Estresse: o que é, tipos, sintomas e como evitar

 O estresse é um conjunto de reações mentais ou físicas do organismo diante de situações que exigem um grande esforço emocional para serem superadas.

Quase todo mundo vai dizer “sim” para a seguinte pergunta:

Você já sentiu estresse?

E o motivo é que, infelizmente, vivemos cheios de obrigações e cobranças. É bastante comum, portanto, que passemos por situações cotidianas que inevitavelmente nos levam a enfrentar o estresse em algum momento.

Seja por questões pessoais ou profissionais, a verdade é que podemos nos estressar diversas vezes. Esses episódios de estresse podem causar diversos tipos de males na nossa saúde física e mental, por isso é imprescindível não ignorar os seus sinais.

Continue na leitura deste texto e entenda melhor o que é o estresse, quais as situações que o acionam e como enfrentá-lo. Vamos falar também de algumas dicas que podemos adotar para levar a vida de um jeito mais suave. Boa leitura!

O que é estresse?

O estresse é um conjunto de reações mentais ou físicas do organismo diante de situações que exigem um grande esforço emocional para serem superadas. Ou seja, nosso corpo responde de um jeito diferente por conta das reações químicas que isso provoca.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% da população mundial já teve algum problema de saúde relacionado ao estresse. No Brasil, cerca de 70% já sofreu ou sofre com o problema, de acordo com a Associação Internacional do Controle do Estresse (Isma).

Mas as situações de estresse não são apenas maléficas. Por exemplo, há pessoas que conseguem atingir melhores resultados no trabalho quando estão sob pressão, ou seja, a situação de estresse acabou sendo aproveitada de uma maneira positiva.

Por que estamos nos tornando mais estressados?

Falamos que o estresse pode ser útil em alguns momentos do trabalho, no entanto, nem sempre é assim. E ainda há o fato de que a exposição a esse estresse pode, a longo prazo, ser prejudicial para a saúde física e mental. É o caso da chamada Síndrome de Burnout, que é o esgotamento profissional causado pelo estresse.

Resumidamente, estamos ficando mais estressados porque acumulamos atividades e responsabilidades, assim como não procuramos ajuda diante de situações traumáticas, como acidentes, casos de doença ou morte na família e outras situações corriqueiras, como acúmulo de dívidas e competição no trabalho (ainda que nos ambientes profissionais, muitos têm utilizado a prática do “quiet quitting” para lidar com as crescentes cobranças).

Quais são as causas do estresse?

Veja a seguir algumas situações cotidianas que levam ao estresse:

Pressão no trabalho e na vida pessoal

Uma pesquisa publicada em 2022 apontou que 81% dos trabalhadores estão se sentindo esgotados emocionalmente no trabalho.

E as causas da pressão no trabalho são variadas: prazos de entrega curtos, metas profissionais elevadas, salários baixos e cobranças excessivas por parte dos chefes.

Para tornar a situação pior, a pandemia de Covid-19 aumentou os problemas não só no trabalho mas também na vida pessoal, já que como grande parte das atividades passaram a ser remotas. Assim, muitos trabalhadores passaram a levar serviço para casa e a estender o expediente para o que deveria ser momento de lazer com a família.

A prática aumenta não só o estresse mas também atrapalha até o sono, como indicaram algumas pesquisas feitas no período.

Problemas financeiros

Em 2021, uma pesquisa inédita avaliou que a preocupação e o estresse causado pelas dívidas impactam as relações familiares de 58,4% dos brasileiros. Entrevistas realizadas com mais de 5 mil brasileiros de todas as regiões em 2020 apontaram que a maioria dos brasileiros vivem no limite do orçamento e que sentem que não estão garantindo um futuro financeiro positivo.

Do total, 69,4% empatam ou gastam mais do que ganham por mês. Esses números não são apenas o indicativo do momento em que a pesquisa foi feita e sim, mostram uma tendência histórica entre os brasileiros, que é o endividamento das famílias com o sistema financeiro, índice que vem quebrando recordes históricos nos últimos meses.

Problemas de saúde

As doenças não só são consequência do estresse mas também podem causá-lo. É o caso de pacientes crônicos que precisam estar sob cuidados permanentes da família, por exemplo.

A situação pode causar estresse familiar, ou seja, pode desencadear sintomas de angústia, ansiedade e tensão emocional causados pela sobrecarga nos componentes da família.

Pessoas que sofrem de transtornos mentais como depressão e ansiedade, por exemplo, também podem vivenciar episódios recorrentes de estresse, pois essas doenças prejudicam a realização das tarefas diárias e causam a sensação de impotência e de acúmulo de tarefas.

Perfeccionismo

O perfeccionismo é benéfico quando significa busca a excelência, mas quando ele é voltado para “evitar o fracasso”, ele propicia o surgimento de características neuróticas e causadoras de estresse.

A tensão vem do medo de não se corresponder às próprias expectativas, ser alvo de críticas e fracassar. Para superar essa necessidade de ser perfeito, é preciso se aceitar como humano e, portanto, passível de erro.

Ansiedade

Assim como o estresse, a ansiedade tem um lado benéfico, na medida em que estimula o indivíduo a entrar em ação. No entanto, quando ocorre em excesso, ela age exatamente da forma oposta, ou seja, deixa a pessoa tão paralisada pelo medo de não cumprir as expectativas que impede a tomada de atitude.

A ansiedade causa estresse porque a pessoa ansiosa quer viver o futuro, no entanto, a vida transcorre no presente. Mais do que apenas uma sensação, a ansiedade pode causar doenças, como tonturas e gastrite, dentre outros sintomas que são manifestações físicas de um estado mental.

Quais são os principais tipos de estresse

Existem muitos tipos diferentes de estresse, mas de acordo com a Psicologia, ele pode ser dividido em três tipos principais. Veja a seguir quais são:

Estresse crônico

O estresse crônico é a resposta à pressão emocional sofrida durante um período prolongado de tempo.

Embora os efeitos imediatos dos hormônios do estresse sejam benéficos em uma determinada situação de curto prazo, a exposição a longo prazo cria um nível elevado do cortisol pode levar a hipertensão arterial, doenças cardíacas, danos ao sistema imunológico e à saúde mental.

Estresse agudo episódico

Neste tipo de estresse, os estímulos que o causa se repetem com frequência. Esse desgaste vem e vai; chega com intensidade em uma época e depois desaparece por um curto período de tempo.

Os sintomas do estresse episódico agudo são dor de cabeça persistente, enxaqueca, hipertensão, dor no peito e doenças cardíacas.

Estresse agudo

O estresse agudo recebe esse nome pois é uma reação a um fato ou momento estressante, podendo ser na área física ou emocional. Geralmente, os sintomas coincidem com os da ansiedade e podem ser psicológicos, como instabilidade de humor, ou físicos, como dor de cabeça.

Há estudos que comprovam que o estresse agudo pode causar o embranquecimento repentino dos cabelos, um fenômeno natural que ocorre com o avançar da idade mas que também se manifesta em pessoas que vivenciam situações estressantes com frequência.

A canície causada pelo estresse pode ser revertida com a retirada dos fatores que estão causando a reação do organismo.

Como evitar os impactos do estresse no seu dia a dia

Vejamos algumas formas de lidar com o estresse e evitar que ele atrapalhe as suas atividades cotidianas:

Conheça seus gatilhos

Embora as causas do estresse sejam variáveis, podemos mapear alguns fatores que o desencadeiam, ou seja, os gatilhos que acionam os episódios de crise. Veja alguns deles:

• mudanças significativas e que impactam a rotina (como as mudanças de casa, cidade, emprego etc).;
• trânsito;
• gravidez;
• planejamento de eventos;
• brigas de família;
• problemas financeiros;
• problemas emocionais (baixa autoestima, insegurança etc);
• aposentadoria;
• fim de relacionamento;
• doenças, morte ou distância de um ente querido;
• desentendimentos com colegas de trabalhos, amigos, vizinhos ou parceiro amoroso;
• excesso de afazeres e consequente falta de tempo;
• medo (de violência, acidentes e reprovação social, por exemplo);
• assédio ou discriminação no ambiente de trabalho;
• insatisfação com a carreira profissional ou relacionamento.
  

Exercite-se

Os esportes e atividades físicas oferecem benefícios físicos e emocionais. Os alongamentos, por exemplo, aliviam a sensação de tensão generalizada do corpo e as dores musculares nos ombros, costas e pernas, que são as regiões que concentram as musculaturas mais afetadas pelo estresse.

As caminhadas, por exemplo, liberam endorfinas responsáveis pela sensação de bem-estar, melhoram a circulação do sangue e a capacidade cardiorrespiratória. Além disso, caminhar pode ser uma ótima oportunidade para refletir sobre os problemas ou simplesmente não pensar em nada por alguns instantes.

Valorize seu sono

Uma das reações do estresse é o desencadeamento de um estado de alerta. No entanto, é comum que esse estado se mantenha mesmo em situações em que ele não seja mais necessário.

O resultado é que a pessoa não consegue relaxar nem na hora de dormir, sendo comum a perda do sono por causa dos problemas ou mesmo o despertar no meio da noite.

Além do estresse, outros fatores podem ocasionar o despertar durante a madrugada. Os horários irregulares de sono, o "doomscrolling" (hábito de passar muito tempo na tela do celular e absorver notícias negativas na internet), e até mesmo a falta de ar fresco podem atrapalhar uma boa noite de sono.

Aprenda exercícios de respiração

O estresse prejudica a respiração, pois quando as pessoas estão agitadas, elas têm a tendência a prender a respiração ou respirar irregularmente. A respiração se torna, então, mais superficial, fazendo com que o ar viciado permaneça nos pulmões em vez de ser expelido.

Para reduzir esse efeito, a saída é fazer exercícios simples de respiração profunda. Veja um passo a passo simples de como fazê-lo:

• Respire fundo, expandindo a barriga;
• Depois, pause.
• Expire lentamente e conte até cinco;
• Repita a ação por quatro vezes.
• Pronto, você acabou de acalmar o seu sistema nervoso!
  

 Saiba quando procurar ajuda

Quando o estresse chega a limites críticos, é hora de procurar atendimento especializado. E alguns sinais de que esse momento chegou são estes: irritabilidade, alteração do sono, cansaço, alterações na atividade sexual e problemas de pele.

Para estes casos, os especialistas buscam avaliar o nível e a intensidade do problema e ver qual é a situação geradora do estresse para a resolução do problema.

Ter um atendimento multifatorial pode ajudar bastante, já que além do acompanhamento psicológico, os pacientes podem precisar também do apoio de outros profissionais para auxiliar na mudança de hábitos, como gastroenterologista, psiquiatra e psicólogo.

Conclusão

Como dissemos ao longo deste texto, as situações de estresse são inevitáveis, ainda mais com o estilo de vida que levamos - estamos cada vez mais hiperconectados às redes sociais e sem dar atenção especial à alimentação.

Além disso, estamos às voltas com as obrigações profissionais e familiares que causam ansiedade até na hora de dormir, o que prejudica a hora que deveria ser de descanso e relaxamento.

No entanto, há alguns caminhos para não deixar que esses momentos de tensão se transformem em doenças físicas e mentais. O primeiro passo seria a autoavaliação, ou seja, a identificação do nível do problema na vida e, posteriormente, a busca por ajuda profissional para tratar os sintomas.

O estresse é uma condição para a qual há estratégias de controle, e esperamos que a leitura deste texto ajude o(a) leitor(a) a encontrar as formas mais viáveis, de acordo com a realidade de cada um(a).

Para mais conteúdos relacionados à saúde e reportagens aprofundadas sobre bem-estar, acesse o site do O Povo Mais. Há também vídeos com acesso liberado que ensinam como fazer a meditação, prática milenar que auxilia na busca pelo equilíbrio.

Assista ao tutorial e comece a relaxar!

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