Artistas da música reivindicam maior valorização da linguagem artística

Profissionais do setor estiveram no Dragão do Mar em protesto no último dia 6 de junho. Agora, se preparam para dialogar com poder público e com iniciativa privada

Músicos e demais profissionais do segmento reivindicam espaços para a música nos equipamentos públicos, na iniciativa privada e no terceiro setor. Mais um capítulo desta mobilização ocorreu no último dia 6 de junho, reunindo artistas nas dependências do Dragão do Mar com faixas que protestavam contra a ausência da linguagem artística na convocatória de ocupação do Teatro do Dragão. Desde então, o episódio se desdobrou em diálogos entre o Sindicato dos Músicos do Ceará (Sindimuce), a Secretaria de Cultura do estado (Secult-CE) e a rede de equipamentos públicos de arte.

Frases de efeito como “Cadê a Música que tava aqui?” foram levadas pelos manifestantes. A insatisfação foi formalizada em ofício enviado pelo Sindimuce à Superintendência que gere o Dragão e ao Secretário de Cultura, Fabiano Piúba. O documento reúne oito questionamentos e demandas da classe artística que pautam desde a retomada de projetos musicais às questões de infraestrutura. Além do Sindicato, assinam o Grupo Música do Ceará, Grupo Mulheres da Música e o Grupo de Pesquisa Laboratório de Epistemologia da Música - UFC.

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Jornalista, compositor e produtor cultural, Dalwton Moura destaca que a mobilização tem como objetivo contribuir para o avanço no setor. "Há reconhecimento de muitas ações da política cultural estadual mas ao mesmo tempo a clareza de déficits históricos e atuais", diz. 

Para ele, entretanto, ainda se tem muito a evoluir no que diz respeito à cena musical. "A clareza de que é preciso muito mais, que temos muito a fazer, a avançar, a ampliar e melhorar quanto ao campo da música, a política para as artes, a política cultural, a cidadania cultural. A ideia é avançar conjuntamente na construção das ações necessárias para melhorias a nossa cena", opina.

Já o professor do curso de Música da UFC, Pedro Rogério, aponta que a Secretaria tem se mostrado aberta ao diálogo com a categoria e o objetivo é dar subsídios para fortalecer as políticas culturais em Música. “Nós, que somos da área, estamos chegando junto e o que a gente quer é qualificar, ter um diálogo sincero, franco e organizado”, avalia.

Em resposta aos questionamentos, o Dragão do Mar Arte e Cultura enviou uma nota. Sobre a convocatória disse “não se tratar de um edital para compor a programação dos diversos espaços do equipamento, nem que abrange todas as linguagens artísticas”. Segundo a assessoria, "historicamente, o Teatro Dragão do Mar não tem programas específicos de ocupação em música".

O documento ainda ressalta que o Dragão mantém ações no Teatro de valorização de jovens talentos da Música Cearense, além do projeto Fuxico Musical, aos sábados. Além disso, espaços que costumavam receber apresentações musicais, como o Rogaciano Leite Filho e o Anfiteatro do Dragão, aguardam reforma para receber a programação

A ação integra a agenda de reivindicações por um Plano Estratégico de Desenvolvimento e Difusão da Música no Ceará. As movimentações ganharam força na última segunda-feira, 13 de junho, durante o Fórum de Linguagens Artísticas realizado no Cineteatro São Luiz, que contou com a participação do secretário estadual de Cultura. Agora, tem início uma série de reuniões entre os artistas, a Secult e dos gestores de equipamentos Dragão do Mar, Museu da Imagem e do Som e da Estação das Artes.

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