voluntários do Hospital São José (AVHSJ), que teve de parar as atividades presenciais de acolhimento aos pacientes da unidade.

Ação de Mariana Marques e de Pedro Mourão em arrecadar doações deve auxiliar, pelo menos, outras três instituições, além da AVHSJ: Instituto Trêsmares, que atua em parceria com a Associação dos Moradores do Titanzinho e realiza atividades com as crianças e adolescentes no contraturno escolar;  Cia Vidança, que realiza ações formativas em arte, voltadas para crianças e adolescentes em situação de risco e exclusão social no bairro Vila Velha; e Associação Voar, que atende mais de 100 crianças e adolescentes, com idades de 7 a 17 anos, em situação de vulnerabilidade social, e as famílias e a comunidade no geral.

Maria do Carmo Mendes, presidente da AVHSJ conta que a maior parte dos voluntários pertence ao grupo de risco por terem mais de 60 anos. “Estamos dando assistência psicológica por telefone, mas os 12 leitos da casa tiveram de ser fechados. A associação funciona como apoio aos pacientes do Interior que recebem atendimento no HSJ e não têm familiar em Fortaleza. Os pacientes almoçavam, tomavam banho, assistiam palestras ou participavam de oficinas. “Como todos os nossos serviços foram interrompidos, algumas consultas foram suspensas”, lamenta.

O paciente com HIV tem de estar na quarentena pelos próprios riscos que já sofrem com a baixa imunidade provocada pelo vírus. E uma parte deles mora na zona rural dos municípios, não tem como vir receber o medicamento. “Eles precisam de toda uma logística para receberem a medicação. É muito doloroso e eles (os pacientes) estão se sentindo muito fragilizados. Eles não podem transitar. Maria do Carmo avisa que deve tentar comprar cestas básicas e enviá-las e a esses pacientes.

Como ajudar

Auê Feira

Mariana Marques Ferreira
CPF: 658.842.303-97
Banco Nu pagamentos S.A./ Código 260
Agência 0001/ cc 22298377-9

Associação dos Voluntários do Hospital São José (AVHSJ)

Banco do Brasil
agência 906-8
cc 5354-6

Caixa Econômica Federal
Agência 1563
op 03
conta 0331-9

CNPJ - 72537947000147 - Associação dos Voluntários do Hospital São José

Yorge Luis Ruiz

Telefone: (85) 99657 1049

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