Festival de horror lota São Luiz com 'O Fantasma da Ópera'

Festival de horror lota São Luiz com 'O Fantasma da Ópera'

4ª edição do Festival Sinistro recebeu sua maior plateia nesta quarta-feira, 22, com presença da Orquestra Sinfônica da Uece e cantores líricos
Atualizado às Autor Arthur Gadelha Tipo Analise

"A abertura sempre dá muita gente, mas até hoje não colocamos 1050 pessoas”, me contou Thiago Rocha, um dos coordenadores do IV Sinistro, festival de cinema fantástico que exibe filmes de terror, suspense e ficção científica em Fortaleza.

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Nesta quarta-feira, 22, porém, a capacidade máxima do Cineteatro São Luiz quase não foi suficiente para tanta gente – pela primeira vez em todos esses anos em que frequento o espaço, seja para assistir filmes, musicais, eventos, shows ou espetáculos, tive que ficar na última fileira do segundo andar porque simplesmente não havia mais qualquer lugar disponível.

Até próximo domingo, 26, o festival seguirá com programação gratuita no São Luiz, Rede Cuca e Casa Amarela Eusélio Oliveira com exibições de curtas e longas-metragens, além da realização da primeira edição do Sinistro LAB, laboratório de projetos com histórias do gênero.

Na noite de estreia, a experiência já emocionava antes mesmo de começar. Após as rápidas apresentações da produção e de patrocinadores, a Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual do Ceará (Uece) entrou no palco sorrateiramente, no escuro de uma plateia que olhava atentamente na expectativa de qual a primeira nota que quebraria aquele silêncio.

4ª edição do Festival Sinistro

Embora fosse possível escutar alguns risos constrangidos, acuados pela multidão calada, a sensação já era de certo temor.

Na tela suspensa sobre a cabeça dos músicos, projetava-se cenas muito antigas de “O Fantasma da Ópera” (1925), obra emblemática que completou 100 anos em 2025. A efeméride parece oportuna também para repensar sobre o que aconteceu ao gênero fantástico enquanto o próprio cinema avançou como linguagem e mercado, garantindo certas revoluções mesmo que muitas vezes seja tratado como descarte pelos grandes estúdios.

Quando o maestro ergueu a batuta, quebrando a tensão de uma audiência naturalmente não familiarizada com uma “sensação comercial” do cinema mudo, senti que talvez aquela fosse uma sensação parecida com o primeiro público, em Nova York dos anos 1920, deparando-se pela primeira vez com essa história silenciosa no começo de um século tão assustador.

No desfecho da apresentação, os quatro cantores líricos da Companhia Trupecantes (Mariana Juliana, Daniel Sombra, Juju Weyne e Matheus Marques) arrebataram os espectadores que logo se ergueram em palmas efusivas.

Mesmo que seja difícil esse público se repetir nos dias seguintes, a abertura foi eletrizante o suficiente para dizer algo importante: mesmo novato, diante de um público tão atraído pelo cinema de gênero feito no Brasil e no mundo, o festival ocupa um espaço que Fortaleza sentia falta.

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