Público xinga Bolsonaro e Chico César reage: "Vamos inovar"

Durante show no 30º Festival de Inverno de Garanhuns, gritos de "Ei, Bolsonaro, vai tomar no c*" ecoaram e artista sugeriu outros xingamentos

O 30º Festival de Inverno de Garanhuns, realizado em um ano de eleição, tem sido marcado por manifestações políticas do público. No último domingo (24), o show de Chico César e Geraldo Azevedo não foi diferente.

Em determinado momento, a dupla apresentou a canção "Pedrada", de Chico, de forte teor político - com o refrão "fogo nos fascistas".

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A música estimulou gritos de protesto contra o presidente Jair Bolsonaro. Parte do público gritava: "Ei, Bolsonaro, vai tomar no c*".

Chico César, no entanto, reagiu negativamente ao grito. "Essa manifestação, esse vai tomar no..., me parece até meio reacionário, porque temos pessoas que amamos que amam, que adoram, e até aqueles que não se revelaram", disse.

"Vamos deixar espaço para deixar que a direita mais reacionária usem desses argumentos. Os nossos argumentos devem incluir aqueles que gostam de tomar por todos os buracos, da sua cabeça, do seu corpo", continuou o músico.

"Vamos inovar. Podem dizer seu feio, fascista, facínora, grosseiro. Mas um dia, que vocês digam comigo: 'ei, Chico César, venha tomar...' Quem sabe eu vá", disse, arrancando aplausos e risos da plateia.

Indígenas, agrotóxicos e Juliette

Antes de cantar "Reis do Agrotóxico", Chico César também prestou homenagem a Dom Phillips e Bruno Pereira, que morreram durante expedição na Amazônia.

"Parem de assassinar as lideranças indígenas. Parem de estuprar as meninas indígenas. Deixem os nossos ancestrais em paz. Essa é uma homenagem aos trabalhadores que produzem alimentos sem agrotóxico", disse o paraibano, que dividiu com Geraldo os vocais dos 11 minutos da música.

Chico César e Geraldo Azevedo levaram ao FIG o show do projeto "Violivoz", que nasceu durante uma noitada de violão dos dois em São Paulo e que estreou no Recife em outubro de 2021.

Os mestres da música popular brasileira abriram em grande estilo com "Táxi Lunar" e seguiram com "Mama África" e "Caminhando e Cantando". Em "Deus me Proteja de Mim", Chico César fez um agradecimento duplo: "Obrigado, Juliette, por tornar essa música conhecida no Brasil. E obrigado, Dominguinhos, por gravar essa música comigo".

Geraldo Azevedo dedicou "Você se Lembra" ao amigo Paulo Rafael, guitarrista morto em 2021. Chico César disse sentir a presença do músico naquele momento. "Pedra Responsa", "Cadê Meu Carnaval" e "Dona da Minha Cabeça" encerraram o show, um dos mais bonitos do segundo final de semana do festival. (Emannuel Bento/ Jornal do Commercio | Rede Nordeste)

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