Akasha, a rainha dos vampiros, será interpretada por atriz negra

Akasha, a rainha dos vampiros, será novamente interpretada por uma atriz negra

Terceira temporada de "Entrevista Com Um Vampiro" é focada em vampiro Lestat e apresenta a rainha dos vampiros Akasha

No início dos anos 2000, a cantora Aaliyah (1979 - 2001) deu vida a Akasha, protagonista do filme “A Rainha dos Condenados” (2002).

A personagem retorna na terceira temporada de "Entrevista Com um Vampiro", conhecida como “Vampiro Lestat”, interpretada por Sheila Atim, uma atriz também negra. 

A informação foi revelada no canal do YouTube da plataforma de streaming AMC+, que recebe a produção em abril de 2026.

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Akasha, a rainha dos vampiros de 'Entrevista Com um Vampiro'

A série, baseada no livro homônimo de Anne Rice, acompanha a reinvenção de Lestat (Sam Reid) como um astro do rock e o reaparecimento da criadora dos vampiros. Ainda não tem data de estreia no Brasil. 

Manter a escolha de uma mulher negra para o papel é um gesto antirracista por parte da adaptação. Na obra de Rice, Akasha é descrita como alguém de pele muito pálida, se assemelhando a uma estátua.

O fato não teria nenhum problema se o seu local de nascimento fosse um país de maioria branca, como a Inglaterra. Porém, não é o caso. A monarca é nascida em Ur, onde hoje é o Iraque, um país com diversidade étnica.

A decisão de colocar Aalyah para o papel já era visto como algo revolucionário na primeira versão, embora a motivação tenha sido a ascensão da artista. A cantora morreu em um acidente de avião antes do filme estrear.

Estamos falando sobre um período em que mal se via negros em filmes de terror, quiçá vampiros. A última vampira negra em um longa-metragem foi Vanessa Brooks (Sanaa Lathan), mãe do Blade, no filme homônimo de 1998.

Com Katrina e Ganja, relembre outras vampiras negras

Antes de Akasha e Vanessa, as duas outras vampiras negras presentes na cultura pop foram Katrina, interpretada por Grace Jones em “Vamp” (1986), e Ganja, de “Ganja & Hess (1973)”, vivida por Marlene Clark.

O primeiro título acompanha Dr. Hess Green (Duane Jones), um antropólogo que investiga escavações do povo Myrthia na Nigéria. O especialista é esfaqueado pelo próprio assistente, que comete suicídio em seguida, durante as investigações.

Hess acorda depois com uma sede insaciável por sangue e Ganja, viúva do assistente, se junta a ele em sua nova dieta de sangue.

Já “Vamp” traz Katrina, uma vampira que administra um clube de striptease usado por vampiros para atrair seres humanos.

Qual a relevância de enegrecer personagens?

Você pode se perguntar, caro leitor, que diferença faz enegrecer, ou seja, trazer vampiros negros, para uma narrativa, se vampiros não existem?

A pergunta é plausível, embora óbvia. Afinal, quem não gosta de se identificar ou ser ver em um personagem? Se assim não fosse, nem “Pantera Negra” (2018) ou “Pecadores” (2025), teriam sido um sucesso.

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Para a resposta, tive que buscar bell hooks. Já no prefácio da nova edição de “Olhares negros: raça e representação”, a autora chama atenção para a criação de imagens como uma ferramenta antirracista. Mesmo que sejam irreais, no caso de criaturas míticas como vampiros.

“Nós que militamos em favor da causa antirracista continuamos insistindo que a supremacia branca e o racismo não terão fim enquanto não houver uma mudança fundamental em todas as esferas da cultura, em especial no universo da criação de imagens”, escreve hooks.


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