Coletivo Escambau promove vaquinha para lançar livro de ficção histórica

Protagonismo negro, fim dos tempos e medievo português estão presentes no livro de estreia do autor Wilson Júnior

Escambau vem do escambo, da troca, da ideia de discutir diferentes áreas da literatura, do cinema e outras artes. Para promover conexões e passear pela cena artística e especialmente pela literária surgiu, em 2016, o coletivo Escambau. Hoje, a iniciativa tem a própria revista de literatura fantástica, a revista Escambanáutica, e também promove formações para escritores iniciantes. Agora, se prepara para lançar o primeiro livro, o "999", do fundador e escritor Wilson Júnior.

Tendo como ambiente a Península Ibérica, o livro parte do conflito entre mouros e cristãos, ao norte do reino onde hoje é Portugal. A morte do rei Bermudo II torna o território vulnerável às invasões estrangeiras e à peste. A trajetória dos personagens surge em meio à expectativa de fim dos tempos e, ao mesmo tempo, o desafio de salvá-lo.

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Próximo ao ano mil, o milenarismo, ou crença de que o mundo iria acabar, estava disseminado entre a população. A aventura tem como foco a atitude dos protagonistas diante do temor, seja por meio da valentia, como a do mouro Sebastião e da serva Ana, ou do padre Francisco, caracterizado por espalhar o medo do fim. E também a jovem Benta, camponesa que sonha em mudar de vida e quer somar à luta por sobrevivência.

Historiador formado na Universidade Federal do Ceará, Wilson começou a escrever a obra em 2016, e teve como referência o livro “Crônicas Saxônicas”, do escritor britânico Bernand Cornwell. Mas o diferencial de "999" veio à medida que inseriu personagens não brancos.

“A própria literatura do medievo é extremamente branca. Quando na verdade em diversas áreas do mundo medieval tinha influência de pessoas da África, do Oriente Médio, da Ásia, só que pra mim parecia mais, digamos assim, justificável esse meu protagonismo negro”, destacou.

O Escambau mantém atuação em ficção decolonial, buscando expandir a fantasia além dos horizontes dos colonizadores. Iniciado em Fortaleza para compartilhar conhecimentos em literatura e criar uma rede de novos escritores, já possui membros em diferentes regiões do País. Para participar, é preciso ter acima de 18 anos e interesse em escrita ficcional.

Próximo de lançar seu primeiro livro, Wilson conta com o apoio que tem recebido dentro do coletivo editorial e também da comunidade de leitores. “Nós batemos a meta. Na verdade, estamos em 128% da meta e quando chegarmos a 140% vamos promover um concurso para publicar um novo autor”, conta.

A obra abriu financiamento coletivo para ser lançada, com meta inicial de arrecadar R$16 mil. As doações, realizadas por meio da plataforma Catarse, serão recebidas até o dia 20 deste mês. Os apoiadores podem contribuir com quantias a partir de R$ 15. Cada plano possui brindes que vão desde o livro físico até ilustrações, tatuagens e pôsteres. A expectativa é que o livro seja lançado ainda em 2022, durante o segundo semestre.

Financiamento Coletivo - "999"

Onde: catarse.me/999

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