Frente Nacional de Prefeitos recomenda que governos locais avaliem a decretação de lockdown

Documento critica o presidente Jair Bolsonaro e classifica gestão do Governo Federal como "ineficaz coordenação nacional no enfrentamento à pandemia".

A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) se posicionou a favor da adoção de medidas mais severas para restrição da circulação de pessoas e isolamento, com objetivo de evitar a disseminação da Covid-19 no Brasil. Em nota divulgada nesta sexta-feira, 12, o grupo pede que gestores municipais estimulem o uso obrigatório de máscara e que avaliem a decretação de lockdown. 

A FPN destaca ainda que o momento "exige posições firmes para proteger a vida", manifestando também críticas ao Ministério da Saúde diante a gestão da pandemia. "Embora sejam notáveis os esforços de prefeitas e prefeitos pela imunização em massa, o que há no Brasil, junto com os números assombrosos, infelizmente, é a escassez de vacina, cuja responsabilidade de aquisição é do Governo Federal", afirma o texto. 

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O documento avalia que os pronunciamentos do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) contra as medidas de isolamento social "evidenciam a ineficaz coordenação nacional no enfrentamento à pandemia e ratificam a desconexão com a realidade". E acrescenta: "Falta de compromisso com a Constituição Federal e com a vida. Situações que colocam o Brasil como foco de atenção e apreensão internacional".

No último dia 8 de março, o presidente voltou a criticar as medidas de isolamento adotadas por Estados e municípios para conter a propagação da Covid-19. Na ocasião, em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, o gestor disse que não usará o que afirma ser "meu Exército" para "obrigar o povo a ficar em casa".

Confira a nota na íntegra: 

FNP se manifesta pelo aumento das restrições de circulação como forma de enfrentar a pandemia

O Brasil se tornou epicentro mundial da pandemia da COVID-19. Registrou, nessa quinta-feira, 11, mais de 78 mil novos casos e 2.207 mortes. Já são mais de 273 mil vidas perdidas no país. Apenas os 106 maiores municípios do país, dos 5.570, têm mais de 270 mil habitantes. Como forma de evidenciar a dimensão dessa tragédia, seria como se, entre 5.464 cidades, uma ou um grupo delas fossem dizimados neste último ano.

O cenário toma contornos cada vez mais catastróficos com as novas variantes do coronavírus, potencialmente mais contagiosas, de evolução mais agressiva e que circulam sem controle. E com as declarações do presidente da República que, mais uma vez em sua transmissão de vídeo semanal, criticou as medidas de segurança sanitária adotadas por prefeitos e governadores. Suas falas evidenciam a ineficaz coordenação nacional no enfrentamento à pandemia e ratificam a desconexão com a realidade, falta de compromisso com a Constituição Federal e com a vida. Situações que colocam o Brasil como foco
de atenção e apreensão internacional.

Atenta a isso, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) recomenda aos governantes locais que adotem medidas importantes de restrição da circulação e de isolamento social, de uso obrigatório de máscara e que avaliem a decretação de lockdown. Reafirma, também, que é necessário respeitar a heterogeneidade, tanto dos municípios brasileiros quanto do avanço da pandemia em cada território, mas reforça que o momento exige posições firmes para proteger a vida.

Embora sejam notáveis os esforços de prefeitas e prefeitos pela imunização em massa, o que há no Brasil, junto com os números assombrosos, infelizmente, é a escassez de vacina, cuja responsabilidade de aquisição é do Governo Federal. Então, nesse momento em que velocidade de propagação do vírus é maior do que a capacidade de acolher pacientes, a comunidade científica reforça as medidas que impõem o isolamento social e os governantes locais precisam estar atentos a isso.

 

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