Despedida de William Bonner no Jornal Nacional; relembre momentos do âncora
Após quase três décadas no comando do Jornal Nacional, William Bonner se despede nesta sexta-feira, 31. Veja momentos marcantes do âncora
Quase três décadas após ter assumido a apresentação do Jornal Nacional em 1996, William Bonner se despede da bancada nesta sexta-feira, 31.
A edição marca a última vez que o jornalista irá apresentar o programa, cujo comando será assumido por Renata Vasconcellos e César Tralli a partir da segunda-feira, 1º.
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Conhecido pelo seu marcante “boa noite”, William Bonner consagrou-se como o apresentador mais longevo do telejornal. Com 10 mil programas acumulados no ano de 2023, o jornalista coleciona uma lista de momentos marcantes.
Ausência de William Bonner por um motivo especial
Tendo estreado no telejornal no dia 1º de abril de 1996, William Bonner teve como parceira Lilian Witte Fibe. A dupla permaneceu na apresentação até 1998, quando sua ex-esposa Fátima Bernardes assumiu o posto da jornalista em março daquele ano.
Apenas alguns meses antes, Bonner teve que se ausentar do Jornal Nacional por um motivo especial. Em 21 de outubro de 1997, seus trigêmeos nasceram em um parto anunciado por Carlos Nascimento, seu substituto.
“Uma boa notícia me faz substituir William Bonner. Nasceram hoje os filhos dele e de Fátima Bernardes. Os trigêmeos Vinícius, Laura e Beatriz e a mãe passam bem, em um dia de alegria para todos nós. Boa noite", disse.
Aplausos para Tim Lopes no Jornal Nacional
Em 2002, durante a cobertura da morte do jornalista Tim Lopes, assassinado em junho daquele ano, houve um momento de comoção após uma reportagem investigativa sobre o tráfico no Rio de Janeiro.
Nele, Bonner mudou seu tradicional “boa noite” em um gesto de homenagem a Tim Lopes e fez um discurso no lugar:
“Tim, você sabe que em dias tristes como o de hoje, nós costumamos evitar o 'Boa Noite', deixando que o silêncio dos estúdios mostre toda a eloquência da nossa dor. Mas hoje decidimos fazer diferente. [...] Em vez do silêncio, o nosso aplauso" , disse ao término daquela edição.
No encerramento, toda a equipe estava de pé aplaudindo a coragem de Tim Lopes, assassinado por Elias Maluco durante uma reportagem sob disfarce.
William Bonner em Juazeiro do Norte
No dia 29 de agosto de 2006, Bonner ancorou o telejornal na cidade de Juazeiro do Norte, no Ceará. Naquele ano de eleições, a Globo exibia o projeto “Caravana JN” que passou por várias cidades do país.
Juazeiro do Norte, em específico, foi uma das cidades que o jornalista lembra com carinho, como disse em entrevista ao Conversa com Bial.
“Eram milhares e milhares de pessoas felizes de estarem lá, celebrando o 'padim Ciço’ e a Caravana JN. Eu tenho na minha sala uma foto aos pés de Padre Cícero”, disse.
Jornal Nacional conquista o Emmy em Nova York
Um dos momentos de maior reconhecimento do trabalho de William Bonner se deu em 2011 durante a cobertura da ocupação policial no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.
O trabalho feito pelo Jornal Nacional venceu um Emmy Internacional e Bonner foi o escolhido para realizar o discurso de agradecimento durante a cerimônia em Nova York.
"O Jornal Nacional foi premiado, o jornalismo da Globo foi premiado, o telejornalismo brasileiro foi premiado. O público brasileiro exige essa qualidade, e é por este motivo que decidimos colocar o troféu na mesa, para dividir com o público”, disse ele ao exibir o troféu na bancada do telejornal quando retornou ao Brasil.
William Bonner e o editorial durante cobertura da Covid-19
Na pandemia de Covid-19, Bonner e Renata Vasconcellos dividiram a bancada durante uma das coberturas mais sensíveis feitas pelo telejornal. Nela, a dupla trouxe atualizações diárias sobre números, medidas de prevenção e avanços contra a doença em meio a uma das maiores crises sanitárias já vistas.
Algo comum nas edições que foram ao ar entre março e abril de 2021, foi o fato de que metade delas foi encerrada sem o tradicional “boa noite” da dupla de apresentadores.
Além disso, Bonner também apresentou um editorial sobre o acontecimento, mostrando um raro posicionamento direto da Globo como uma emissora.
“Porque tudo tem vários ângulos e todos devem ser sempre acolhidos para discussão. Mas há exceções. Quando estão em perigo coisas tão importantes como o direito à saúde, por exemplo. Ou o direito de viver numa democracia. Em casos assim, não há dois lados. E é esse o norte que o Jornalismo da Globo continuará a seguir”, disse Bonner no encerramento do editorial.
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