Por que Rita Lee foi expulsa de Os Mutantes? Entenda

A cantora foi casada com Arnaldo Baptista, seu companheiro de banda, e foi o compositor paulista que decidiu o futuro de Rita Lee em Os Mutantes; confira

Um das maiores vozes do rock nacional, Rita Lee iniciou sua carreira na música em 1966, quando integrou a banda Os Mutantes ao lado de Arnaldo Baptista e Sérgio Dias. Falecida na noite desta segunda-feira, 8, aos 75 anos de idade, Rita Lee foi expulsa da banda que ajudou a formar.

Com os membros de Os Mutantes, Rita lançou “Os Mutantes” (1968), “Mutantes” (1969), “A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado” (1970), "Jardim Elétrico” (1971) e “Mutantes e Seus Cometas no País do Baurets” (1972).

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

A cantora foi casada com Arnaldo Baptista, seu companheiro de banda, e foi o compositor paulista que a expulsou dos Mutantes.

Afinal, por que Rita Lee foi expulsa de Os Mutantes?

“Chego ao ensaio e me deparo com um clima tenso. Até que o Arnaldo quebra o gelo, toma a palavra e me comunica: ‘A gente resolveu que a partir de agora você está fora dos Mutantes porque nós resolvemos seguir na linha progressiva-virtuose e você não tem calibre como instrumentista’”, relembrou a cantora.

Rita Lee comentou sobre sua saída da banda na autobiografia publicada em 2016. Na publicação, a artista deu detalhes sobre o momento.

“Em vez de me atirar de joelhos chorando e pedindo perdão por ter nascido mulher, fiz a silenciosa elegante. Me retirei da sala em clima dramático (...). No meio da estradinha da Cantareira, a caminho de São Paulo, parei no acostamento e chorei, gritei, descabelei, xinguei feito louca.”.

A expulsão da banda foi confirmada anos depois por Arnaldo, em uma entrevista divulgada em 2007.

Morre Rita Lee: relembre a carreira da cantora

Nascida em 31 de dezembro de 1947, Rita Lee começou a trajetória artística ainda nos anos 1960. A primeira experiência da artista foi com o grupo musical feminino Teenage Singers, em 1963.

O grupo, formado com amigas, se juntou ao trio masculino Wooden Faces. A junção dos grupos foi a gênese da banda Os Mutantes, formada por Rita, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, que marcou o início do renome da artista. 

O grupo marcou a música brasileira com canções como "A Minha Menina" e "Ando Meio Desligado", essa última composta por Rita e os parceiros. Já nos anos 1970, ao lado da banda Tutti Frutti, a artista lançou algumas das principais canções da carreira, como "Agora só Falta Você" e "Fruto Proibido".

O período ficou marcado pelo início da relação amorosa entre Rita e Roberto de Carvalho, além de problemas enfrentados por ela em meio à ditadura militar. A artista chegou a ser presa por porte de maconha na época, o que afetou a carreira musical.

Ainda nos anos 1970, retorna à música em turnê com Gilberto Gil, intitulada "Refestança", e lança com a Tutti Frutti o álbum "Babilônia". Da vertente do rock e da experimentação, Rita foi se aproximando de uma linguagem mais pop, inaugurada pelo álbum "Rita Lee" (1979), também conhecido como "Mania de Você".

Rita Lee: Fase pop

O início da exploração de uma nova sonoridade veio a partir do início de outra parceria, a musical com o marido Roberto de Carvalho. O disco de 1979 que marca essa "estreia" traz sucessos reconhecidos até hoje, como "Mania de Você", "Chega Mais" e "Doce Vampiro".

Os anos 1980 seguiram marcados por músicas populares na carreira da artista, incluindo hits como "Lança Perfume", "Baila Comigo", "Mutante", "Desculpe o Auê" "Flagra"e "Flerte Fatal". Já nos anos 1990, a artista teve série de canções em novelas da TV Globo. "Vítima" foi tema de abertura de "A Próxima Vítima" (1995), enquanto "Dona Doida" foi usada em "Zazá" (1997).

Ainda no final dos anos 1990, foi lançado o "Acústico MTV - Rita Lee" (1998), que traz participações de Milton Nascimento, Titãs, Paula Toller e Cássia Eller. Já no começo dos anos 2000, o álbum "3001" (2000) ficou marcado pelos singles "Erva Venenosa" e "Pagu". Outro sucesso da época foi "Amor e Sexo", do disco "Balacobaco" (2003).

O último disco de Rita Lee foi "Reza", lançado em 2012, reconhecido pela música-título. Na época, a cantora anunciou que se aposentaria dos palcos, "mas da música nunca", por questões físicas. Já a última canção da artista foi "Change", lançada em 2021. 

Rita Lee: Outras linguagens

Além da música, Rita Lee também se destacou ao longo da carreira por obras de outras linguagens, além de participações na TV. A partir de 2002, por exemplo, a artista passou a ser parte do elenco de debatedoras do programa "Saia Justa", da GNT, com a escritora Fernanda Young, a atriz Marisa Orth e a jornalista Mônica Waldvogel. Vídeos da época circulam ainda hoje nas redes sociais.

Além disso, o próprio Twitter da artista seguiu sendo referenciado na internet, muito a partir do humor e dos comentários sinceros que Rita fazia na conta pessoal.

Em 2016, a artista lançou "Rita Lee: uma autobiografia", obra que se tornou um sucesso de público. Na publicação, ela compartilha série de memórias da vida e carreira. Há dois meses, em março de 2023, foi anunciado o lançamento de "Rita Lee: outra autobiografia". Com lançamento previsto para 22 de maio, a obra narra detalhes do tratamento dela contra o câncer de pulmão.

Podcast Vida&Arte

O podcast Vida&Arte é destinado a falar sobre temas de cultura. O conteúdo está disponível nas plataformas Spotify, Deezer, iTunes, Google Podcasts e Spreaker. Confira o podcast clicando aqui

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

rita lee morre rita lee homenagem rita lee rita lee expulsa mutantes os mutantes

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar