Hobbies silenciosos: atividades serenas para mais paz interior
Práticas discretas ganham espaço entre brasileiros que buscam bem-estar, foco e momentos de descanso mental
Em um cenário marcado por rotinas aceleradas, barulho constante e excesso de estímulos digitais, cresce o interesse por atividades capazes de proporcionar descanso mental e reconexão consigo mesmo.
Os chamados hobbies silenciosos, práticas que exigem calma, concentração e pouco ou nenhum uso de tecnologia têm ganhado força entre pessoas de diferentes idades, especialmente nas grandes cidades.
A seguir, a equipe do O POVO selecionou quais hobbies silenciosos estão em alta; confira.
Pesquisas de bem-estar emocional apontam que práticas manuais e serenas ajudam a reduzir a ansiedade, melhorar a atenção e estimular a criatividade.
Psicólogos que estudam o comportamento humano observam que dedicar o tempo livre a atividades de foco reduz a sensação de sobrecarga mental e atua como uma forma acessível de autocuidado.
A popularização também aparece em grupos comunitários, pequenos clubes de leitura e oficinas de artesanato em centros culturais.
A psicóloga Ana Carvalho, especialista em saúde emocional e rotina digital, destaca que hobbies silenciosos oferecem um tipo de descanso que falta no cotidiano conectado.
“São atividades que permitem ao cérebro desacelerar. Elas criam um espaço mental onde a pessoa consegue reorganizar pensamentos e diminuir tensões acumuladas do dia”, afirma.
Principais hobbies silenciosos em prática no Brasil
Entre os hobbies mais procurados estão:
- Bordado
- Desenho
- Pintura em aquarela
- Jardinagem doméstica
- Leitura
- Quebra-cabeças
- Origami
- Escrita manual
Todos podem ser feitos em casa, sem equipamentos caros e sem necessidade de conexão com a internet.
No artesanato, o bordado livre se destaca especialmente entre jovens adultos. Além de ser uma prática meditativa, permite personalizar roupas e objetos, o que tem ampliado o interesse.
Outras atividades como tricô e crochê seguem firmes, impulsionadas por aulas presenciais e vídeos educativos disponíveis em instituições culturais.
Já a jardinagem tem chamado atenção pela sensação de contato com a natureza dentro do ambiente doméstico. A prática não depende de grandes áreas: pequenas hortas em vasos e o cultivo de plantas ornamentais são suficientes para criar uma rotina de cuidado e presença.
A experiência de quem adotou o silêncio como hábito
A estudante Beatriz Pimentel, 23, é uma das pessoas que incorporaram hobbies silenciosos ao cotidiano. Ela começou a pintar aquarela durante a pandemia e manteve a prática após perceber os efeitos no humor e na concentração.
“A aquarela me obriga a estar presente. É como se, por alguns minutos, eu conseguisse desligar do restante do mundo. Quando termino uma pintura, mesmo simples, já sinto uma tranquilidade diferente”, conta.
Beatriz relata que a atividade se tornou parte da rotina noturna, como forma de transição entre faculdade e descanso. Para ela, o silêncio é um espaço para reorganizar ideias. “É o momento em que eu paro de correr e começo a olhar para dentro.”
Uma alternativa de autocuidado acessível
Especialistas afirmam que uma das vantagens dos hobbies silenciosos é o baixo custo. A leitura, por exemplo, pode ser praticada com livros emprestados de bibliotecas públicas, enquanto atividades como escrita manual e desenho exigem apenas papel e lápis.
Outra característica é a flexibilidade: não há pressão por desempenho ou resultados rápidos. As práticas podem ser interrompidas e retomadas conforme a disponibilidade e energia do dia, sem comprometer os benefícios.
À medida que as discussões sobre saúde mental se ampliam no Brasil, cresce também a percepção de que pequenas pausas são essenciais.
Hobbies silenciosos surgem como uma forma simples e cotidiana de cultivar concentração, reorganizar emoções e aliviar a tensão do ritmo moderno.