Mais de 80% das pessoas se sentem esgotadas no ambiente de trabalho, diz pesquisa

Rotinas excessivas de trabalho e atividades sob pressão são as principais motivações para o desencadeamento de burnout em funcionários

Cerca de 81% dos trabalhadores estão se sentindo esgotados emocionalmente no trabalho. O levantamento foi realizado pela Pulses, que avalia continuamente o clima, o engajamento e a performance de empresas. A pesquisa ainda mostra que 60% dos colaboradores também relataram estar se sentindo sem disposição para trabalhar. Além disso, 67% sentem que precisam provar o próprio valor no emprego.

O levantamento, divulgado pelo G1 nesta quarta-feira, 27, ainda mostrou que mais da metade dos colaboradores também relatou estar se sentindo frustrado com o trabalho (54%), com dificuldades para cumprir as atividades (51%) e sem paciência com outros membros da equipe (51%).

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A pesquisa foi feita com mais de 3 mil pessoas de empresas de diferentes portes e segmentos. O objetivo foi acompanhar o estado emocional dos trabalhadores brasileiros. Os colaboradores responderam perguntas referentes às condições e organização do trabalho.

O estudo ainda mostrou que as mulheres são mais afetadas psicologicamente pelo ambiente estressante no trabalho do que os homens. Em relação ao esgotamento, 85% das entrevistadas relataram um cansaço extremo, já 75% dos homens relataram se sentir assim.

De acordo com a co-fundadora e especialista em People Science (ou ciência das pessoas, em tradução literal) da Pulses, Beth Navas, o resultado comprova que as mulheres estão muito mais sobrecarregadas com a jornada tripla: atividades profissionais, de cuidados domésticos e com filhos e/ou parentes idosos ou doentes.

O POVO procuoru a Pulses para obter mais detalhes da pesquisa e período no qual foi realizada. A matéria será atualizada quando a demanda for respondida.

Burnout

No início deste ano, a síndrome de burnout passou a ser considerada doença ocupacional após a inclusão na Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, alerta para os cuidados que os gestores devem tomar para o bem-estar psicológico dos colaboradores.

"Geralmente, o burnout se manifesta em profissionais que têm cargas excessivas de trabalho, rotinas de atividades realizadas sob pressão ou objetivos difíceis, diante dos quais o colaborador se sente incapaz de atingir. É uma doença séria, com grandes chances de se desenvolver para quadros graves de adoecimento psicológico", alerta Beth Navas.

Segundo a especialista, além de chegar a afetar a saúde física do colaborador, o estresse também pode afetar diretamente na produtividade, além de poder desencadear a perda de interesse no trabalho, a ansiedade e, inclusive, a depressão.

Beth Navas também ressalta que é papel do gestor estar preparado para conversas francas e difíceis sobre saúde mental. “Os líderes e o RH precisam levar isso em consideração e estar disponíveis para auxiliar os colaboradores antes que as insatisfações venham a gerar problemas psicológicos. Assim como em diversas outras questões de saúde, agir preventivamente é a melhor opção para garantir o bem-estar emocional”, diz.

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