"Agora é só esperar eles virem me pegar", afirmou Heleno um dia antes da prisão de Bolsonaro
Frase foi dita à CNN na sexta-feira, 21, um dia antes de Jair Bolsonaro ser preso preventivamente
Na última sexta-feira, 21, o general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) na gestão de Jair Bolsonaro (PL), disse: "Agora é só esperar eles virem me pegar". O ex-presidente foi preso preventivamente, neste sábado, 22, após ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A fala de Heleno ocorreu em entrevista à CNN, enquanto ele caminhava pela quadra onde mora, em Brasília. Aos 78 anos, o militar foi condenado a 21 anos de prisão por participação em um plano de golpe de Estado; além dp pagamento de 84 dias-multa. No valor de um salário-mínimo cada, o montante representa R$ 126 mil.
O general afirmou que "não mandou fazer nada" e que não teve envolvimento com os fatos investigados. Disse que serviu o Exército por 50 anos e que, em 8 de janeiro de 2023, quando houve a invasão e os ataques aos Três Poderes, ele estava em casa com a esposa.
Em outubro, a defesa do general recorreu à Primeira Turma do STF na tentativa de absolver o general da condenação na trama golpista e, ao menos, reduzir o valor da multa. O pedido da defesa é para que a multa seja reduzida para cerca de R$ 21 mil, sob o argumento de que o general é "arrimo familiar" e não tem mais capacidade de trabalhar em razão da sua idade e estado de saúde.
Prisão preventiva de Bolsonaro
Bolsonaro foi preso na manhã deste sábado, 22, após o Supremo Tribunal Federal ser comunicado sobre uma violação de sua tornozeleira eletrônica e considerar que havia risco de fuga com a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro em apoio ao pai.
Ao determinar a prisão preventiva, Moraes ordenou a disponibilização de atendimento médico em tempo integral ao ex-presidente, em regime de plantão. Ele ficará custodiado em uma Sala na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
Desde 4 de agosto, o ex-presidente estava em prisão domiciliar. Na ocasião, o ministro Alexandre de Moraes impôs a medida ao considerar que Bolsonaro havia descumprido restrições cautelares, utilizando redes sociais de aliados, incluindo seus três filhos parlamentares, para propagar mensagens que, segundo Moraes, traziam “claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao STF e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”.
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