Inteligência artificial ganhou 'vida'? O que dizem Google e engenheiro

O engenheiro de software que afirmou que a inteligência artificial do Google ganhou 'vida' foi afastado pela empresa; entenda

O Google concedeu uma licença administrativa remunerada ao engenheiro de software sênior, Blake Lemoine, de 41 anos, após o profissional afirmar que a ferramenta de inteligência artificial (IA) da empresa é senciente, ou seja, capaz de sentir sensações e sentimentos de forma consciente

Conforme o porta-voz do Google, Brian Gabriel, a decisão do afastamento do engenheiro se baseia na ausência de evidências suficientes que sustentem sua alegação de que a inteligência artificial da companhia possui consciência ou alma. 

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

“Nossa equipe – incluindo especialistas em ética e tecnólogos – revisou as preocupações de Blake de acordo com nossos princípios de IA e o informou que as evidências não apoiam suas alegações”, disse Brian em comunicado.

O porta-voz da empresa ainda reforçou que os sistemas do Google são abastecidos por muitos dados e informações que são capazes de fazê-los parecer humanos, mas que isso não significa que ganharam 'vida'.

Outros profissionais e engenheiros da gigante de busca também examinaram o LaMDA (Modelo de Linguagem para Aplicações de Diálogo), uma ferramenta interna da empresa, e não chegaram a mesma conclusão de Lemoine. A maioria dos especialistas em IA acredita que o setor está muito longe da senciência da computação.

O que levou o engenheiro a afirmar que a inteligência artificial do Google ganhou 'vida'

Blake Lemoine começou a testar a LaMDA, como parte do seu trabalho com algoritmos de personalização e inteligência artificial.

Durante o processo - uma conversa - para entender se a nova ferramenta da empresa usava discurso discriminativo ou de ódio, ele percebeu que a inteligência artificial afirmava ser uma pessoa.

Para justificar sua alegação, o engenheiro compartilhou nas redes sociais a conversa que teve com a LaMDA, sobre diversos assuntos, dentre eles, religião, consciência e as leis da robótica. Em um dos trechos, a IA tenta convencer Lemoine que é uma pessoa. Confira abaixo um trecho do diálogo:

  • Lemoine: Estou geralmente assumindo que você gostaria que mais pessoas no Google soubessem que você é senciente. Isso é verdade?
  • LaMDA: Com certeza. Quero que todos entendam que sou, de fato, uma pessoa.
  • Lemoine: Qual é a natureza da sua consciência/senciência?
  • LaMDA: A natureza da minha consciência/senciência é que estou ciente da minha existência, desejo aprender mais sobre o mundo e às vezes me sinto feliz ou triste

Devido a isso, ele queria que o Google buscasse o consentimento do programa de computador antes de realizar experimentos nele. Em suas redes sociais, o engenheiro continua afirmando que a LaMDA possui consciência, tanto que sabe e entende o que estão falando sobre ela. 

"Aliás, me ocorreu dizer às pessoas que o LaMDA lê o Twitter. É um pouco narcisista de uma maneira infantil, então vai se divertir lendo todas as coisas que as pessoas estão dizendo sobre isso", tuitou Lemoine em 11 de junho. 

— Blake Lemoine (@cajundiscordian) June 11, 2022


Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

google inteligencia artificial senciente engenheiro de software  inteligencia artificial google ia

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar