70 anos de Ana Miranda: livros para conhecer a escritora cearense

Aos 70 anos, a escritora cearense Ana Miranda tem uma trajetória extensa, com dezenas de livros importantes para a literatura brasileira

Ler Ana Miranda é imergir na história e na cultura brasileira por meio da linguagem. Ao completar 70 anos nesta quinta-feira, 19, a escritora cearense percorre uma trajetória extensa na literatura, com dezenas de livros publicados.

Ela começou sua carreira há mais de quatro décadas, com a publicação das obras de poesia “Anjos e Demônios” (1978) e “Celebrações do Outro” (1983). Mas foi em 1989 que se consagrou com a estreia de “Boca de Inferno”. Com ele, ganhou repercussão internacional e ficou conhecida por inaugurar uma nova fase do romance histórico no Brasil.

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Desde então, lança livros com regularidade e se aventura pelos formatos. Já produziu textos destinados ao público infantil e infanto-juvenil. Também tem romances, poemas, novelas e contos.

Entre os títulos mais famosos, estão “A Última Quimera” (1995), “Clarice” (1996), “Amrik” (1997), “Dias e Dias” (2002), “Prece a uma aldeia perdida” (2004) e “Xica da Silva, A Cinderela Negra” (2016).

Confira abaixo alguns títulos para conhecer Ana Miranda:

1. Boca do Inferno

Romance de estreia de Ana Miranda, o livro lhe rendeu o Prêmio Jabuti de 1990 na categoria “Revelação de Romance”. A obra, responsável por pavimentar sua trajetória na literatura, conta a história do poeta Gregório de Matos e do jesuíta Antonio Vieira em uma Bahia do período colonial.

Entre a realidade e a ficção, a narrativa é ambientada no estado baiano durante o poder do governador Antonio de Souza Menezes, político impopular que utilizava de violência e era combatido por grupos diversos. O enredo revela os conflitos íntimos e interpessoais das pessoas da região, dilaceradas entre o prazer e o pecado.

2. O Retrato do Rei

Em seu segundo livro histórico, Ana Miranda conduz o leitor para a Guerra dos Emboabas, durante o século XVIII. Na época, paulistas e portugueses se confrontaram pelo controle do ouro de Minas Gerais.

Talvez a única pessoa que pudesse evitar o derramamento de sangue fosse D. João V, que desapareceu de repente. A partir disso, a autora mostra a violência, a corrupção e a ganância que estão presentes na sociedade brasileira há séculos.

3. Yuxin

Yuxin é uma indígena que vive no Acre, no início do século XIX. Ela enfrenta conflitos cotidianos, ao mesmo tempo que precisa lidar com a realidade do lugar em que mora. Ao seu redor, há padres com o único objetivo de catequizar e homens brancos interessados em explorar a floresta para ganhar dinheiro.

Nesta situação, o que pensa Yuxin, a jovem que pode ter seu nome traduzido para “alma”? Com essa reflexão, a escritora coloca em destaque a linguagem da natureza, com os sons dos bichos e os ecos da flora.

4. Mig, O Descobridor

Uma de suas obras infantis, “Mig, O Descobridor” acompanha a trajetória de um menino que está em processo de descoberta do mundo. Um pijama listrado do pai, uma zebra, as nuvens e o algodão são coisas simples que fazem parte deste universo a ser explorado.

Nesta história, o leitor conhece a vida por meio dos olhos de Miguel, quando aprende a falar desde palavras difíceis até o verdadeiro significado do amor. As ilustrações presentes no livro são da própria Ana Miranda.

5. Menina Japinim

Uma menina de uma aldeia indígena no Acre tinha o mesmo cotidiano de outras crianças: gostava de subir em árvores, de se banhar no rio e de brincar de casinha. Sua mãe, porém, tinha medo de que ela se machucasse. Por isso, avisou que, quem vai para longe de casa ou sobe demais em alguma árvore, vira um passarinho.

A garota, então, decide desafiar a matriarca. Em um determinado momento, avista um regatão - comerciante ambulante da Amazônia - e se esconde. Ao retornar para casa, já tinha se tornado um pássaro.

6. Xica da Silva, a Cinderela Negra

Quando o diamante foi descoberto no Brasil, iniciou-se um período de exploração controlado por Portugal, em meados do século XVIII. Nas regiões de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás, vários exploradores portugueses chegam em terras brasileiras com o objetivo de encontrar essas pedras preciosas.

Em um período escravocrata, os negros eram utilizados para o trabalho. Um desses escravos era Xica da Silva, que foi comprada por João Fernandes de Oliveira, um explorador de diamantes. Ela, entretanto, foi alforriada no ano seguinte pelo homem que a comprou. Os dois passaram a viver juntos e tiveram treze filhos.

Em “Xica da Silva, a Cinderela Negra”, Ana Miranda traça a trajetória da mulher que saiu de posição de escrava e se tornou a esposa de um dos exploradores mais ricos da época.

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