Quais os riscos de usar o celular ligado à tomada em dias de chuva

Com previsão de chuvas no Ceará até esta quarta-feira, 12, a quantidade de raios e o risco de acidentes com eletrônicos aumenta

O período das chuvas no Ceará traz a necessidade de os cidadãos redobrarem os cuidados ao utilizarem celulares enquanto os aparelhos estão carregando. A Enel, companhia de distribuição de energia do Estado, recomenda a não utilização dos eletrônicos ligados à tomada, principalmente em dias chuvosos. A orientação visa diminuir os riscos de acidentes por descargas elétricas, que podem gerar a perda do aparelho, queimaduras locais ou até óbitos em casos mais graves.

Segundo o responsável de operação da Enel Ceará, Marcelo Puertas, não existe problema em utilizar o aparelho desconectado da rede elétrica, mas a orientação é evitar o uso do celular conectado à tomada durante as chuvas. “A nossa recomendação, sempre, é jamais utilizar o equipamento eletrônico conectado em tempos chuvosos e em momentos de tempestade. Em função das descargas elétricas, algum raio pode cair próximo às localidades e ter uma circulação maior de energia, que pode acabar atingindo as pessoas”, explica Puertas.

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Sendo muito necessário usar o aparelho conectado à tomada, Puertas pede para se observar como estão as condições climáticas. Com chuva e descargas atmosféricas, a dica é não usar mesmo em situações de emergência. “Observando grandes tempestades, é bom não utilizar o aparelho conectado à rede. É a melhor alternativa. Mesmo na urgência, é bom esperar concluir o carregamento para poder tirar.”

Para Marcelo, a não utilização de acessórios originais do fabricante do aparelho também pode aumentar o risco de choques elétricos. “Usar um equipamento que não sabemos a origem ou a especificação técnica sem dúvida pode aumentar os perigos. A recomendação é sempre usar acessórios certificados e homologados pelo Inmetro", afirma.

Sobre o uso de adaptadores, réguas, extensões e benjamins, o mestre e professor de engenharia elétrica da Universidade de Fortaleza (Unifor), Wellington Brito, alerta para o uso dos equipamentos adaptadores de forma comedida, já que as fiações normalmente são projetadas para um único aparelho. Ao colocar mais de um, é preciso saber se a estrutura suporta a demanda. “Ultrapassando o limite, a fiação vai aquecer, que pode gerar mal contato, desgastando o aparelho, reduzindo a vida útil e até causando um curto circuito ou um incêndio”, explica Brito.

Wellington diz que para o uso de extensões deve se ter compreensão dos aparelhos que vão ser conectados no adaptador. Nos casos de celulares e pequenos eletrônicos o problema é menor, porque a potência dos telefones é muito pequena e em condições normais a tomada não terá problemas. Mas aparelhos de maior capacidade, como geladeiras, máquinas de lavar e televisores podem vir a ser uma dor de cabeça.

Para Brito, a legislação brasileira possui boas regras e requisitos para instalações elétricas seguras, mas, infelizmente, os procedimentos não são seguidos por todos. “A segurança de uma instalação não se esgota na montagem, mas sim durante o seu uso e funcionamento. A fiação tem que estar protegida, com tubulação adequada, sem estar exposta à umidade. É por aí.”

Além disso, o professor desmistificou que tais acidentes só acontecem em localidades carentes. “Uma instalação é feita para funcionar durante 20 anos. Normalmente as pessoas só se preocupam quando começa a dar problema. Quando acontece uma fuga de corrente e a parede fica dando choque. Por estar funcionando e não ser aparente, as pessoas acabam não ligando”, exemplifica.

 

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