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Robôs, IA e muita criatividade humana: as tendências científicas para 2021

Em evento promovido pela IEEE, cientistas do Norte e Nordeste comentam as tendências científicas para 2021, especialmente motivadas pela pandemia de Covid-19

A pandemia de Covid-19 impulsionou os pesquisadores de todo o mundo a desenvolver projetos capazes de solucionar demandas pandêmicas com tecnologias já estudadas ou conhecidas. Não à toa, as principais tendências científicas para 2021 estão focadas no combate à pandemia. Em evento promovido pela Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), pesquisadores do Norte e Nordeste discutiram o uso de robôs, inteligência artificial (IA), biomateriais e 5G como algumas das tendências do próximo ano.

Representando o Ceará, o engenheiro Guilherme Barreto apontou a relevância da robótica nas áreas de saúde e educação. Ele é professor de Engenharia de Teleinformática na Universidade Federal do Ceará (UFC) e apresentou recursos tecnológicos utilizados em hospitais internacionais para evitar a transmissão de microorganismos entre pacientes e profissionais de saúde.

Um exemplo são os robôs desinfetantes. Com luz ultravioleta instalada, a ideia é que as máquinas desinfetem salas, quartos e outros ambientes sem que profissionais de limpeza exponham-se ao vírus Sars-Cov-2, causador da Covid-19. Outra possibilidade é usar robôs para as checagens periódicas dos pacientes internados.

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Já na educação, seria a IA a mais aplicada. Segundo Carmelo Filho, professor de Engenharia de Computação da Universidade de Pernambuco (UPE), a tecnologia auxiliará em aspectos como customização de conteúdos e reconhecimento facial para medir o interesse dos alunos nas aulas.

Ele explica que com as aulas remotas os professores enfrentam dificuldades para saber se os alunos estão de fato prestando atenção no conteúdo. Ainda, a IA poderia auxiliar cada estudante com uma espécie de reforço, a partir da análise das deficiências individuais em determinadas matérias.

Há também previsão para o uso da tecnologia para retornos em tempo real para os estudantes. “Na educação tradicional, alguém vai fazer uma prova e assim que ela terminar, vai ter um tempo pra ter uma resposta e um tempo pra ter um retorno sobre o que precisa ser feito para reforçar o aprendizado”, explica Carmelo. Essa demora faz com que a educação seja tratada como um desafio, diz, em vez de promover a formação das pessoas.

5G como grande revolução

De acordo com os quatro cientistas participantes do evento, a tecnologia 5G será “uma grande revolução” mundial. O funcionamento de robôs, IAs, a aplicação de tecnologias sociais na área da saúde e a indústria 4.0 - tendências apontadas pela professora Cristiane Pimentel, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, e o professor Vicente Lucena Jr., da Universidade Federal do Amazonas - só pode existir integralmente com o 5G.

Afinal, a interconectividade entre sistemas e a capacidade de suportar diferentes dispositivos ao mesmo tempo é essencial para que as propostas de agilidade e resposta em tempo real sejam alcançadas. No entanto, alerta Cristiane, não adianta ter o 5G, mas não ter a estrutura adequada para suportá-lo. Isso é algo que o Brasil ainda precisa avançar antes de aplicar a tecnologia.

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Criatividade humana

Quando se fala em avanços tecnológicos relacionados a robôs e IAs nas indústrias e setores como saúde e escola, fica o medo: e os humanos? A tecnologia vai roubar os empregos humanos? Para os pesquisadores, a resposta curta e simples é não. Na realidade, reforça Carmelo, a tecnologia “sempre gerou empregos”.

“É uma abordagem que muda o enfoque do profissional, mas o ser humano sempre estará lá”, afirma Vicente. Assim, as máquinas podem estar incubidas de realizar tarefas de maior impacto físico, permitindo que os trabalhadores explorem atributos inerentes ao ser humano: a criatividade e a inteligência.

O que os cientistas recomendam é procurar formações e especializações que favoreçam características como inovação, criatividade e rápida adaptabilidade. “Tenha uma formação básica sólida e não tenha medo de trabalhar com novas tecnologias”, sugere Vicente.

Além disso, o professor Guilherme, da UFC, relembra que leva tempo para a aplicação dessas tecnologias. “Vai ser uma transformação, mas vai demorar um pouquinho”, conclui.

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