Nova cepa do H3N2: saiba como identificar, quais são os riscos e como evitar surtos

Até o momento, o Ceará não registrou mortes por H3N2; Secretaria da Saúde estadual segue orientando profissionais da saúde a realizar o diagnóstico precoce

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O aumento de número de casos da gripe Influenza A (H3N2) no Brasil acendeu o alerta para as doenças respiratórias. Com sintomas parecidos com os da Covid, a H3N2 e sua variante Darwin têm causado surtos de gripe em estados como Rio de Janeiro e São Paulo.

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Em Fortaleza, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou que de janeiro a dezembro de 2021, foram registrados 238.746 atendimentos por síndrome gripal nos 116 Postos de Saúde do município. Deste total, 9.934 foram em setembro, 11.689 em outubro, 8.992 em novembro e 11.047 em dezembro, até o dia 20.

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No Estado, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) disponibilizou dados que mostram que, em 2021, até o dia 4 de dezembro, foram notificados 67.762 casos de síndrome respiratória aguda grave no Sivep-Gripe. Dos casos investigados em pacientes internados, somente três foram confirmados como influenza, sendo um classificado como influenza A (não subtipado – amostra de laboratório particular), um como influenza A (H3N2) e um caso como influenza B. O paciente internado com H3N2 recebeu alta.

Médica infectologista e diretora do departamento de pesquisa, negócios e inovações tecnológicas da Funsaúde, Melissa Medeiros explica que, como se trata de uma cepa nova, as vacinas que possuímos atualmente não oferecem proteção, apesar de continuar sendo importante que as tomemos. "Nós temos uma esperança de que, como são vírus relativamente estáveis, a gente possa adquirir imunidade cruzada, ou seja, a gente conseguir desenvolver anticorpos que podem ser similares aos que a gente necessite para enfrentar a H3N2", diz.

 

"Até março pra abril do próximo ano é importante que nós tomemos a vacina. Infelizmente, nós, profissionais da saúde, tememos que essa propagação de H3N2 tenha sido agravada porque estávamos tão focados na vacinação contra a Covid, que acabamos esquecendo a Influenza. Tivemos uma uma taxa muito baixa de vacinação contra a gripe neste ano<br>" Melissa Medeiros, médica infectologista

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Como identificar

No geral, os sintomas da gripe causada pela H3N2 são iguais aos causados pela Covid-19:

  • Febre;
  • Dor de garganta;
  • Tosse;
  • Secreção nasal excessiva;
  • Dor de cabeça e no corpo;
  • Mal-estar intenso;
  • Possível ocorrência de vômito;
  • Possível diarreia.

A diferença entre as doenças pode ocorrer nos primeiros dias já que, no caso da gripe H3N2, os sintomas costumam ser mais intensos no início. A médica Melissa Medeiros completa que, no caso da influenza, também há uma diferença na produção de secreção catarral, que costuma ser mais densa e amarelada. "Em quadros mais avançados conseguimos identificar melhor. A influenza não causa perda do olfato e do paladar. Isso já diferencia um pouco, porque nós temos quadros bem mais leves na primeira semana e na segunda semana vêm os quadros respiratórios mais exacerbados", explica.

Contudo, para confirmar as suspeitas, é indicado ir a uma unidade de saúde e fazer o teste.

Quais são os riscos

Assim como toda doença, a gripe H3N2, caso seja agravada, pode ocasionar óbitos. É o que já aconteceu no Rio de Janeiro. A atenção e cuidado maior deve ser dado aos grupos que estão mais vulneráveis, como idosos e crianças.

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Como prevenir

A prevenção para a H3N2 é igual a da Covid-19 e de outras doenças respiratórias. É indicado o uso de máscaras em ambientes fechados, passar álcool gel ou lavar as mãos com frequência e evitar aglomerações.

Para cuidar do paciente infectado por esse subtipo do vírus, recomenda-se o mesmo tratamento para a gripe comum, com remédios para conter os sintomas.


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