Análise: 'Tremembé' mostra o cotidiano no 'presídio dos famosos'

'Tremembé': série da Prime Video mostra o cotidiano por trás das grades

Nova série da Prime Video, "Tremembé" mostra o dia a dia dos detentos mais famosos do Brasil.
Atualizado às Autor Jansen Lucas Tipo Analise

Existe um fascínio por produções baseadas em crimes reais. As já conhecidas séries “True Crime" revelam as trajetórias, crimes e julgamentos de casos violentos e notórios. No Brasil e no mundo, essas produções exploram o desejo do público de conhecer detalhes sobre acontecimentos chocantes e a vida dos criminosos envolvidos.

No entanto, poucos se perguntam como é a realidade por trás das grades para essas figuras após suas condenações.

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Baseada no livro homônimo do jornalista Ulisses Campbell, "Tremembé", a nova série do serviço de streaming Prime Video, lançada na sexta-feira, 31 de outubro, leva o espectador ao presídio que abriga os criminosos mais famosos do País.

No local, figuras como Suzane von Richthofen, Daniel e Cristian Cravinhos, Anna Jatobá, Alexandre Nardoni e Elize Matsunaga cumprem ou cumpriram suas penas após condenações.

Ao contrário de muitas produções do gênero, "Tremembé" não se limita a recontar os horrores cometidos pelos detentos. Em vez disso, foca no cotidiano dessas pessoas dentro do sistema prisional.

Embora a série apresente de forma breve o que algumas dessas figuras fizeram, o verdadeiro propósito da produção audiovisual é mostrar a vida delas dentro das paredes do presídio. E esse é o seu maior acerto.

Sob a direção geral de Vera Egito e direção episódica de Daniel Lieff, a série adota uma estrutura quase antológica, com cada episódio destacando um dos personagens principais, permitindo que o público compreenda como cada um deles foi parar ali.

"Tremembé": o acerto das atuações

A abordagem tem um tom quase “novelesco”, com uma dinâmica marcada por humor ácido e ótimas atuações.

Embora a série não tenha um único protagonista, há um certo destaque para Suzane von Richthofen, interpretada por Marina Ruy Barbosa, na ala feminina do presídio, e para os irmãos Cravinhos, foco da ala masculina. Esse direcionamento ajuda no desenvolvimento da trama ao longo dos episódios.

O trabalho da atriz Marina Ruy Barbosa merece destaque na interpretação de Suzane, a jovem que matou os próprios pais e, à época, chocou o Brasil pela frieza. Sua performance é impressionante, chegando a uma semelhança assustadora com a figura real, o que torna ainda mais palpável o lado manipulador e perturbador da personagem.

Em momentos já conhecidos pelo público, como a famosa entrevista de Suzane para o apresentador Gugu, a semelhança dos trejeitos é assustadora.

Aliás, não apenas Marina, mas todo o elenco se destaca pela capacidade de encarnar essas figuras reais. No entanto, o destaque da série fica por conta do trabalho de maquiagem e direção de arte. Em várias cenas, o espectador sente-se imerso no ambiente claustrofóbico de Tremembé, como uma "mosca na parede", observando e escutando as conversas daqueles condenados.

"Tremembé" não se limita a apresentar apenas os presos “famosos”. Ao longo dos episódios, surgem outras figuras igualmente intrigantes, revelando crimes ainda mais assustadores do que os já conhecidos, o que, em alguns momentos, chega a chocar. E isso amplia ainda mais o escopo da série.

Ao final de cinco episódios, "Tremembé" acaba por ser um grande acerto da Prime Video, indo além da espetacularização do crime. A série nos leva a refletir sobre o cotidiano de um dos presídios mais notórios do Brasil, e nos faz questionar temas como ressocialização, relações humanas e os limites da empatia.

Tremembé

  • Onde assistir: www.primevideo.com

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