PSB de Sobral expulsa vereadores por infidelidade partidária

Sobral: PSB expulsa vereadores por infidelidade partidária após apoio a grupo rival

Presidente do partido em Sobral, a deputada Lia Gomes (PSB) informou que processo interno durou cerca de sete meses e ainda cabe recurso na instância estadual do partido

O Diretório Municipal do Partido Socialista Brasileiro (PSB) em Sobral expulsou os vereadores Marlon Sobreira e Socorrinha Brasileiro da legenda, após uma reunião interna nesta sexta-feira, 31, em consequência de infidelidade partidária durante a eleição da Mesa Diretora para o biênio 2025-2026.

A denúncia contra os vereadores detalha: "Na ocasião, desconsideraram completamente a orientação do partido e votaram na chapa composta por membros do partido UNIÃO, em detrimento da chapa oficial do PSB, que contava com nomes indicados pela liderança partidária".

Em adição, a representação aponta que Marlon Sobreira e Socorrinha Brasileiro "não estão na condição de representantes legítimos do partido a compor representações estratégicas" na Câmara.

Ao O POVO, a deputada estadual e presidente do PSB Sobral, Lia Gomes, afirmou que a expulsão dos dois vereadores foi consequência de infidelidade partidária. Segundo Lia, o PSB havia apresentado uma chapa para a eleição da presidência da Câmara de Sobral, a qual era constituída apenas por membros do próprio partido.

Os vereadores foram orientados a votar nessa chapa, porém, votaram na chapa da oposição, ligada ao partido do atual prefeito Oscar Rodrigues (União Brasil), de grupo político que rivaliza historicamente com a família de Lia (os Ferreira Gomes) em Sobral.

“Eles também estão permanentemente alinhados com o novo prefeito (Oscar Rodrigues, do União Brasil). Seguindo todas as orientações, fazendo parte e tudo (sic). De fato já não faziam mais parte do PSB, foi só uma regularização”, afirmou a dirigente ao O POVO.

Interesses

No entanto, Lia explica que, apesar dos alinhamentos com a oposição, os vereadores não querem sair da legenda. Segundo a presidente, a razão seria que eles teriam “alguns privilégios”.

“Como o PSB é a maior bancada, eles têm direito a duas vagas na Comissão de Constituição e Justiça. Esse é o principal fator que faz com que eles não queiram sair”, esclarece.

Segundo a denúncia contra Marlon e Socorrinha, além da violação de deveres partidários, os vereadores expulsos não seriam, nem são considerados "indicações legítimas do PSB para integrar comissões de maior relevância ou importância".

Marlon Sobreira é irmão do deputado estadual Marcos Sobreira, líder da bancada do PSB na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece). Lia Gomes explicou que o processo interno contra os dois vereadores expulsos já corria há cerca de sete meses e que Marcos foi indicado para a vaga de líder da bancada com o processo já em curso.

“(O processo) já existia e ele (Marcos Sobreira) nem fez questão de dizer que não concorda com essa posição que o irmão dele tomou”, disse Lia. “Essa expulsão já estava tendo um processo interno formal de apuração há muito tempo, durou sete meses esse processo, fomos dando todos os prazos”, acrescentou.

Vereadores

A reportagem tentou contato, por e-mail e pelas redes sociais,  com os vereadores citados. Até o momento da publicação da matéria, Marlon Sobreira e Socorrinha Brasileiro não se pronunciaram sobre a decisão. O espaço continua aberto para futuras declarações. A matéria será atualizada caso haja retorno.

Foi informado pela direção do PSB de Sobral que os vereadores ainda podem recorrer ao Diretório Estadual do partido contra a decisão municipal que os expulsou.

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