Polícia investiga abandono de incapaz e faz operação em casa abandonada de Higienópolis

Operação policial aconteceu nesta quarta-feira, 20 de julho, na casa abandonada em Higienópolis com o objetivo de investigar denúncias de abandono de incapaz

Uma operação da Polícia Civil de São Paulo foi realizada na tarde desta quarta-feira, 20, em uma residência no bairro de Higienópolis. O mandato de busca e apreensão foi cumprido na casa que ganhou notoriedade nas últimas semanas devido ao podcast "A Mulher da Casa Abandonada", do jornalista Chico Felitti, publicado desde junho pela Folha de São Paulo.

A mulher em questão é Margarida Bonetti, sobre quem recai uma acusação, já prescrita, de ter escravizado uma empregada doméstica nos Estados Unidos. A operação desta quarta, no entanto, faz parte de um inquérito que investiga um possível abandono de incapaz que teria como vítima justamente Margarida Bonetti.

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A motivação do inquérito seria denúncias de vizinhos do imóvel no bairro nobre paulista, que informaram haver uma pessoa que apresentava problemas de saúde mental e precisava de ajuda. A polícia chegou a arrombar uma janela para entrar na casa.

Toda a situação também foi acompanhada por veículos de imprensa da Record e da Band, em programas policiais como o "Cidade Alerta" e "Brasil Urgente". Luiz Datena chegou a falar no ar que Margarida estaria em condições análogas à escravidão - apresentador, a posteriori, retificou a informação.

A Band, o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Oswaldo Nico, informou não haver mandado de prisão contra Margarida porque o crime prescreveu.

"É um trabalho até social, não estamos com o mandado de prisão, o mandado dela está prescrito, estamos em um mandado de busca porque (...) ela está lá com esse lixo todo, convivendo, tem animais na casa, ou seja é um problema social. Vamos procurar ajuda médica para tentar uma condição melhor para ela, tentar ver algum parente, alguma coisa, é uma questão mais social do que policial", disse Nico.

A protetora animal Luisa Mell também realizou uma live assistida por milhares de espectadores, mostrando a insalubridade da casa, em busca de um cachorro que foi resgatado. É a segunda vez que o Instituto Luisa Mell esteve no lugar. Na primeira, dois cachorros foram resgatados da casa, aparentemente vazia. Desta vez, Margarida estava na residência e resistiu a entregar o animal. A operação ainda reuniu curiosos em frente à residência.

Acusação nos EUA

Margarida Bonetti foi citada junto com seu então marido Renê Bonetti em inquérito levantado pelo FBI. Ela se declarou inocente de todas as acusações. Ainda, ela diz que não tinha conhecimento do que acontecia com a vítima, que foi mantida em situação análoga a de escravidão por cerca de 20 anos.

O processo diz que Margarida Bonetti era a responsável pelas agressões à vítima, mas ela nega. Para ela, as duas eram amigas: "Ela era minha melhor amiga", fala em determinado momento da entrevista, que foi ao ar nesta quarta-feira, 20, e que está disponível no Spotify. Margarida afirma que tinha total desconhecimento se a mulher recebia salário pelo trabalho.

Segundo ela, as denúncias de trabalho análogo à escravidão, que partiram da vizinha Vic Schneider, aconteceram porque esta tinha uma vingança contra os Bonetti. Depois do crime, Margarida voltou para o Brasil onde mora até hoje, em uma casa abandonada no bairro de Higienópolis, em São Paulo.

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O podcast Vida&Arte é destinado a falar sobre temas de cultura. O conteúdo está disponível nas plataformas Spotify, Deezer, iTunes, Google Podcasts e Spreaker. Confira o podcast clicando aqui.

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